Ainda faltam dois anos para as eleições autárquicas, mas no PSD as coisas parecem estar já em ebulição para a sucessão de Fernando Costa, com este a tentar colocar quem ele pretende. Houve eleições na JSD das Caldas da Rainha, no dia 26 de Agosto, e as duas listas concorrentes acabaram por ter apoiantes diferentes. Uma apoiada pelo vereador Hugo Oliveira e outra pelo actual presidente da Câmara, Fernando Costa, Tinta Ferreira e Maria da Conceição. Este facto levantou um braço de ferro e troca de acusações de tal forma que no momento de consagração da vitória da lista apoiada por Hugo Oliveira, Fernando Costa foi à sede do PSD acusar Paulo Espírito Santo que este tinha vencido porque tinha andado a oferecer lugares e trabalho na Câmara. “Dou-te os parabéns pela vitória, mas não concordo que a tenhas conseguido por teres dito que davas subsídios ao desporto. Agora resolve isso”, manifestou. Confrontado com esta acusação, Fernando Costa disse aos jornalistas teve “conhecimento que houve promessas de empregos, para votarem na lista A. Eu tive estas queixas de pessoas e apresentei-as ao Dr. Hugo Oliveira, mesmo antes do acto eleitoral. Vou mandar averiguar. Se foram feitas promessas de subsídios da Câmara para alguns desportistas e se foram feitas promessas de empregos para votarem numa lista, acho que é muito mau. Disseram que uma dessas promessas foi o Espírito Santo que fez. Disse também ao Dr. Hugo Oliveira que isto é um mau princípio, porque assumiu publicamente o apoio à lista do Espírito Santo”. Fernando Costa disse que tem um bom relacionamento com Hugo Oliveira apesar deste acto eleitoral e de ter havido pouca certeza na animação de Verão e sentir-se que os pelouros do jovem autarca estão agora com menos divulgação em detrimento de outros. “Eu tenho um bom relacionamento com o Dr. Hugo Oliveira, mas não é legitimo que se usem favores a praticar pela Câmara para aliciar uns ou outros. Isso é grave”, declarou. Confrontado se teria telefonado para militantes da JSD ou para pais dos jovens ou até mesmo para presidentes de Junta para votarem na lista M de Carla Oliveira e candidata derrotada, Fernando Costa respondeu claramente: “É perfeitamente legitimo que qualquer militante do partido tenha opinião de uma lista ou de outra. É ilegítimo que se ofereçam ofertas ao nível da Câmara para favorecer uns. Se tiverem conhecimento que eu tenha telefonado a algum militante da JSD para vir votar nesta lista ou se tiver conhecimento de algum caso em que tenha feito ofertas de favores municipais, façam o favor de denunciá-los. Se souberem de alguém que por votar nesta lista ou noutra tinha emprego ou subsídio, denunciem por favor. Eu hoje tive conhecimento que isso aconteceu com a lista A”, disse. Fernando Costa não soube explicar se teria oferecido cerca de cem senhas de bebidas na Festa Branca para a lista M de Carla Oliveira e que a lista A de Paulo Espírito Santo, ao saber da situação confrontou-o, tendo este também oferecido igual número, mas que acabou por recusar, situação que levou o presidente da Câmara a não oferecer as bebidas que são pagas por patrocinador e por dinheiros públicos. No entanto, sabe-se que durante a Festa Branca muitos pais de militantes da JSD tiveram direito a diversas senhas de bebidas. Sabe-se ainda que Fernando Costa não ficou muito entusiasmado com a ideia da Festa Branca se realizar, mas depois de uma funcionária da Câmara ter ligado a avisar o autarca que havia muita gente no evento, este acabou por aparecer. Fernando Costa deu “os parabéns às duas listas”, mas afirmou que “a lista derrotada teve um grande resultado e só estou magoado se tiverem sido usados processos menos claros”. “Há muitos militantes que são empregados na Câmara e porventura haveria mais se eu não me opusesse. Talvez algumas divergências da JSD com a Câmara e com o presidente da Câmara tenham a ver com o facto do presidente da Câmara ter recusado empregos a pessoas da JSD, a começar com o antigo presidente da JSD. Fui pressionado para dar emprego ao senhor Paulo Ribeiro, que fez um estágio na Câmara e eu entendi que não lhe dava emprego, porque a Câmara não é local para empregos da JSD. A partir daí as relações complicaram-se. Não é por acaso que na última eleição para a comissão política do partido houve um conjunto de votos em branco que partiram da JSD e esses assuntos começaram quando o Dr. Paulo Ribeiro não teve emprego na Câmara”, declarou. Confrontado com esta acusação, Paulo Ribeiro, antigo presidente da JSD, respondeu que “ele julga que pode fazer política controlando as pessoas, dando-lhes emprego. Não tive qualquer proposta para ir trabalhar para Câmara. Eu fiz efectivamente um estágio na Câmara, pago pelo Governo, logo nem foi a Câmara Municipal que me pagou. No final do estágio não houve qualquer contacto para eu ficar lá a trabalhar, nem houve qualquer contacto para eu ficar lá como prestador de serviços ou como trabalhador”. Fernando Costa não se pode recandidatar à Câmara e a luta pela sua sucessão faz-se dentro do partido. A vitória da lista de Carla Oliveira poderia representar alguma garantia para a escolha de Tinta Ferreira ou de Maria da Conceição. Agora que Paulo Espírito Santo venceu, essa ideia de Fernando Costa e dos respectivos candidatos pode estar comprometida, com Hugo Oliveira a ganhar terreno. É que os antigos jotas são agora peças importantes dentro do PSD. Contra, Hugo Oliveira tem muitos dos presidentes de Junta e a facção de apoiantes de Tinta Ferreira, como é o caso de Luís Ribeiro, actual presidente da mesa da Assembleia Municipal. A lista de Paulo Espírito Santo venceu claramente a outra candidatura por 117 votos a 64 para a comissão política e 115 contra 65 votos para a mesa. Antes das acusações de Fernando Costa, Paulo Espírito Santo, candidato vencedor, falou ao JORNAL das CALDAS e considerou que “a vitória é muito saborosa, porque todos sentimos muito este resultado que era esperado. Foi um voto de autonomia da JSD, um voto dos militantes e uma vitória da JSD”. O recém-eleito presidente da JSD não quis fazer qualquer comentário para a eleição e escolha do candidato a presidente da Câmara em 2013 na sucessão a Fernando Costa. “Há uma afinidade com o Dr. Hugo Oliveira mas é pessoal e politicamente nada está decidido. Agora não vamos confundir esta eleição com a sucessão na Câmara. Chegaram-me a dizer que o grande apoio deles era o senhor presidente da Câmara. Se é verdade ou não, não sei. Ele disse-me a mim que não era, mas depois vem dizer na comunicação social que realmente apoiava. Eu não pedi o apoio do partido, mas dos militantes da JSD. A resposta foi esta”, disse. A candidata derrotada, Carla Oliveira, que também fez declarações antes das acusações de Fernando Costa, preferiu dizer que “foi a juventude caldense que perdeu, porque a nossa lista tinha propostas activas e propostas em prol da juventude e a lista que ganhou é a lista que tem estagnado as actividades a JSD caldense”. Questionada sobre o apoio de Fernando Costa, Carla Oliveira sustentou que “sinto-me pouco esclarecida porque o presidente da Câmara e presidente da comissão política do partido fez um comunicado a dizer nos apoia enquanto que a outra pessoa [Hugo Oliveira] diz que não apoia ninguém e no entanto liga a pessoas e manda-as vir votar”, disse. Depois deste episódio a guerra de sucessão vai continuar, faltando ainda dois anos de novela que se prevê longa, com os restantes partidos sentados na poltrona a acompanharem esta situação que lhes pode ser favorável, uma vez que sem Fernando Costa e apesar do concelho das Caldas ser maioria laranja, pode haver uma perda de maioria ou uma reviravolta histórica. Carlos Barroso
Polémicas e trocas de acusações nas eleições da JSD
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