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Não o escondo. Assisti, radiante, ao anúncio de demissão de José Sócrates, e fi-lo independentemente das suas ameaças de catástrofe nacional e dos gritos de pânico dos que diziam que Portugal já não conseguia viver sem Sócrates e dos que achavam que, para ultrapassar o problema, precisávamos da liderança de quem, em boa medida, nos […]
Sentido de responsabilidade

Não o escondo. Assisti, radiante, ao anúncio de demissão de José Sócrates, e fi-lo independentemente das suas ameaças de catástrofe nacional e dos gritos de pânico dos que diziam que Portugal já não conseguia viver sem Sócrates e dos que achavam que, para ultrapassar o problema, precisávamos da liderança de quem, em boa medida, nos pôs nele. É, sem dúvida, uma análise curiosa, e, talvez, até algo corajosa, a que afirma que as soluções programáticas de quem duplicou a nossa dívida soberana em 6 anos e nos trouxe a um estado tal em que nem a economia cresce por causa da dívida nem a dívida diminui por causa da economia, possam salvar Portugal. Nunca tinha pensado em apagar um incêndio com fogo ou em parar uma inundação com água, como propõe o PS e os comentadores ligados a ele. A mim, pessoalmente, não me pareceu que fosse uma boa ideia. O tempo veio dar-me razão. Na última quinta-feira, apesar da subida do rating nacional, o que é facto é que, contrariamente às previsões de quem achava que era com a manutenção da imbecilidade socrática à frente dos destinos da nação que conseguiríamos sair da crise, a Bolsa de Lisboa encerrou a sessão a ganhar. Ou seja, assim que Sócrates anunciou que ia sair, os investidores ganharam confiança em Portugal e na nossa capacidade de resolver a grave crise em que estamos. Que não haja, portanto, dúvidas quanto a isto: Sócrates já não faz (se é que alguma vez fez) parte da solução. É apenas a cara e o autor do problema e o símbolo de um Portugal literalmente descredibilizado, social e economicamente decadente e empobrecido. O mais interessante não é, porém, chegar à conclusão de que a simples presença do agora demissionário PM era prejudicial ao país, mas sim reparar que, dando provas de uma extrema falta de patriotismo, Sócrates não está disposto a governar com o apoio de um organismo internacional como o Fundo Monetário Internacional ou o Fundo Europeu de Estabilização Financeira). Algo que, diga-se, ainda choca mais se considerarmos que a ajuda internacional só pode vir a ser necessária devido a ele próprio, às políticas que defende e ao modelo cuja manutenção propõe. Sócrates ateou o fogo, mas recusa-se a apagá-lo, mostrando que é, indubitavelmente, do tipo de políticos que só consegue governar em tempo de vacas gordas, mas não só: é também o tipo de criancinha com atitudes inconsequentes que não sente remorsos do que faz nem a necessidade de contribuir para a sua resolução. Se o PS tivesse sentido de estado, a visão necessária a um partido que quer governar um país, jamais faria saber, através de quem mais e melhor o representa, o seu secretário-geral, que não está disponível para ajudar a tirar os Portugueses do fosso em que os meteu se isso exigir a intervenção do FMI ou do FEEF. Depois há outra coisa que não se compreende. Sócrates diz que não governa com organismos internacionais cuja entrada em Portugal é, infelizmente, muito provável. Então porque se candidata? Abandonará, se for eleito, o poder se o FMI entrar mesmo em Portugal? Deixar-nos-á mais uma vez à deriva por teimar que não tem a responsabilidade de resolver os problemas que criou? Talvez esta pueril, absurda e flagrante falta de coerência, esse tirar de máscara de um homem que é o campeão dos cortes e da austeridade quando vai a Bruxelas e o ministro da propaganda quando está em Lisboa, tenha contribuído para a saturação dos portugueses e dos partidos políticos que, mal ou bem, os representam. Não é que esta crise política tenha sido a pior ou a mais grave (até porque não se compreende bem porque é que o PSD aprovou o PEC I, o PEC II e o PEC III mas agora se recusou a aprovar o PEC IV), mas acabou por ser uma espécie de gota de água num copo já demasiado cheio. A paciência dos portugueses chegou ao fim por, numa linha ideológica fortemente à direita mas que, normalmente, acaba por não se materializar nas urnas, terem chegado à conclusão de que o Estado não pode impor às pessoas e às empresas sacrifícios que têm como única (e desastrosa) consequência a recessão económica se ele próprio não aceitar o óbvio: o Estado tem de ser mais pequeno e, acima de tudo, o Estado tem de dar o exemplo. Até se compreende que o Governo exija sacrifícios, o que não se percebe é porque é que, como o CDS bem defende, não se corta nos gastos inúteis e desnecessários do Estado, como os Governos Civis, em vez de se cortar naquilo que cria riqueza, dinheiro e desenvolvimento, ou seja, as pessoas, as empresas e, no geral, o país. A falta de preocupação do Centrão (PSD incluído) em mudar efectivamente este estado de coisas em vez de se limitar a fazer operações de cosmética é a prova de que os sacrifícios que estão a ser impostos aos portugueses não são para salvar Portugal mas sim para salvar um modelo de Estado caduco, anacrónico e disfuncional que não nos deixará crescer enquanto existir. Responsabilidade é isso. É compreender que chegámos a um ponto da nossa História recente em que para salvaguardarmos a existência do estado-nação português, progresso económico para o país e condições de vida para o povo português temos de alternar radicalmente o papel que o Estado tem nas nossas vidas. É ter finalmente a coragem de dizer que Portugal só terá um futuro se o Estado se tornar pequeno o suficiente para o país ter o espaço de manobra fundamental para se desenvolver. Mas não só. É, acima de tudo, perceber que ele e a sua máquina política e administrativa existem para servir o povo, e não o povo para o servir a ele. Rafael Borges

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