O deputado do PCP na Assembleia da República, Bruno Dias, incentivou a população do Landal e de Alvorninha a assistirem e reivindicarem mais cuidados de saúde. “Foi na sequência das organizações e da acção concreta das pessoas, dos utentes da saúde, das populações que se organizaram e foram à luta, que os problemas foram atendidos, quando foram atendidos. Tivemos o exemplo dos utentes do Bombarral, que nos falaram dos avanços que foram conquistados pela luta”, disse. Bruno Dias considera que nas Caldas “se as pessoas se tivessem movimentado, as coisas não estariam tão mal. A minha convicção é que, se as pessoas se mobilizarem, o problema pode ser respondido”. Segundo o deputado, “é da experiência desta região, que quem luta pode nem sempre ganhar, mas quem não luta perde sempre”. O deputado comunista, acompanhado pelo representante do PCP nas Caldas, Vítor Fernandes, esteve em Alvorninha e Landal, tendo colhido exactamente nesta última freguesia mais descontentamento e mais vontade de mobilização. Bruno Dias recebeu das mãos dos eleitos locais e da população documentação contra o encerramento da Extensão de Saúde do Landal e ainda uma carta de José Sócrates prometendo que os problemas de saúde naquela freguesia seriam atendidos. O presidente da Junta do Landal, António Almeida, explicou que a sua freguesia já teve duas Extensões de Saúde, uma zona de análises clínicas e uma farmácia, e actualmente tem apenas uma extensão de saúde que “abre às vezes”. “O ideal era termos médico quatro vezes por semana, mas não conseguimos ter. O serviço de enfermagem está a trabalhar razoavelmente bem. O laboratório de análises, depois de alguns problemas, já funciona. Os utentes não têm médico de família, porque os que aqui vêm não são médicos de família, são substitutos. Há pessoas com análises para mostrar há meses e no Hospital onde eles recorrem mandam-nos para o médico de família”, denuncia. O autarca afirma também que não havia necessidade das pessoas irem a Caldas se houvesse um médico no Landal. Outra das razões de queixa passa pela falta de cobertura dos transportes públicos, o que limita quem não tem mobilidade e precisa de ir para Caldas. “Até agora ninguém morreu por falta de médico, mas se um dia acontecer gostava de saber quem é o responsável. Agora as condições de saúde vão deteriorando e as pessoas podem morrer pela falta de cuidados médicos indirectos, como doentes de diabetes, hipertensão e outras doenças crónicas que precisam de acompanhamento”, disse um popular também presente na sessão. Após esta declaração o presidente de Junta declarou que precisa de apoio para resolver este problema e responsabiliza o Governo porque antes de tomar decisões de encerrar Extensões de Saúde e não ter médicos de família “deveria de ter falado com as populações”. Para Vítor Fernandes este problema agudizou-se devido à constituição do Agrupamento de Saúde do Oeste Norte, mas ainda assim pede sacrifícios aos médicos, pois “se todos ficassem com mais 500 doentes, todo o Oeste ficaria com médicos de família”, disse. Na sessão em Alvorninha, Bruno Dias apenas teve o presidente da Junta, Virgílio Santos, que caracterizou a freguesia como a mais dispersa e com maiores problemas a nível de mobilidade. Nos 82 lugares não residem mais do que duzentas pessoas em cada uma e a maioria tem mais de 65 anos, apresentou o presidente da Junta. Segundo o autarca, “apenas existe médico duas vezes por semana, uma vez o dia todo e um meio-dia, o que é manifestamente pouco para todos os utentes”. Segundo o autarca, “os idosos só têm possibilidade de ir ao médico através do transporte da Associação para o Desenvolvimento de Alvorninha, que diariamente vai buscar os idosos para as consultas. Os técnicos marcam-nas e ainda há uma técnica que vai conversando com os médicos para passarem as receitas”. Até o ano de 2009 a Extensão de Saúde de Alvorninha tinha inscritos cerca de quatro mil utentes e havia dois médicos a tempo inteiro. Tudo isto mudou porque os médicos de então integraram uma USF e levaram alguns utentes, “deixando a descoberto 1600 utentes que não têm médico de família”, mas têm assistência com um número limitado de consultas. Destes 1600 utentes, cerca de mil “estão de pés e mãos atadas porque não têm outro meio de transporte senão a ajuda da Associação”. Para tentar inverter a situação da falta de médico, Virgílio Santos pondera a contratação de um médico de família a tempo inteiro, mas tal situação não está dentro das suas competências e também seria abrir um precedente. Ainda assim o autarca faz notar que a contratação do médico de família iria reduzir o subsídio atribuído a todas as 32 associações de Alvorninha. No final da visita feita a Caldas e Bombarral, Bruno Dias mostrou-se solidário para com as populações e prometeu que irá questionar o Governo sobre os problemas da falta de médicos de família e a constituição de Unidades de Saúde Familiar na região. “Vamos confrontar o Ministério da Saúde com questões muito concretas que resultam desta informação que nos foi transmitida pelos utentes da saúde e autarcas. Há situações que exigem uma resposta do ponto de vista dos recursos humanos”, disse. Por outro lado vamos questionar sobre “a forma como as USF’s estão a ser implementadas, porque não podem ser feitas num contexto de prejuízo para milhares de pessoas, pois de um lado estão utentes que vêem a sua situação melhorada e é isso que queremos, e do outro há uma descriminação dentro do Serviço Público”. Carlos Barroso
Freguesias do Landal e Alvorninha com queixas nos cuidados de saúde
31 de Março, 2011
O deputado do PCP na Assembleia da República, Bruno Dias, incentivou a população do Landal e de Alvorninha a assistirem e reivindicarem mais cuidados de saúde. “Foi na sequência das organizações e da acção concreta das pessoas, dos utentes da saúde, das populações que se organizaram e foram à luta, que os problemas foram atendidos, […]

Freguesias do Landal e Alvorninha com queixas nos cuidados de saúde
(0)
.
Últimas
Artigos Relacionados
Concluída a obra de estabilização do emissário submarino
Ficou concluída a obra de estabilização do emissário submarino da Foz do Arelho, depois da ocorrência de um episódio súbito de erosão hídrica na margem norte da Lagoa de Óbidos.
Unidade Local de Saúde do Oeste com 57 vagas para médicos
Foi publicado em Diário da República o número de 57 vagas para recrutamento de médicos recém-especialistas para a área hospitalar, para a área dos cuidados de saúde primários e para a área de saúde pública, na Unidade Local de Saúde do Oeste.
Incêndio em anexo que servia de depósito de madeira
Um incêndio habitacional em Tornada mobilizou os bombeiros das Caldas da Rainha cerca das cinco e meia da manhã do passado dia 23, tendo ardido o anexo de uma casa onde era guardada madeira.
0 Comentários