Durante uma semana a selecção portuguesa de futebol esteve alojada no Hotel Marriot, na Praia d’El Rey, em Óbidos, num estágio de preparação para os jogos de qualificação para o campeonato da Europa em 2012 e que incluiu a disputa de dois jogos particulares, um frente ao Chile (1-1 em Leiria) e outro tendo como adversário a Finlândia (em Aveiro, depois do fecho desta edição). Foram sete dias com algumas peripécias. Os primeiros contratempos aconteceram logo à chegada ao hotel. Dos 23 jogadores convocados, acabariam por ficar de fora, por lesão, Cristiano Ronaldo e Miguel Veloso. Manuel Fernandes, que iria substituir um deles, acabaria por não vir, por estar também lesionado. A escolha recaiu então em Nelson e André Santos. Mais à frente seria João Pereira a lesionar-se. O primeiro treino foi aberto e apesar de ser um dia de semana compareceram meia centena de adeptos. No final pediram-se autógrafos e tiraram-se muitas fotografias. Já no segundo treino aberto a afluência não foi muito maior, mesmo tendo sido num domingo. A exibição descolorida e o empate na véspera com o Chile, o treino matinal, a mudança horária e a ausência de Cristiano Ronaldo poderão ter pesado. O certo é que não se viu a agitação de outras alturas. Também a mudança da hora em Portugal fez com que alguns adeptos distraídos chegassem já depois de ter terminado o treino, que foi mais curto do que o que estava previsto. Ainda assim não faltaram os pedidos de autógrafos e de fotografias, com os jogadores do Benfica, Fábio Coentrão e Carlos Martins, a serem os mais requisitados, a par de Quaresma. Paulo Bento também foi solicitado pela assistência. “Vamos ao Euro”, gritou uma fã à passagem do seleccionador, que se limitou a sorrir. Apesar da manhã tranquila, os jogadores acabaram por sentir algum carinho dos adeptos, que compareceram no treino, mais animados com o empate da Noruega (1-1) com a Dinamarca, que permite a Portugal sonhar com o primeiro lugar no Grupo H e apuramento directo para a fase final do campeonato da Europa. Polémica Foi no decorrer do estágio em Óbidos que estalou a polémica. Os intervenientes foram o central luso-brasileiro Pepe e o ex-seleccionador nacional, Carlos Queiroz. Este último tinha recebido a notícia de que um tribunal arbitral anulara o castigo de seis meses de que tinha sido alvo, na sequência do célebre controlo antidoping, que alegadamente Queiroz perturbou. Pepe acusou Carlos Queiroz de “intranquilizar” a equipa portuguesa. O central luso-brasileiro foi mais longe e justificou os abandonos de Simão, Tiago e Deco com a presença de Queiroz. Em declarações aos jornalistas, Pepe disse que Carlos Queiroz é um elemento desestabilizador, que “deveria preocupar-se” em deixar a selecção trabalhar com tranquilidade, longe de polémicas. “Carlos Queiroz está a transmitir intranquilidade e devia parar de fazer declarações. Nenhum português deve querer mal a sua selecção”, disse Pepe. As palavras tiveram o efeito contrário. O ex-seleccionador nacional respondeu que Pepe “está a fazer papel de figurinha menor de uma telenovela barata”, para depois falar com sotaque brasileiro: “Precisa que lhe falem assim. Você está bancando bobo, ou está bancando puxa-saco?”. “Ainda o Pepe andava de chupeta amarela e verde na boca a pensar por que selecção ia jogar e já eu oferecia títulos mundiais a Portugal. Está bancando o patriota aqui com o cara”, continuou. E rematou: “O Pepe não se deve meter na minha vida, não se meta na minha vida porque eu também não me meto na dele quando pontapeia selvaticamente a cabeça de colegas de profissão”. A troca de palavras entre Carlos Queiroz e Pepe criou uma controvérsia que o actual seleccionador Paulo Bento sentiu necessidade de evitar alimentar, ao preferir não comentar as declarações de ambos, para não quebrar o “bom ambiente” no estágio em Óbidos. Mas Bento deixou um apelo: “Cada um que sinta aquilo que deve fazer para o bem da selecção nacional”. “São problemas que aconteceram num momento em que não estive presente nem tenho de estar a falar sobre situações na Federação Portuguesa de Futebol antes, durante e um pouco após o Mundial. Não vou emitir qualquer opinião. O meu foco está na preparação da equipa”, manifestou, no contacto com a imprensa. O seleccionador afirmou que tem tentado que os jogadores “estejam tranquilos”, garantindo que os treinos “decorreram como pretendíamos”. Questionado se as declarações de Queiroz causaram intranquilidade no seio da equipa, Bento admitiu que “é possível que possa haver momentos menos tranquilos”. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)
Estágio da selecção portuguesa em Óbidos

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