Câmara insiste na exigência do despejo da associação “De volta a casa” A Associação “De Volta a Casa”, a funcionar desde 2003, fornece diariamente uma média de 80 refeições a pessoas pobres e com carências alimentares, em Caldas da Rainha. Esta Associação tem funcionado em instalações cedidas pela Câmara. Conhecida que foi a decisão da Câmara de Caldas da Rainha de, unilateralmente, romper o contrato de comodato com a associação, ameaçando com uma acção de despejo até final do passado ano, de 2010, há cerca de dois meses, eu próprio e o Bloco de Esquerda das Caldas da Rainha não nos temos poupado a denunciar esta insólita situação, bem como, paralelamente, temos apelado ao bom senso dos responsáveis da edilidade caldense, para que recuem nesta sua cruel decisão. Apelo que volta a fazer, não numa mera lógica político-partidária (propagandística), mas em nome dos mais elementares princípios humanitários, de fraternidade e de solidariedade. Ora acontece que hoje (dia 3 de Janeiro), contra algumas expectativas positivas que se criaram, uma técnica da Câmara Municipal notificou, oralmente, o benemérito principal animador da associação – Joaquim Sá – para entregar as chaves do refeitório, manifestando assim a teimosia camarária de levar por diante esta absurda e cruel decisão. Como já tivemos ocasião de por diversas vezes esclarecer, o argumentário destes edis, insensíveis à pobreza e à exclusão social, baseia-se num conjunto de falaciosas falsidades, dando eco a preconceituosas visões da pobreza e da exclusão, de que o refeitório não tem condições de higiene (o que testemunhamos ser falso), de que os carenciados são em grande parte marginais (quiçá criminosos, que contribuem para a insegurança na cidade); juízos que de facto radicam, essencialmente, numa visão preconceituosa (ignorante e ou estúpida) que, infelizmente, faz algum caminho na nossa sociedade. No dizer da própria Associação De Volta a Casa, esta, “está disposta a abandonar as instalações…” (mas) “Na certeza da importância social e humanitária do trabalho que temos desenvolvido, e resolvidas as questões formais de funcionamento, com eleição de novos órgãos sociais, esperamos da Câmara Municipal uma solução de localização alternativa para continuarmos a fazer o nosso trabalho solidário. O nosso trabalho terá continuidade nem que seja na rua, como era antes de 2003.” Escusado seria de dizer que esta decisão de despejo, à “De Volta a Casa”, dos principais responsáveis da Câmara, de maioria PSD, tem merecido uma severa condenação da generalidade da sociedade caldense, como a imprensa local tem, com bastante destaque, dado eco. Numa altura em que na agenda política e mediática os problemas da pobreza e da exclusão social ocupam tão grande destaque, na sociedade portuguesa, lançamos, mais uma vez, a veemente denúncia desta insistência da Câmara Municipal em levar por diante este obsceno e cruel despejo e apela-se a todos os portugueses de boa vontade, para que manifestem a sua solidariedade, com esta generosa Associação e todos os carenciados, em número crescente, a quem esta associação serve. A crueldade do despejo consumou-se Posteriormente a ter editado este post tomei conhecimento, pelo próprio presidente da Associação “De Volta a Casa” – Joaquim Sá -, que o cruel despejo, por parte da Câmara de Caldas da Rainha, por ordem da Vereadora Maria da Conceição Jardim, também deputada à Assembleia da República, pelo PSD, se consumou hoje, dia 4 de Janeiro. E que tal como o anunciado, sem nenhuma interrupção, as refeições começaram a ser servidas na rua. Hoje o almoço foi no parque das merendas da mata, propriedade do Hospital e esta noite o jantar está previsto ser, por volta das 20 horas, no interior do monumento de autoria artista Ferreira da Silva, próximo do chafariz das cinco bicas. Mais do que nunca interessa gritar bem alto o nosso protesto, alertando os meios de comunicação social e o povo, em geral, para este autêntico crime de uma Câmara PSD. Todos somos poucos para afirmar a nossa solidariedade aos carenciados caldenses e ao benemérito Joaquim Sá, que contra esta enorme violência, da Câmara, continua firme no seu posto e na sua generosa missão, de dar comida a quem tem fome. Fernando Rocha – deputado municipal pelo BE de Caldas da Rainha
Opinião
13 de Janeiro, 2011
Câmara insiste na exigência do despejo da associação “De volta a casa” A Associação “De Volta a Casa”, a funcionar desde 2003, fornece diariamente uma média de 80 refeições a pessoas pobres e com carências alimentares, em Caldas da Rainha. Esta Associação tem funcionado em instalações cedidas pela Câmara. Conhecida que foi a decisão da […]
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