Senhora deputada e vereadora Maria da Conceição, Permita-me desde já que assim a trate (“dama de ferro das Caldas “) porque o cognome assenta-lhe como uma luva. E acho que abespinhar não se pode, com esta minha liberalidade, porque deve ser fã da dita cuja britânica criatura e da sua imitadora (ou clone) portuguesa, uma abencerragem, na minha opinião, de sua graça (mas sem graça) Manuela Ferreira Leite. Vou começar esta minha carta aberta por lhe contar uma história (verídica) em que precisamente foi protagonista a nossa dama de ferro nacional. Corria para aí o já distante ano de 1993 (se a memoria me não falha), quando essa nossa figura de referência da frieza, na política, resolveu proceder ao maior despedimento colectivo, de que houve e há memória, em Portugal. Sua Exª. era então Ministra da Educação do seu Padrinho Primeiro Ministro Cavaco (o que lucrou com o BPN, que teremos de pagar), quando resolveu despedir cerca de dez mil humildes trabalhadores auxiliares das Escolas, que mal ganhavam para comer. O escândalo foi enorme, mas S. Exª. não cedeu e levou a sua avante, fazendo jus ao cognome de “dama de ferro”. Ora uma amiga minha, então dirigente sindical da Federação dos Sindicatos da Função Pública, numa audiência, que com esta ministra, de triste memória, teve, esgotada muita da argumentação, perguntou-lhe, muito a propósito, qualquer coisa como, se ela, Manuela Ferreira Leite, conseguia dormir descansada, se não lhe doía o coração? Ora, a propósito do despejo do refeitório da Associação “De Volta a Casa”, que sob a superior orientação e batuta de V. Exª., se consumou, no passado dia 4 de Janeiro, passando os nossos sem abrigo e carenciados a comer na rua, ouso fazer-lhe exactamente a mesma pergunta, então feita a Manuela Ferreira Leite, pela então sindicalista. Consegue a senhora continuar a dormir com tranquilidade, não lhe dói o coração e a “alma” ? Todos os que, como nós (mais a Senhora do que eu), andamos nestas andanças da política caldense sabemos que a sucessão do Dr. Fernando Costa, no nosso município termal, pode estar aí, quase “ao virar da esquina”. Já se contam as “espingardas” dos possíveis sucessores e V. Exª., para além das “espingardas” (leiam-se votos do PSD caldense) tem, ao que julgo (permitam-me o juízo), um trunfo de peso, que é o próprio apoio do Dr. Costa, sendo bem mais que que um simples putativo delfim. Passo, pois, a advertir toda a navegação, de que por este seu exemplo, com este cruel e já citado despejo, Caldas da Rainha e os caldenses bem podem preparar-se para o pior (“vad retro, Satana”), se V. Exª., com essa sua “dureza” tomar as rédeas do mando caldense. V. Exª. dirá (como outros dirão) que estou a exagerar, mas pelo andar da carruagem …. Permita-me que lhe diga que nesta sua “obra” do despejo da “De Volta a Casa”, com as inverdades (mesmo algumas mentiras) com que se municiou (com apoio da sua “entourage”) ilustram bem a hipocrisia de todo um processo obsceno, que me mete nojo e repelência. Mais do que um processo político, tudo isto é um ultraje aos direitos humanos, construído na base do preconceito contra a exclusão e pobreza. E por isso a senhora será, não só, politicamente, julgada e perseguida, mas também pelos valores éticos, que neste caso mandou às urtigas. É um estigma que lhe fica e a marcará, politicamente, até ao final da sua carreira. Dirá, como já disse, que foi uma decisão da Câmara e não sua, mas, sendo o seu pelouro e conhecendo-a, minimamente, reconhecemos aí a sua batuta, nesta crueldade que, como já disse, outras vezes, me custa adjectivar, pois o dicionário é curto para tão grande perversidade!… Fernando Rocha
Carta aberta à “dama de ferro das Caldas”
13 de Janeiro, 2011
Senhora deputada e vereadora Maria da Conceição, Permita-me desde já que assim a trate (“dama de ferro das Caldas “) porque o cognome assenta-lhe como uma luva. E acho que abespinhar não se pode, com esta minha liberalidade, porque deve ser fã da dita cuja britânica criatura e da sua imitadora (ou clone) portuguesa, uma […]
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