A Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, vai durante este ano lectivo intervir em meio escolar, em programas de educação para a saúde de luta contra vários factores de risco como o do alcoolismo, obesidade, sedentarismo, ruído e sexualidade. O projecto desta Unidade de Saúde Pública intitulado “Educação para a Saúde e Educação Sexual em Meio Escolar” contempla quatro programas específicos e prioritários: Projecto na área da fisioterapia – “Se as minhas costas falassem…”, projecto “Aprender sem Ruído”, programa “Mosaico de boas práticas alimentares” e um estudo sobre – “Os adolescentes e o envolvimento com álcool”. A intervenção que vai ser feita em todas as escolas abrangidas pelo ACES Oeste Norte contempla ainda os programas nacionais de Saúde Oral” e da Educação Sexual. Uma reunião de trabalho sobre este projecto decorreu no passado dia 12 de Outubro no auditório da Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO), com a presença dos directores e professores-coordenadores de todos os agrupamentos escolares dos Concelhos do ACES Oeste Norte (Caldas da Rainha, Nazaré, Alcobaça, Bombarral, Óbidos e Peniche), e profissionais deste Agrupamento de Saúde. Para Jorge Nunes, coordenador da USP dos ACES Oeste Norte, as crianças e jovens constituem um grupo prioritário e justificam o maior empenhamento e disponibilidade por parte dos profissionais no reforço de acções para responder à complexidade dos actuais problemas em saúde infantil e juvenil. “Será um valioso contributo para a elevação do nível educacional de saúde da população escolar que é um grupo mais facilitador na adopção de comportamentos mais saudáveis”, disse este responsável, acrescentando que para intervier no meio escolar têm que arranjar parcerias e protocolos. “Tivemos uma primeira reunião em Setembro com os coordenadores da equipa de apoio às escolas do Oeste com sede em Torres Vedras e eles mostraram-se interessados em trabalhar connosco daí surgiu esta reunião para debater e conversar sobre o programa”, adiantou, Jorge Nunes. Quanto aos projectos, o coordenador desta Unidade de Saúde Pública explicou que o programa de promoção “Se as minhas costas falassem” vai continuar com a abordagem da correcta utilização das mochilas e à arrumação do seu conteúdo. No âmbito deste projecto e sua intervenção em saúde escolar o serviço de fisioterapia do ACES Oeste Norte, tem desenvolvido desde 2003 o programa “Escola e Saúde” para estudar os factores de risco das raquialgias. Em parceria com todas as escolas de 2º ciclo do Concelho das caldas da Rainha foi desenvolvido este programa multifacetado denominado “Se as minhas costas falassem…” de forma a envolver todos os alunos do 5º ano, no ano lectivo de 2006/07. Segundo, Jorge Nunes, dado a esta acção integrada da equipa de saúde escolar com o apoio dos docentes e de vários parceiros conseguiu-se atingir os objectivos de promover uma mais adequada gestão do material escolar e um mais correcto transporte da mochila. De acordo com este responsável este programa é para continuar porque “os alunos estão a adoptar comportamentos mais saudáveis, mas é necessário o envolvimento de toda a comunidade escolar e sobretudo dos decisores para serem adoptadas medidas efectivas para defender a saúde das costas da nova geração”. Portanto as actividades de promoção da correcta utilização das mochilas vão centrar-se na colocação de cartazes nas escolas, contactos com os encarregados de educação, distribuição de panfletos, entre outros. Apesar da divulgação do transporte da mochila estar ao alcance de todos os alunos um trabalho mais intensivo aos estudantes dos primeiros e quintos anos de escolaridade será feito em sala de aula. Quanto ao projecto “Aprender sem Ruído”, Jorge Nunes disse que propõem-se a avaliar os níveis de ruído existentes em diversos espaços nomeadamente em salas de aula, cantinas e ginásios de escolas do 1º e 2º ciclos. Segundo este responsável, numa primeira fase, essa avaliação será concretizada numa escola por concelho do ACES Oeste Norte e numa fase posterior e se se justificar, “pretendemos alargar essa avaliação a mais escolas, para além de projectarmos fazer a avaliação do ruído a que estarão expostos, individualmente, os professores e os alunos durante o seu horário de trabalho”. O coordenador adiantou ainda que se encontrarem os níveis de ruído expectáveis têm como objectivo apresentar “as medidas correctivas necessárias em colaboração com a comunidade educativa e as Câmaras Municipais, para além de outros profissionais cuja intervenção seja considerada pertinente”. Segundo o delegado de saúde, aquela primeira avaliação será realizada com a colaboração da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra que “irão dar formação aos nossos técnicos de saúde ambiental na área da medição do ruído e vão ceder um aparelho para essa medição”. Em contrapartida o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte irá receber estagiários daquele Instituto Superior. De acordo com os técnicos de saúde ambiental, é conhecida desde há muito a relação existente entres exposição a ruído excessivo e o aparecimento de diversos problemas de saúde como a, denominada fadiga auditiva, a irritabilidade e agressividade acrescidas, a diminuição da capacidade de concentração, o cansaço, o stress, as alterações do padrão do sono, a hipertensão arterial, entre outros para além da óbvia surdez profissional que tem sido mais estudada em ambiente industrial. “Mosaico de Boas Práticas Alimentares” O desenvolvimento da restauração colectiva, a importância da higiene neste domínio e o perigo permanente dos microbiológicos para o consumidor foram factos que levaram os profissionais da Unidade de Saúde Pública do ACES – Oeste Norte a criarem o projecto, “Mosaico de Boas Práticas Alimentares”. Segundo, Cristina Pecante, médica de saúde pública, este projecto pretende transmitir de uma forma acessível, um conjunto de procedimentos elementares, baseada em normas de boas práticas alimentares, contribuindo para a formação dos profissionais que intervêm ma preparação dos alimentos, nas diversas fases, confecção, conservação e distribuição. A intervenção vai ser feita nas escolas do 1º. Ciclo e jardins-de-infância que sirvam refeições onde será dada formação a manipuladores de alimentos de acordo com o tipo de confecção. “Haverá uma articulação com o laboratório de saúde pública para a realização de análises microbiológicas aos alimentos, superfícies de trabalho, utensílios e mãos dos manipuladores”, disse, Cristina Pecante, acrescentando que “decorrerão vistorias sanitárias às escolas e jardins-de-infância abrangidas para avaliação das instalações, dos procedimentos/funcionalidade e da implementação de boas práticas de laboração”. Numa segunda parte irão decorrer acções de sensibilização dos alunos do 1º ciclo para temas de saúde ambiental (solo, água, alimentos e resíduos). Outro projecto desta Unidade de Saúde Pública é um estudo que pretende avaliar o envolvimento com o álcool nos adolescentes que frequentam escolas da área de influência do ACES – Oeste Norte. A investigação também pretende determinar o modo de aquisição das bebidas alcoólicas pelos adolescentes em estudo. Segundo o coordenador, a população é constituída pelos adolescentes a frequentarem o 3º ciclo do ensino básico e o ensino secundário de todas as escolas da área de influência do ACES Oeste Norte. “Será feito o levantamento de todas as turmas do 3º ciclo do ensino básico e secundário com os conselhos executivos. Após determinada a amostra será feita a aplicação do questionário a todos os alunos das turmas seleccionadas que deverão ser preenchidos em sala de aula”, explicou, o delegado de saúde, acrescentando que “o instrumento de colheita de dados é um questionário com 4 questões para identificação e 14 questões relativas à “Escala de envolvimento com o Álcool para adolescentes ( AAIS)”, e uma questão relativa ao local onde adquiriram a bebida alcoólica”. Neste momento aguardam a autorização do Ministério da Educação para a aplicação dos questionários. A educação para a saúde e educação sexual é apoiada ao nível local pela Unidade de Saúde Pública competente no âmbito da actividade de saúde escolar. A carga horária mínima é seis horas para os 1.º e 2.º ciclos e 12 horas para o 3º ciclo e secundário. Segundo o delegado de saúde, o objectivo é contribuir para uma vivência mais informada, mais gratificante, mais autónoma e mais responsável da sexualidade. Um dos vectores essenciais do programa da Educação Sexual em Meio Escolar é a formação dos agentes educativos no sentido de serem capazes de agir de forma adequada e coerente face às dúvidas e manifestações das crianças e jovens relativas à sua sexualidade. A abordagem pedagógica de temas da sexualidade humana; envolvimento das famílias no processo e o estabelecimento de mecanismos de apoio individualizado e específico às crianças e jovens, são outras vertentes deste projecto. O programa nacional de promoção de saúde oral em meio escolar tem como objectivos reduzir a incidência e a prevalência das doenças orais nas crianças e adolescentes e melhorar conhecimentos e comportamentos sobre saúde oral. Segundo a médica de saúde pública, Cristina Pecante, neste ano lectivo de 2010/2011 todos os alunos nascidos em 2003, 2000 e em 1997 e que frequentam escolas públicas e IPSS vão passar por um higienista oral que fará uma triagem e diagnóstico da condição da saúde oral do aluno que depois receberá um cheque – dentista. “O cheque-dentista não corresponde a nenhum valor monetário nem a um n.º limitado de consultas. Permite que no final da intervenção o aluno fique com todos os dentes definitivos tratados e protegidos”, disse, esta responsável, acrescentando que “no passado ano lectivo foram abrangidos 5600 alunos na área de abrangência do ACES – Oeste Norte”. Segundo Cristina Pecante, a taxa de utilização dos cheques dentistas no ano lectivo de 2009/2010 foi de 40.1%. No âmbito da promoção da saúde no meio escolar, o coordenador desta Unidade de Saúde Pública revelou que no próximo ano lectivo irão ter mais dois técnicos a trabalhar com eles nas áreas da educação social e na reabilitação e intervenção precoce. Marlene Sousa
Unidade de Saúde Pública do ACES – Oeste Norte vai intervir em meio escolar em programas de educação para a saúde
21 de Outubro, 2010
A Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, vai durante este ano lectivo intervir em meio escolar, em programas de educação para a saúde de luta contra vários factores de risco como o do alcoolismo, obesidade, sedentarismo, ruído e sexualidade. O projecto desta Unidade de Saúde Pública intitulado […]

Unidade de Saúde Pública do ACES – Oeste Norte vai intervir em meio escolar em programas de educação para a saúde
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