Um rapaz de treze anos andou quase quatro meses com a unha encravada, sem que lhe resolvessem o problema. Depois de dezenas de deslocações ao Centro de Saúde de Alcobaça e ao Hospital das Caldas da Rainha, onde lhe foram sucessivamente aplicados pensos e nitrato de prata, não havia ninguém para lhe extrair a unha. Os pais da criança tiveram de contornar a burocracia e recorreram a serviços de urgência. Em três minutos a unha foi retirada e as dores deixaram de existir. É com indignação que Luís Pereira conta o caso do seu filho, Carlos. Jogador de futebol nas camadas sub-13 no Ginásio de Alcobaça, tem uma mala-pata com as unhas encravadas. Na primeira vez que lhe aconteceu, os pais recorreram a uma clínica de enfermagem privada. Pagaram e a contrariedade foi resolvida. Da segunda vez, no início de Maio, por causa do primeiro dedo do pé direito, foram ao Hospital de Alcobaça. “Fomos atendidos por uma médica de clínica geral e como a unha estava infectada, tirou-lhe um bocado e fez questão de o ver mais tarde no hospital das Caldas da Rainha. Foram feitos pensos para sarar a ferida e dados antibióticos. A 4 de Julho fomos então ao hospital das Caldas, onde uma cirurgiã o analisou e voltou a fazer pensos e durante várias vezes foi usado um cotonete com nitrato de prata para queimar a unha. Mas na altura de voltar a ser visto pela cirurgiã, ela nunca estava e eram marcados novos dias”, descreveu Luís Pereira. A gota de água foi no dia 23 de Agosto. “De novo estava a cirurgiã e foi marcada a observação para dia 26. Mas já no dia 20 também não estava e tinha sido para dia 23”, relatou o pai de Carlos. Luís Pereira arranjou a solução: “Passei por cima do sistema e marquei uma consulta na urgência e foi como se fosse visto pela primeira vez. E em três minutos, o cirurgião que lá estava chegou com um bisturi, extraiu um bocado da unha, resolveu o problema e acabou com o sofrimento ao miúdo, que dentro de pouco tempo já pode voltar a jogar à bola e fazer educação física”.   Francisco Gomes