Miguel Duarte campeão e recordista mundial Terminou no passado dia 1 o Campeonato do Mundo de Tiro com Besta em percurso de caça simulada (3D), realizado nos bosques a 30km de Estocolmo (Suécia) onde estiveram presentes 3 besteiros portugueses, de entre os quais Miguel Duarte, do Arco Clube das Caldas. Numa prova marcada por algumas polémicas, desistências e desqualificações, Miguel Duarte terminou no último dia das competições oficiais sozinho na sua classe. Como não se acomodou ao facto de ter garantido a conquista do título mundial disparou o melhor que pode e rubricou o novo máximo mundial da classe – anteriormente pertencente a um besteiro húngaro com 152 pontos – aumentando para o valor de 166 pontos. A competição é composta basicamente por um percurso em floresta com alvos tridimensionais de tamanho e feitio dos animais de caça, desde um pequeno coelho, pato ou javali até ao alce e ao urso. Para acertar nos 24 alvos o besteiro tem de calcular sem ajudas a distância a que o mesmo se encontra e regular a mira por forma a acertar o mais próximo do coração possível com um só tiro por alvo. Estiveram presentes as três classes de besta em competição, a medieval, totalmente dominada por besteiros suecos, a besta sporting unlimited, com forças e velocidades superiores a 350 pés por segundo e miras de 25 aumentos e a besta target, bastante limitada em potência e velocidade, com um máximo de 210 pés por segundo e 95 libras de força, o que, por essa razão, tem afastado os competidores da classe das provas de distância desconhecida; tal aconteceu aos recordistas e campeões do mundo do último mundial, como o sueco Micky Skottlund, a britânica Iris Bingam ou o checo Thomas Zivny, famosos atiradores target crossbow que optaram nesta competição pela mais simples besta unlimited pois, por exemplo, se o besteiro errar por 2 metros a distância que estimou ao alvo numa target crossbow, o tiro falha o alvo (animal) enquanto na unlimited é possível um erro superior a 7 metros, tal é a força e velocidade da flecha. Miguel Duarte optou pela sua arma de eleição, com a qual disputou o último campeonato do mundo e o campeonato nacional, demonstrando que é possível obter bons resultados, tendo somente falhado 3 alvos no total dos 48 do campeonato, menos do que alguns dos atiradores com besta unlimited. Pese o facto do besteiro do Arco Clube das Caldas lamentar a forma pouco convencional como conquistou o título de campeão mundial, fica o orgulho de registar para si o novo máximo mundial e aumentar o prestígio internacional dos besteiros portugueses. Também haverá que felicitar os outros dois portugueses em competição, Carlos Almeida e João Pedro Santos, 14 e 19 da classe sporting unlimited, respectivamente, que se bateram heroicamente contra atletas com equipamento muito superior e que ficaram abaixo das suas pontuações. Os próximos campeonatos mundiais da World Crossbow Shooting Association serão em 2011 em Adelaide (Austrália) e no ano seguinte em Dublin (Irlanda), logo se verá se com atletas nacionais presentes.