A retenção de poluição num rio que vai desaguar na Praia da Areia Branca, na Lourinhã, está a ser questionada por banhistas, que consideram que as normas da Bandeira Azul, atribuída pela primeira vez a esta estância balnear, não estão a ser cumpridas. Ângela Caetano relatou ter escolhido aquela praia para férias porque tinha Bandeira Azul, mas, confessou, “fiquei triste porque a praia encontra-se totalmente poluída por um rio que entra pelo mar quando as entidades locais o abrem. Outras vezes está fechado, conforme a vontade e a necessidade de se fazerem as análises às águas”. Segundo apontou, a atribuição do galardão europeu “não garante a qualidade”, uma vez que, de acordo com a legislação, para a Bandeira Azul ser concedida deve haver “ausência absoluta de descargas de águas residuais industriais, urbanas ou outras na área da zona balnear, assim como nas zonas envolventes que comprovadamente afectem directamente a mesma”. Para além disso, “não são permitidos quaisquer armazenamentos, retenções, tratamentos ou infiltrações de água residual na área da zona balnear”. O presidente da Câmara Municipal da Lourinhã nega que a poluição do rio afecte a qualidade da praia, dado que “o curso do rio está fechado e não entra em contacto com a praia”. José Manuel Custódio revelou que ia reunir com técnicos da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo para combinar a intervenção a efectuar no Inverno para despoluir o Rio Grande. Até Março do próximo ano a autarquia pretende resolver o problema da poluição, nomeadamente das lamas acumuladas no fundo, para poder estender a Bandeira Azul à zona sul da praia e evitar queixas de banhistas como Ângela Caetano, que relatou que “a Praia da Areia Branca sul comunica directamente com o esgoto, delimitado por uma vedação frágil a informar que não se pode tomar banho”. Contudo, o presidente da autarquia assegura que as últimas análises certificam a qualidade da água e a permanência da Bandeira Azul. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)