Na véspera da partida para uma semana de férias e no dia do casamento do seu sócio, José Gonçalves recebeu no passado domingo uma notícia que o deixou completamente desanimado – o aviário que possuía na aldeia da Fanadia, nas Caldas da Rainha, foi destruído por um incêndio. Cerca de 27600 galinhas poedeiras morreram carbonizadas e a produção de mais de 20 mil ovos foi perdida. À chegada à Travessa da Oliveirinha, onde se situa a Multiovos, Lda, empresa de produção de ovos, o cenário era desolador, depois das chamas terem consumido dois dos três pavilhões do aviário. Na parte afectada, viam-se largos corredores repletos de galinhas mortas dentro de gaiolas. Nas passadeiras, alguns ovos limpos da fuligem indiciavam terem sido postos pelas poucas galinhas que conseguiram escapar ao fogo. O incêndio terá começado num dos pavilhões, depois da uma da manhã, mas o alerta para o Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria só chegou às duas horas. Tempo suficiente para as galinhas morrerem queimadas ou intoxicadas. A acção das sete corporações de bombeiros que acorreram ao local impediu, ainda assim, que as chamas alastrassem ao pavilhão maior, onde estavam 27392 galinhas, e a uma zona de mato junto à A15, entre Caldas da Rainha e Santarém. “As causas estão em aberto, tanto pode ter sido curto-circuito como fogo posto. Os investigadores policiais e os especialistas é que vão estudar as hipóteses”, disse José Gonçalves. O proprietário estima um prejuízo na ordem dos 560 mil euros e espera que o seguro cubra os danos nas infra-estruturas. Mas os equipamentos e as aves deverão ficar de fora. Bombeiros Combateram as chamas 40 bombeiros e 14 viaturas das corporações de Caldas da Rainha, Alcobaça, Benedita, Bombarral, Óbidos, Peniche e São Martinho do Porto. O incêndio foi dominado pelas 3.20 da manhã. Galinhas Na tarde de domingo os bombeiros das Caldas da Rainha voltaram ao local e ajudaram a retirar galinhas vivas que estavam presas nas gaiolas e apanharam outras que andavam à solta no meio dos destroços. Intempérie A empresa teve 29 mil euros de prejuízo aquando da intempérie que assolou a região Oeste em Dezembro do ano passado. Até agora ainda não recebeu os cinco mil euros de compensação prometidos pelo Estado. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)