Falta de limpeza das matas e em terrenos junto às habitações potenciam risco de incêndio florestal Os bombeiros das Caldas estão preocupados com o estado em que encontram as matas do concelho e que são um forte aliado, nesta altura, para os incêndios florestais. As palavras de preocupação são do comandante dos bombeiros, José António Silva que apela para que os proprietários dos terrenos limpem a uma área em redor das habitações entre os 10 a 50 metros para se garantir um perímetro de segurança, além de estarem, desta forma, a cumprir a Lei. Numa visita aos locais que em 2005 fustigaram as Caldas da Rainha, Coto, Fanadia e Salir de Matos, é visível um imenso matagal que denuncia o perigo de incêndio. Nesta visita confrontamos alguns proprietários de terrenos que confessaram que já fizeram uma limpeza durante o inicio da primavera, mas devido à humidade as ervas voltaram a crescer. Perante tal facto José António Silva apelou a uma nova limpeza para continuar a garantir a segurança. Esta situação foi relatada por José Luís, residente na zona do Lavradio e que em 2005 viu a casa ameaçada bem como um pavilhão, mas congratula-se com a ajuda dos bombeiros que lhe salvaram os bens. Este proprietário que já fez um corte ao mato durante este ano ficou sensibilizado com as palavras do comandante dos bombeiros e irá continuar a proceder à limpeza do seu terreno lamentando, no entanto, que ao lado exista um terreno que é de um emigrante nos Estados Unidos e que não o limpa há vários anos.Foi exactamente por causa deste problema que José António Silva pediu para que José Luís se dirija ao Gabinete Técnico Florestal para tratar desta situação já que será a Câmara a notificar o emigrante para que seja feita uma limpeza no terreno. Mais a este percorreu-se a zona de Salir de Matos, onde Carlos Vicente vive no meio de um eucaliptal com vários proprietários que curiosamente não se dão bem, nem mesmo quando se trata de defesa dos seus bens. Segundo Carlos Vicente, residente no Casal de São Vicente, já passaram cinco anos quando a 4 de Julho de 2005 ficou cercado pelo fogo e quase perdeu a casa e os animais, tendo-lhe valido a acção dos bombeiros. Passados todos estes anos, o dilema do fogo está sempre presente e aquele susto valeu-lhe, já que acabou por comprar um tractor que todos os anos usa para lavrar a sua propriedade, mas lamenta que os proprietários confinantes não façam o mesmo. Estas duas histórias são similares a muitas outras por todo o concelho, o que não deixa o comandante sossegado. “Temos algumas preocupações, porque há muita vegetação. Há dias de muito calor e a vegetação vai secando, mas com o desenrolar do verão, Agosto e Setembro poderão ser alturas complicadas. Mas assusta-me e preocupa-me que as pessoas não tomem medidas de auto protecção que deveriam tomar. É fácil passar pelos locais onde se deram os incêndios em 2005 e ficamos tristes porque essas zonas estão outra vez com mato crescido e com risco para as habitações onde há igualmente muita vegetação”, disse o comandante. José António Silva considera que há situações complicadas onde os terrenos pertencem a proprietários de habitações que não tem cuidado, nem adoptam medidas preventivas. “Quando há um incêndio ficam aflitos e socorrem-se dos bombeiros, exigem de nós quando não podemos porque há vários focos de incêndio em locais distintos e não há pessoas que cheguem a todo o lado, mas também não se lembram de tomar medidas de auto-protecção e cumprir a Lei ao limpar o terreno. Quando o terreno não é do próprio, se tiverem em risco, podem limpar e imputar as custas da limpeza ao proprietário do terreno”. Ainda assim, José António Silva, compreende que em muitos casos é difícil notificar os proprietários, mas também aqui a Lei tem de melhorar, e lembra que as entidades públicas devem dar o exemplo ao limpar estradas e acessos. “É preciso sensibilizar as pessoas para as atitudes que devem ter em relação aos fogos florestais. É a sua auto-protecção e dos vizinhos. Está tudo legislado, mas assistimos, desde a administração pública aos particulares que todos estão a olhar para o lado e estão à espera do que vai acontecer a seguir e não se preocupam com o mato que cresce em volta das casas e não são criados aceiros, não se fazem limpezas pontuais e regulares, não são criadas faixas de protecção”. O comandante dos bombeiros refere que as Juntas de Freguesia tem construído alguns acessos, mesmo em zonas de densidade florestal, “mas ninguém faz limpezas”. José António Silva revelou no entanto que este ano a EDP, após muita pressão, fez limpezas nas zonas onde passam linhas de alta tensão da empresa, o que constitui uma boa acção. Quanto às zonas de maior risco, José António Silva não quis sinalizá-las, para não alertar os que eventualmente façam ignições, mas recorda que são todas aquelas onde há mato. “Há zonas que me preocupam bastante. Mas preocupo-me com todo o concelho, mas há uma preocupação mais evidente onde há casas no meio de áreas florestais. Tenho chamado a atenção das habitações e as respostas são de despreocupação. Isso são locais que me preocupam, pela densidade florestal e pela morfologia do terreno. Mas assusta-me que as pessoas não estejam preocupadas com os seus bens”, disse. Até agora a área ardida nas Caldas à similar à do ano passado, mas julga o responsável que o nível de ignições tenha mais mãos criminosas já que muitos fogos deflagram no meio de nada, ao final do dia ou princípio da noite. “Os fogos florestais que temos tido nas Caldas são de origem desconhecida, mas há uma suspeita de mão criminosa.”, concluiu. Carlos Barroso
Bombeiros das Caldas preocupados
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