Os familiares de José Felismino Martins Franco querem saber o que se passou em Madrid para o operário da Câmara Municipal de Peniche ter morrido numa linha férrea perto do aeroporto. O seu cunhado, João Paulo Dias, relatou que comprou um bilhete a José Franco, de 51 anos, para ir à Holanda passar uns dias de férias e ver a mãe, a irmã e os sobrinhos. O pintor da Câmara de Peniche embarcou no dia de 3 Julho num voo da Ibéria com escala em Madrid para Bruxelas, mas logo começaram os problemas com a companhia, alegadamente, a baralhar José Franco. “Depois de estar em Madrid a fazer escala, o voo acabou por ser cancelado. Mais tarde disseram-lhe que o voo era às 19h e não houve. Voltaram a dizer que era no dia seguinte e nunca houve esse voo. Estive sempre em contacto com ele, mas achei que estava baralhado com tantos adiamentos e tanta confusão no aeroporto. Acho que gozaram com ele. Liguei no dia 5 pela última vez e disse-me que tinha ido dormir não sabe onde e estava com os taxistas no aeroporto a ver os aviões a levantar. Mandei-o ir a um balcão e depois deixei de estar em contacto com ele. À noite ligaram da Embaixada a dizer que não iam dar uma boa notícia e que ele tinha sido atropelado por um comboio”, relatou João Paulo Dias. O cunhado do falecido acabou por entrar em contacto com a polícia espanhola, que está a investigar a possibilidade de assalto seguido de homicídio, mas também na possibilidade de suicídio, a qual a família não acredita. “Disseram-nos da Embaixada que ele tinha sido atropelado pelo comboio na linha que passa perto do aeroporto em Madrid. Não lhe encontram documentos nenhuns com a excepção de um papel do banco e fotografias de familiares e algum dinheiro. Não vou ficar descansado enquanto não souber o que se passou”, disse o cunhado do falecido, que no passado dia 8 foi até Madrid conversar com as autoridades espanholas e identificar o corpo. As cerimónias fúnebres de José Franco, conhecido pelo “Mal das Vinhas” foram realizadas pela funerária Nossa Senhora da Conceição de Peniche. Carlos Barroso