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Colecção da Guerra Peninsular a ser preparada para museu em Óbidos

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Na ocasião em que se comemoram os 200 anos da Defesa das Linhas de Torres, o Município de Óbidos associa-se às iniciativas que se têm vindo a realizar por toda a região Oeste. Desde 9 de Julho, encontra-se disponível, no Portal do Município de Óbidos na Internet, informação referente ao Projecto de Musealização da Colecção […]
Colecção da Guerra Peninsular a ser preparada para museu em Óbidos

Na ocasião em que se comemoram os 200 anos da Defesa das Linhas de Torres, o Município de Óbidos associa-se às iniciativas que se têm vindo a realizar por toda a região Oeste. Desde 9 de Julho, encontra-se disponível, no Portal do Município de Óbidos na Internet, informação referente ao Projecto de Musealização da Colecção da Guerra Peninsular de Frederico Pinto Basto, que se encontra à guarda do Arquivo Histórico Municipal. Nesta página encontram-se referências aos trabalhos já desenvolvidos e em desenvolvimento sobre a Colecção da Guerra Peninsular. A Colecção da Guerra Peninsular de Frederico Pinto Basto, teve como origem, uma rara conjugação de factores. Por um lado, todo o acervo da Família Pinheiro, os chamados Senhores das Gaeiras, que sob a égide de António Gomes da Silva Pinheiro (participante activo aquando das Invasões Francesas e mesmo durante as lutas fraticidas entre liberais e miguelistas), conseguiram reunir um fabuloso espólio documental, bibliográfico e de algumas peças raras, desde os finais do século XVIII e por outro, o interesse de Frederico Pinto Basto, que para além de ter contraído matrimónio com uma representante da Família Pinheiro, Emilia Garrido Pinheiro, foi igualmente motivado pelos estreitos laços familiares com a Inglaterra, pela temática do conflito peninsular e pela história do início do século XIX, comum aos dois países. Sensível ao facto, Frederico Pinto Basto procurou preservar esse legado, ao mesmo tempo que compreendeu a sua importância para a história local e para a compreensão dos factos ocorridos em Portugal, no início do século XIX. Durante a década de 30, procurou aumentar esse acervo, através de aquisições, quer em Portugal, quer no estrangeiro, reunindo uma colecção única sobre a temática. Óbidos, sendo o palco onde ocorreram os primeiros combates do difícil conflito travado por Portugal, que ficaria para a História com a designação de Guerra Peninsular, estava assim fadada para ser o local ideal para um espaço sobre a temática. O Museu por ele criado, na sua própria casa, na década de 30, atraiu imensos visitantes, nacionais e estrangeiros, que se interessavam pela temática, sendo referenciado como um dos locais a visitar na região para quem quisesse compreender um pouco mais da História de Portugal, nos turbulentos inícios do século XIX. Após a sua morte, o seu trabalho não teve a continuidade desejada, apesar de uma parte da colecção, nomeadamente algumas peças de armaria, terem sido incorporadas no Museu Municipal de Óbidos, na década de 70. Em virtude da vontade expressa do Município de Óbidos, em materializar esse desígnio sob a forma de uma nova unidade museológica, o serviço de Arquivo Histórico tem vindo a executar os trabalhos de catalogação, conservação e divulgação da colecção, bem como o da temática histórica a ela associada, junto da população adulta e em idade escolar. A par do trabalho efectuado na colecção Frederico Pinto Basto, pretende-se ainda valorizar os diversos locais e sítios existentes no município, em articulação com outros em concelhos vizinhos, que, pela sua importância e relação com os factos e acontecimentos ocorridos, se tornaram locais de interesse histórico de elevado valor, tal como é apontado pela lei 107/01, que estabelece as bases da política e do regime de protecção do património cultural. De acordo com o protocolado entre a família Pinto Basto Lupi e a Câmara Municipal e aprovado por unanimidade na Assembleia Municipal, em 30 de Abril de 2008, a Colecção ficou à guarda do Arquivo Histórico, para o seu estudo, conservação e respectivo projecto de implementação museológica. Assim, este serviço, tem vindo a desenvolver a tarefa de unificar toda a vasta colecção da Guerra Peninsular no sentido de lhe dar a coerência necessária, em articulação com o território, elaborando, para tal, o respectivo projecto e desígnio museológico com o objectivo de garantir a salvaguarda e protecção da colecção, a sua valorização e a sua divulgação, enquanto bem patrimonial único para o conhecimento de um dos períodos mais conturbados da história de Portugal e da Europa. Ainda em fase de estudo e catalogação, não estando por isso ainda acessível ao público, a Colecção da Guerra Peninsular de Frederico Pinto Basto, é constituída por um vasto acervo, composto pelos seguintes fundos. O fundo bibliográfico é um dos ex-libris da Colecção, encontrando-se títulos especializados e raros da época, abarcando essencialmente o estudo da história político-militar dos inícios do século XIX. Salienta-se também a existência de obras relativas à História das Ideias e Mentalidades, antes e pós Revolução Francesa, sendo um espólio importantíssimo para a compreensão da sociedade em que o objecto em estudo se enquadra. O fundo cartográfico é composto por algumas dezenas de mapas originais do final do século XVIII e inícios do XIX, muitos deles para uso nas operações militares. O fundo de correspondência pessoal reúne importante informação sobre diversas matérias relacionadas com a temática. Reunida através da correspondência mantida entre Frederico Pinto Basto e diversas personalidades e instituições. O fundo documental é também um dos mais importantes desta Colecção. Aqui estão retratados mais de quarenta anos da História de Portugal, encontrando-se documentação original da época das Invasões Francesas, diversas cartas régias do mesmo período e uma valiosa documentação que retrata a vida político-social da Família Pinheiro, durante todo o século XIX português, nomeadamente a do seu patriarca, António Gomes da Silva Pinheiro e a de seu filho Adriano Gomes da Silva Pinheiro, que viveram e participaram activamente, tanto nos acontecimentos das Invasões, como na Guerra Civil que posteriormente veio a eclodir. Existem ainda um importante conjunto fotográfico da década de 20 e 30 do século XX, com imagens únicas de locais históricos e campos de batalha, relacionados com a temática, um fundo iconográfico, em óptimo estado de conservação, com personagens, cenas de batalha da Guerra Peninsular e outros acontecimentos são retratados em gravuras e aguarelas de boa qualidade, representando uma unicidade gráfica ímpar sobre a temática, um fundo de periódicos, constituído essencialmente por artigos relacionados com a Guerra Peninsular existentes em jornais e revistas nacionais e estrangeiras, e uma colecção de postais alusivos ao tema, com paisagens e personagens do período napoleónico. O acervo museológico a par do bibliográfico e do documental é uma das mais-valias desta colecção, pois encontramos as mais variadas peças relacionadas com a temática em causa. Para além das raras peças de armaria, que ilustram de uma maneira ímpar o período conturbado das invasões francesas e lutas liberais, a Colecção é composta por dezenas de objectos de uso quotidiano e peças únicas de uniformes e acessórios, que abrem uma verdadeira janela para a compreensão da sociedade portuguesa dos inícios do século XIX e para as transformações por ela sofrida a vários níveis. O Arquivo Histórico de Óbidos tem vindo a desenvolver uma série de iniciativas de divulgação ligadas à temática, através de visitas guiadas aos locais históricos do país e da região, e através de exposições temáticas. Tem vindo, ainda, a dar apoio a iniciativas e solicitações de outros Municípios, na elaboração de exposições e actividades comemorativas dos acontecimentos, bem como a colaborar com associações nacionais e estrangeiras. Fruto de uma colaboração entre o Complexo Escolar e o Município, o Arquivo Histórico tem vindo a desenvolver um plano de actividades junto da população escolar, no sentido de sensibilizar os alunos e professores para a temática de defesa e salvaguarda patrimonial. Com alguma regularidade essas actividades proporcionam uma visita aos locais históricos da região, onde os alunos desfrutam de uma aula de história ao vivo, desenvolvendo depois, em ambiente de sala de aula, uma série de trabalhos relacionados com a temática. Tem vindo igualmente a ser elaborado um programa regular de publicações alusivas à temática e que constituem um factor de divulgação de conhecimento. Francisco Gomes

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