Após decisão por parte da Senhora Ministra da Saúde Ana Jorge, que o novo hospital Oeste Norte será, afinal, a remodelação e ampliação do actual Hospital Distrital das Caldas da Rainha, como chegou a estar planeado anteriormente, veio na mesma altura o senhor Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, para além de outras declarações, afirmar, através da comunicação social local ”seguramente serão necessários uns três hectares”, adiantando que com esta extensão, não entrará em conta em conflito com a mata, nem porá em perigo o aquífero. Passados alguns dias veio o senhor José Marques, mentor do hospital Oeste Norte publicamente pedir a demissão dos autarcas da Comunidade Intermunicipal do Oeste, por terem aceite a ampliação do Hospital das Caldas, em vez da construção de um hospital de raiz. Independentemente das razões invocadas por parte do Presidente da Câmara de Caldas da Rainha e da contestação demonstrada por José Marques, efectivamente, o que está em causa é qual destes dois senhores fala com verdade, honestidade e transparência. É um direito que assiste aos cidadãos de Caldas da Rainha, que se vêem confrontados perante responsáveis, que no mesmo assunto, têm uma linguagem quase totalmente oposta. Mais preocupante, quando o senhor Presidente da Câmara, por um lado, faz afirmações que a referida ampliação “não entrará em conta em conflito com a mata, nem porá em perigo o aquífero” e por outro lado vem o senhor José Marques afirmar que no seu entender a ampliação do hospital “significa mais um duro golpe na destruição do património termal, é uma agressão ambiental, é um erro urbanístico grave”. Por outro lado, vai mais longe na sua apreciação, Jorge Mangorrinha, com a sua apreciação, afirmando: “Cumulativamente, o presidente da Câmara das Caldas esfrega as mãos de satisfação sobre a provável entrega do Parque e da Mata à sua gestão, por parte do Ministério da Saúde…a juntar a esta evidência o mais grave passa por sabermos que a vontade da Câmara das Caldas nunca foi criar e gerir espaços verdes e que os exemplos que tem dado são de um profundo desleixo. Mesmo quando exerci as funções de vereador num mandato, as minhas dificuldades foram imensas para fazer passar algumas ideias e propostas de cariz ambiental”. Perante estas três opiniões, certamente que os caldenses se interrogarão, como eu, afinal quem está a falar verdade? Naturalmente que todos nós, caldenses, estaremos preocupados, em especial, no que toca até que ponto a Mata e aquífero termal vão efectivamente ser atingidos ou não, com a ampliação do Hospital Oeste Norte. Lanço aqui um desafio, que certamente será o mais acertado e do interesse de todos, não só por uma questão de verdade e transparência. Porque não realizar-se um debate público entre os responsáveis directamente envolvidos e com a participação de todos os caldenses e assim certamente ficaríamos todos mais esclarecidos e quem sabe, possivelmente, surgiriam opiniões enriquecedoras. Vitor Dinis