É num contexto de luta contra a crise que se realiza o Festival de Música de Caldas da Rainha (Musicaldas’10), de 10 a 25 de Julho, em vários espaços da cidade – CCC, Museu José Malhoa e Igreja de Nossa Senhora do Pópulo. Do Musicaldas’10 fazem parte o 12º Festival de Música, o 15º Curso de Verão Jovens Músicos de Caldas da Rainha e o 7º Concurso de Jovens Intérpretes de Caldas da Rainha. A entidade organizadora é o Conservatório de Caldas da Rainha (CCR), escola especializada de ensino da música que desde a sua criação tem apostado quer na qualidade do seu ensino, quer na intervenção junto da comunidade, através da promoção de eventos musicais de qualidade. Pretende, com as suas iniciativas e numa atitude de descentralização, possibilitar à população das Caldas concertos a que, de outra forma, só teriam acesso nas principais cidades do país. Ao mesmo tempo quer criar novos públicos e dinamizar o mercado cultural da cidade com iniciativas como o Musicaldas. Desde 1999, ano da 1ª Edição dos Concertos de Primavera – nome anterior do Festival de Música de Caldas da Rainha – que a filosofia da programação tem sido a mesma: proporcionar a possibilidade de contactar com os mais diversos tipos de agrupamentos, géneros, estéticas e formações musicais, apostando num festival heterogéneo e variado e não num evento temático e homogéneo. “Nunca perdendo de vista a essência e a missão formativa e educativa que o nosso nome acarreta, bem como o meio socio-económico e cultural de cidade provinciana onde estamos inseridos, temos construído as programações destes 12 anos de Festivais de Música com base nos critérios expostos. Temos trazido às Caldas da Rainha músicos nacionais e estrangeiros, nomes consagrados, jovens intérpretes, formações variadas (desde solistas a orquestras), todo o tipo de instrumentos e sonoridades, música de todas as épocas, quer no campo da música erudita quer no Jazz e música do mundo”, refere Aurélien Vieira Lino, director do CCR. As condicionantes de natureza orçamental têm obrigado o CCR a manter uma programação ainda aquém da ambição inicial de perspectiva internacional do projecto, sem no entanto perder de vista os objectivos primordiais que regem o evento: Contratação de músicos de referência do panorama nacional e internacional, para deslocação à província (fora das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto), numa perspectiva de descentralização da actividade cultural; Descoberta e divulgação de novos projectos considerados de elevado interesse artístico (nomeadamente através do Concurso de Jovens Intérpretes); Manutenção e reforço dos Cursos de Verão destinados a jovens músicos de todo o país, proporcionado outras experiências, perspectivas e abordagens da arte musical; Desenvolvimento da Região Oeste através de um grande projecto musical duradouro e com uma garantia de qualidade, apostando também no incremento da oferta cultural à população local e turística; Apoio e divulgação dos compositores portugueses, através da encomenda de obras para serem tocadas no Festival. Segundo Aurélien Vieira Lino, o orçamento do evento é de 111,4 mil euros, mas o apoio do Ministério da Cultura, que seria de 66 mil euros, vai ser reduzido em 10%. A Câmara das Caldas também atribui menos 10%, o que perfaz 14,4 mil euros. O CCC não cobra a utilização do espaço, mas fica com as receitas de bilheteira. Bernardo Sasseti, que toca no concerto de abertura, no dia 10 de Julho, pelas 21h, no Grande Auditório do CCC, considera que “é de louvar reunir uma série de eventos no festival, porque a coisa não está fácil para a cultura, estamos a passar por momentos graves”. O músico, que se fará acompanhar pela Orquestra Nacional do Porto, adianta que “achei a sala qualquer coisa de outro mundo, com dois pianos magníficos, espero que possam acontecer aqui momentos mágicos”. José Ramalho, director técnico do CCC, assegura o cumprimento das exigências de cada concerto. “Cada projecto tem necessidades técnicas muito específicas”, reconhece. Sobre a redução dos apoios do Estado a quem organiza eventos culturais, desabafa que “grave é que Portugal nunca atingiu a linha de água. O corte de 10% só não é grave em países que têm uma indústria de espectáculos perfeitamente sistematizada”. Apesar das dificuldades, o número de concertos mantém-se quase idêntico ao do ano anterior. Aurélien Vieira Lino revela que existe um “público fiel que segue as iniciativas do Conservatório”, mas pretende cativar espectadores da região e de Lisboa. O Curso de Verão Jovens Músicos tem uma preocupação pedagógica na valorização do trabalho individual com grandes artistas e do trabalho de música de câmara com ensembles de diferentes formações e proveniências. Conta este ano com 23 professores da área clássica e jazz. O Concurso de Jovens Intérpretes de Caldas da Rainha (23 de Julho, 21h, Museu José Malhoa) possibilita ao vencedor participar no Festival de Música do ano seguinte com um recital e uma peça original de um compositor português criada para o efeito. São ainda atribuídas duas menções honrosas ao segundo e terceiro classificado. O compositor e presidente do júri deste ano é o músico Daniel Schvetz. Alguma da programação do Festival de Música poderá ser encontrada nesta página cultural do JORNAL DAS CALDAS em artigos específicos. Os outros concertos do Musicaldas’10 são a 17 de Julho, na Igreja de N. Sra do Pópulo (recital de piano por Jenny Silvestre) e 22 de Julho, no Grande Auditório do CCC (recital de trombone, piano e bandoneon por Christian Lindberg). Ambos os espectáculos às 21h. Francisco Gomes Legenda: José Ramalho, Aurélien Vieira Lino e Bernardo Sasseti
Festival de Música das Caldas luta contra redução de apoio
7 de Julho, 2010
É num contexto de luta contra a crise que se realiza o Festival de Música de Caldas da Rainha (Musicaldas’10), de 10 a 25 de Julho, em vários espaços da cidade – CCC, Museu José Malhoa e Igreja de Nossa Senhora do Pópulo. Do Musicaldas’10 fazem parte o 12º Festival de Música, o 15º Curso […]
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