Sempre fui a favor da redução de circulação de veículos no centro da cidade, não só para bem do ambiente, mas também, por ser a favor de uma melhor saúde pública. É esta a preocupação dos vários países da Europa, que cada vez mais reduzem a circulação de veículos nas cidades, mas, por outro lado, existe uma excelente oferta de transportes públicos à população. Decorridos que estão cerca de 10 anos, veio de novo a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, de qualquer maneira e à pressa, sem qualquer projecto devidamente elaborado, pelo menos o mesmo nunca foi tornado público, o que por uma questão de transparência em nada ficava mal a esta Câmara, divulgar que a construção do referido parque de estacionamento não seria na Av. da Independência Nacional, onde sempre esteve previsto, para passar a ser construído na Praça 25 de Abril. Perante esta notícia, achei por bem fazer um levantamento dos vários parques de estacionamento pagos nesta cidade, cujos resultados foram os seguintes: – O parque de estacionamento subterrâneo, na antiga praça do peixe, tem sempre dezenas de lugares vagos, para além de um piso que nem sequer está a ser utilizado e das péssimas condições de estacionamento, por falta de espaço entre veículos. – O parque de estacionamento subterrâneo no CCC tem igualmente sempre dezenas de lugares vagos, para além de igualmente ter umas péssimas condições de estacionamento, por falta de espaço entre veículos. – O parque dos bombeiros, é o único que, talvez pelo facto das pessoas quererem juntar o útil, de estacionar, ao agradável, por ajudarem os bombeiros, está mais completo, não deixando no entanto, de ter lugares sempre livres. – O parque de estacionamento na Rua Fonte Pinheiro, é particular, está aberto todos os dias de 2ª a 6ª feira, das 8h às 20h, é constituído por três pisos superiores, um inferior e um zero, sendo a sua lotação total de cerca de 150 lugares, com boas condições de estacionamento, sendo o custo do primeiro quarto de hora de 30 cêntimos e os seguintes 15 cêntimos, ou seja, o estacionamento de um veículo pelo período de 9 horas, paga cerca de 6 euros e por mês 52 euros, encontrando-se geralmente vazio. Entretanto, as Avª da Independência Nacional e 1º de Maio, para além de tantas outras ruas da cidade, têm duplas filas de estacionamento, estacionamentos em cima de passeios, em cima de canteiros, se assim se podem chamar, contra contentores do lixo, enfim, mais se parecem avenidas e ruas com uma selva de carros. Comparativamente, estamos perante uma situação em que se por um lado existem parques de estacionamento suficientes, sempre com lugares vagos, por outro lado não deixa de haver montes de carros, mal estacionados e porque será? Porque têm de ser pagos e a população não tem possibilidades de pagar, para além de não ter alternativa de se deslocar em transportes públicos. Certamente que se os utentes tivessem alternativa de se deslocarem para o seu trabalho e bem assim tratar dos seus assuntos particulares, através da alternativa de transportes públicos, haveria mais lugares vagos para estacionar. Afinal, a maioria dos estacionamentos na cidade são de pessoas que se deslocam todos os dias para o seu trabalho e cujo veículo ocupa um lugar durante cerca de 10 horas. Para além de se tornar mais económico e confortável o dinheiro que os utentes pagariam em transportes públicos, seria compensado, na manutenção do seu veículo, na economia de consumo de combustível e no conforto de ter transporte próximo do seu posto de trabalho. Um senhor vereador da câmara recentemente afirmou existir um levantamento, relativamente ao número de lugares de estacionamento na cidade e bem assim, ao número de veículos, que entram e saem da mesma diariamente. Com este levantamento, seria simples, na minha opinião, resolver o problema com estacionamento nesta cidade, começando por devolver aos residentes na mesma, o lugar para o seu veículo a que têm direito. Ser criado um elevado número de lugares gratuitos, no centro da cidade, por um período não inferido a 2 horas, para os utentes que optem por se deslocar à mesma no seu veículo, não só fazer as suas compras, mas também, tratar de vários assuntos pessoais. Findas as 2 horas, teriam de mudar o seu veículo de zona ou seriam multados e rebocados. Desta forma, haveria uma melhor mobilidade, teríamos uma cidade mais bem arrumada e acessível para que todos tivessem sempre lugar, para tratar calmamente dos seus problemas e realizarem as suas compras. A Câmara Municipal ainda não percebeu que não existe falta de lugares de estacionamento a pagar na cidade e que existe, sim, é falta de transportes públicos, para os utentes se deslocarem, sem que seja necessário utilizarem o seu próprio veículo. A ter de se construir o parque subterrâneo, por uma questão de aproveitamento dos dinheiros vindos da U.E., então que se construísse o mesmo, nos limítrofes da cidade. Para além de tudo o que supra citei, levanta-se uma série de condicionamentos: tempo da construção, controlo de ruídos e poeiras, que vai certamente prejudicar gravemente as condições de trabalho, não só do Tribunal Judicial, como de todas as entidades envolventes, a própria Câmara, Finanças, bancos, algum comércio, etc. Termino como comecei, depois da minha opinião, pergunto: Para quê a construção de um novo parque de estacionamento no centro da cidade?   Vítor Dinis