No passado dia 1, Santa Catarina e a Sociedade Filarmónica Catarinense foram as anfitriãs da banda suíça, Musikverein Arlesheim proveniente do município de Arlesheim, cantão suíço alemão de Basel-Country. Deste modo a população de Santa Catarina teve o privilégio de assistir a um encontro de duas bandas centenárias, mas com carreiras distintas. Pelas 19.00 deu-se início ao evento, com o encontro das duas bandas em pleno Largo do Pelourinho, tendo a Musikverein Arlesheim desfilado de um modo coreográfico, nada habitual nas bandas portuguesas. Seguiu-se a apresentação de cumprimentos entre as direcções das duas bandas e da Freguesia de Santa Catarina, representada pelo seu presidente. As bandas tocaram uma marcha em conjunto e dirigiram-se para o Centro Pastoral, onde se realizou  o concerto, começando a Musikverein Arlesheim com alguns temas suíços, onde estiveram lugar de destaque os Alpehorns, “trompa suíça” tradicionalmente conhecida e vistas em muitos filmes dos Alpes. Seguiram-se alguns temas americanos, onde ficou bem demonstrado o quanto esta banda está familiarizada e treinada nos temas das “big bands” americanas, demonstrando também o perfeccionismo e dedicação dos seus membros. De seguida a Sociedade Filarmónica Catarinense apresentou duas marchas, terminando com o medley da Quinta do Bill, sempre do agrado de todos. Após um pequeno intervalo todos os músicos tiveram que emagrecer um pouco para caberem no palco, de modo a actuarem em conjunto. Enquanto havia dificuldades na linguagem oral entre o alemão e o português dos dois apresentadores, a linguagem musical mais uma vez demonstrou que é universal, pois sem a mais pequena dificuldade e ensaio, as duas bandas tocaram em conjunto, primeiro uma canção rural suíça, dirigida pelo maestro suíço Jonathan Graf, depois foi a vez do maestro Bruno Santos dirigir “Uma noite em Lisboa”, de Álvaro Reis. Foi a vez de se trocarem agradecimentos e lembranças entre as bandas, aproveitando o apresentador para enviar um piscar de olhos à Junta e à Câmara, para que tornem possível um novo encontro destas duas filarmónicas, mas desta vez na Suíça. Tanto da parte da Junta, na voz do seu presidente, Rui Rocha, como da parte da Câmara, representada pelo vereador Tinta Ferreira, houve um compromisso de “se guardarem uns trocos” para que mais este sonho se tornasse realidade. Isto porque o primeiro estava a ser realizado e o dono do sonho, Luís Almeida, finalmente poderia descansar um pouco, pois um dos seus sonhos de longa data tinha sido concretizado e com muito sucesso. Desde o seu regresso da Suíça, onde esteve emigrado, que acalentava o sonho de poder trazer à sua terra natal muitos dos seus companheiros de música na Suíça, mais concretamente a banda com a qual partilhou o seu gosto musical e que segundo ele muito o ensinou. 1 de Maio de 2010 fica por certo guardado no seu coração, pois o sonho realizou-se e com uma distinção que não esperava, pois a  Musikverein Arlesheim tornou-o membro honorário da sua banda, presenteando-o com uma das suas primeiras t-shirts e com uma gravata de uniforme. Por fim, as perto de 500 pessoas presentes no Centro Pastoral assistiram à última actuação das duas bandas, que tocaram a Marcha Final de Amílcar Morais, dirigidas pelo maestro suíço. Seguiu-se um jantar convívio dos membros das bandas e da população. E já que de sonho, tanto se fala nesta peça, fica expresso mais um que a Sociedade Filarmónica Catarinense gostaria de concretizar, que é compra de uma viatura que possa substituir a sua muito antiga e rodada carrinha. Para tal durante o concerto estava presente um pote que recolhia donativos.   H. Nunes