A Águas do Oeste recebeu nas suas instalações, no Centro Operacional da Charneca, em Óbidos, nos passados dias 16 e 17, a 15ª edição do Curso de Monitores do Projecto Rios. O Curso, com organização da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental e a LPN – Liga para a Protecção da Natureza, contou também com o apoio dos Municípios de Alcobaça e Torres Vedras. Destinado a técnicos, professores, alunos, profissionais das áreas de recursos hídricos, ambiente e educação ambiental, este curso, com uma duração total de 16 horas, pretendeu dotar os 19 participantes, oriundos de diversas regiões e instituições de Norte e Centro do país, de uma ferramenta de trabalho eficaz que lhes permitirá, de uma forma autónoma, conceber e realizar saídas de campo de monitorização a linhas de água, no âmbito deste projecto, no sentido da promoção da participação pública e envolvimento da população para a questão dos recursos hídricos. Este curso teve também como objectivo a formação de monitores especializados, atribuindo-lhes competências para auxiliar grupos na implementação do Projecto Rios. Deste modo um grupo de cidadãos que pretenda adoptar um troço de um rio, no âmbito deste projecto, conjuntamente com o apoio do Monitor e com a ajuda do kit do Projecto Rios, poderão realizar a monitorização in loco dos cursos de água, contribuído assim para a sua melhoria, de um modo sustentado no tempo. No decorrer do curso de formação, foram realizadas duas saídas de campo no dia 16 de Abril, para aplicação da metodologia de trabalho do Projecto Rios, uma no Rio Arnóia (Bacia Hidrográfica da Lagoa de Óbidos) e outra a uma pequena ribeira afluente do rio Alcabrichel, onde foram monitorizados dois pontos de amostragem, um em cada linha de água, com aplicação da primeira ficha de campo de reconhecimento e caracterização geral. No dia 17 a saída de campo foi realizada junto à nascente do rio Alcoa, em Chiqueda, onde foi possível ao grupo de participantes aplicarem toda a metodologia constante no guia de caracterização de pormenor, num ponto de amostragem escolhido para o efeito. O Projecto Rios é um projecto de participação pública que utiliza metodologias de educação ambiental e que contribui para a implementação de soluções sustentadas para os problemas dos ecossistemas fluviais. Para além da vertente ecológica, este projecto visa também a tomada de consciência ambiental baseada na participação voluntária e activa dos cidadãos (vertente social e cultural). Pretende-se, com a implementação deste projecto, criar uma rede de monitorização e de adopção de troços de rios e ribeiras por grupos locais organizados. Recorrendo a uma metodologia de observação, simples mas rigorosa, estandardizada e de fácil aplicação e desenvolvimento, estes grupos assumirão a responsabilidade de vigilância e protecção do troço do curso de água que seleccionaram, contribuindo assim para a melhoria sustentada dos recursos hídricos em geral, e do processo de reabilitação do seu troço, em particular. O Projecto Rios conta actualmente com 156 grupos de adopção inscritos e distribuídos por 55 Municípios, de Norte a Sul do país. Até ao momento participam activamente mais de 3.000 pessoas de todas as idades, na monitorização de 78 km de linhas de água de rios e ribeiras portuguesas. Na região Oeste estão já adoptados 5,5 km de rios/ ribeiras por 11 grupos (Águas do Oeste; Escola Agrícola de Runa; Agrupamento de Escuteiros nº379 de A-dos-Cunhados; Lendas do Alcoa (grupo de amigos); EB1 de Tornada; EB1 de Chão da Parada; Escola Secundária com 3º Ciclo de S. Martinho do Porto; Colégio Frei S. Cristóvão, A-dos-Francos; Associação PATO, Paúl da Tornada; EB 2, 3 Freiria e EB Padre Victor Melícias. A Águas do Oeste continua a considerar fundamental o apoio e a implementação deste projecto na sua área de intervenção, esperando optimizar desse modo apoio das equipas das ribeiras do Oeste no âmbito da rede do Projecto Rios, aumentando assim a forma a confiança das equipas e a efectivação das acções de melhoria, de forma a demonstrar resultados à população em geral, evolvendo-a e aproximando-a assim dos rios e das ribeiras, com quem co-habitam e que estão por vezes esquecidos e fragilizados.