Os elementos do Partido “Os Verdes”, Paula Costa, Sónia Colaço e Luís Maia, visitaram na passada semana a Lagoa de Óbidos e a Foz do Arelho, e defenderam a classificação do sistema lagunar, num processo que dizem está metido na gaveta. “É urgente classificar a Lagoa. A classificação natural da Lagoa tem de ser feita pelas duas Câmaras de Caldas e de Óbidos. A Associação Pato em 2006 elaborou um dossier para a sua classificação e está em stand by, não se sabe o que aconteceu ao projecto”, disse Paula Costa. A ambientalista política considerou que “é urgente uma classificação da Lagoa de forma a que haja uma comissão com responsabilidade e se comece a intervir seriamente. Até agora culpam-se uns aos outros. Com esta comissão muitos dos problemas estavam resolvidos, de forma mais célere, com outro peso, porque a comissão poderia concorrer a vários fundos e tinha dotação orçamental”. A simpatizante dos Verdes apontou que “anteriormente as autarquias não tinham essa possibilidade e agora têm-na e terão de ser elas a avançar com essa classificação, num processo que valoriza a Lagoa. Se a comissão avançar já, poderá tomar posse e até ao final do ano de 2010 poderá candidatar-se a fundos comunitários”. Paula Costa não compreende como é que o dossier está elaborado desde 2006 na Associação Pato e “ninguém o agarra”, desafiando os políticos locais “a mexerem-se”. “Se o dossier está elaborado e metido dentro de uma gaveta, tragam-no para fora e rapidamente as duas Câmaras podem classificar a Lagoa. É só elas quererem”, desafiou. Também Sónia Colaço considerou que com a classificação poder-se-á actuar de outra forma, “porque haverá um rosto que defenderá a Lagoa em vez dos diversos organismos do Estado que empurram de uns para os outros as responsabilidades”. “Se a Lagoa for classificada nós poderemos pedir responsabilidades à Comissão. Agora andamos a dizer que é o INAG, o Ministério do Ambiente, etc. Com a comissão teremos um rosto que terá de fazer trabalho de campo entre outros trabalhos, além de ir dar mais responsabilidade às associações locais, que terão de dar contributos”, manifestou Paula Costa. Vítor Fernandes, do PCP, lembrou que este processo de classificação da Lagoa a património protegido é semelhante ao que aconteceu com o processo de classificação do Paul de Tornada. Por último, os ecologistas frisaram que o cenário encontrado na praia da Foz do Arelho “está muito mais dramático”, e por isso Sónia Colaço pediu que sejam realizadas dragagens. “Tecnicamente as dragagens são uma solução, mas teremos de ver onde e como serão feitas. Devem ser feitas com segurança ambiental e o mais rapidamente possível”, destacou. “Viemos encontrar uma situação que estávamos à espera, mas não tão drástica como está. Era uma situação previsível mas actualmente acabou por superar aquilo que esperávamos”, salientou também Paula Costa.   Carlos Barroso