“Tarcísio Lemos condenado por difamação”   Na edição do pretérito dia 10 do corrente mês foi publicada uma notícia sob o título “Tarcísio Lemos condenado por difamação”, na qual o autor do artigo refere o seguinte: “Filomena Serrano também não deixou de puxar as orelhas aos advogados e testemunhas…” A notícia não traduz, rigorosamente, a verdade do que se passou no final da leitura da sentença, no qual a MM.ª Juíza teceu algumas considerações à forma como a mesma decorreu, dirigindo-se aos presentes com algumas críticas, aliás justas, à forma como os factos se desenrolaram, ao comportamento de alguém durante a audiência de discussão e julgamento, e ao comportamento dos meios de comunicação social. Em ponto algum da sua “lamentação” a MM.ª Juíza se dirigiu directamente aos advogados, pelo que não se compreende a argumentação do senhor jornalista quando diz que a ilustre magistrada judicial puxou as orelhas aos advogados. O escrito não mereceria da minha parte qualquer crítica ou sequer leitura, não fora o facto de ser o advogado do senhor Tarcísio Lemos e ser o destinatário do inventado puxão de orelhas. Tendo o autor desta carta muitos cabelos brancos e já muitos anos de idade, por certo que não aceitaria passivamente qualquer recriminação de quem quer que seja, mesmo tratando-se de ilustre magistrada judicial, salvo se o meu comportamento de tal fosse merecedor, o que no caso em apreço não aconteceu. Durante todo o período de tempo em que venho desempenhando a minha actividade como advogado, e também durante toda a minha vida profissional, sempre a minha postura assentou na base do respeito, da urbanidade, da correcção e, de forma especial, na educação. Com efeito, tendo sido criado com os meus avós paternos, recebi destes, em especial do meu avô, uma rígida educação, na base do respeito, da honradez e da dignidade, qualidades, ou defeitos, que também transmiti aos meus filhos. Se o senhor jornalista queria levantar a poeira sobre o que de negativo se passou, e que, efectivamente, não pode deixar de considerar-se não só como lamentável, mas também como inadmissível, em qualquer lado e muito menos num Tribunal, deveria identificar o seu autor e não generalizar. Não aceito a imputação jornalística, que coloca em causa o meu bom nome e ofende os valores da profissão que desempenho, com os consequentes prejuízos que daí poderão advir, porque sendo considerado como pessoa pouca educada e conflituosa, certamente que os potenciais clientes se afastarão, porque não quererão um advogado que conflitua com os juízes, e se ofende estes, melhor os ofenderá a eles. Reconheço a justeza dos reparos feitos! Reconheço que houve um exagero e mesmo falta de respeito! Reconheço a bondade da intervenção da MM.ª juíza, que se limitou a uma reprimenda, quando poderia utilizar outros meios bem mais coercivos e prejudiciais para o seu autor. Só não reconheço que tenha alguma responsabilidade na perturbação da audiência, nem que seja considerado por esse Jornal, como autor de um comportamento menos digno no exercício de profissional da advocacia.   José Salvado