Antigos brinquedos e máquinas electrónicas transformadas espalhadas numa mesa são os instrumentos musicais do projecto Kanukanakina, que foi apresentado no CCC das Caldas da Rainha na noite de 11 de Fevereiro. Num processo de fusão com os instrumentos electrónicos convencionais, Miguel Pipa, o mentor do projecto, vai criando diferentes paisagens sonoras melódicas e experimentais. Esta foi a primeira vez que o “circuit-bending” (modificação de circuitos) foi apresentado nas Caldas da Rainha. Segundo Miguel Pipa, em Portugal ainda são poucos os músicos a apostar nesta área, mas noutros países o fenómeno começa a ter uma grande dimensão. Nos Estados Unidos existe um festival anual dedicado ao “circuit-bending”. Num encontro internacional torna-se curioso o facto de cada país apresentar um género de brinquedos muito próprios. Desde a adolescência que Miguel Pipa se dedicou à música, mas quando descobriu o “circuit-bending” apaixonou-se pelo facto de não existirem regras a ter em conta e tudo o que tinha experimentado passou a ter mais sentido. “A única regra é não haver regras. Isso fez com que despertasse em mim uma vontade, porque desde miúdo tive curiosidade em experimentar engenhocas”, contou. Miguel Pipa gostou muito do concerto nas Caldas da Rainha, principalmente porque no final houve muitos jovens que se mostraram interessados em perceber o que é o “circuit-bending”. O artista pode mostrar como todos os instrumentos podem ser feitos por qualquer pessoa. Cada apresentação acaba por ser uma acção de promoção do “circuit-bending”. “Eu acho que é mágico descobrir os sons que podemos conseguir com um brinquedo que custa meia dúzia de euros, perdendo apenas duas ou três horas a transformá-lo”, referiu Miguel Pipa no final do espectáculo no CCC. “O espaço é maravilhoso ao nível de condições técnicas e isso fez com que o concerto se tornasse mais audível”, adiantou ainda. Apesar de existirem gravações dos temas, o músico reconhece que é muito mais aconselhável assistir a um concerto ao vivo. “Tudo isto vive de um lado visual que tem de ser aproveitado”, explicou. Com Kanukanakina teve início o programa “Quintas e Boas e às vezes Boas e Quintas” no Centro Cultural das Caldas da Rainha, que vai contribuir para a descoberta de novos paradigmas e novas vocações na Cultura. Curiosamente, nesta primeira apresentação foram mais os alunos de uma escola de Lisboa a participar do que os estudantes caldenses. Os alunos do 12º ano do curso de Artes Visuais da Escola Secundária Virgílio Ferreira estiveram nas Caldas da Rainha para uma visita de estudo à ESAD, tendo pernoitado na Escola de Sargentos do Exército. “A ESAD tem boa reputação e achei importante que os alunos a pudessem conhecê-la pessoalmente”, explicou a professora Ana Cirne. Depois de terem feito uma visita ao Museu José Malhoa durante a tarde, as docentes consideraram que era importante que os jovens pudessem também usufruir de uma experiência cultural diferente. “É um conceito muito interessante e diferente. Tudo o que possa estimular a criatividade e levar estes alunos a produzir coisas novas é um incentivo”, afirmou, surpreendida por encontrar um evento deste género nas Caldas da Rainha.
Kanukanakina inicia no CCC programa “Quintas e Boas e às vezes Boas e Quintas”

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