Foi aprovado por unanimidade o Plano e Orçamento da Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, com uma verba de 245 mil euros, numa Assembleia dirigida cordialmente e sem formalismos rígidos pelo presidente da mesa, João Frade. É um orçamento claramente curto para a maior freguesia em termos de população do Município das Caldas da Rainha e por isso mesmo a oposição considerou que a edilidade condiciona o trabalho da Junta. Vasco Oliveira, presidente do executivo, manifestou que “a Câmara não manda na Junta” e pelo contrário, “na Assembleia Municipal a Junta pode fiscalizar a Câmara”. Contudo, Teresa Serrenho, eleita pelo movimento de independentes, declarou que “a Câmara não fiscaliza mas condiciona o trabalho”, porque “não descentraliza e não dá dinheiro” para a Junta funcionar com autonomia. O presidente da Junta reconheceu que não faz mais porque “não existem meios”, apesar de se assumir “muito reivindicativo”. Manuel Nunes, eleito pelo PS, pediu que o próximo documento do Plano de Actividades venha mais claro e específico em termos de obras, pois ter escrito “a intenção de alcatroar mais ruas, não chega. É preciso dizer quais. É também saber quais são as reais competências descentralizadas da Câmara para a Junta”. Na resposta Vasco Oliveira explicou que não especifica as artérias uma vez que terá de “pedir à Câmara para que sejam alcatroadas ruas”, fazendo notar que os dois quilómetros de alcatrão que a freguesia tinha direito todos os anos foram-lhe retirados. Aliás, Vasco Oliveira lamentou ainda não ter muitas competências, que são negociadas duramente com o presidente da Câmara, dando mesmo o exemplo dessa dificuldade com o facto do dinheiro para pagar aos elementos que estiveram nas mesas de voto ainda não ter chegado da Câmara para a Junta, uma vez que todos os dias tem pessoas a pedir as quantias. O autarca admitiu ainda que existe alguma desmotivação no cargo, uma vez que actualmente as senhas de presença nas Assembleias Municipais para presidentes de Junta e vereadores a meio tempo não são pagas. Apesar dos condicionalismos o presidente da Junta defende a requalificação do Centro Histórico, a participação na elaboração da revisão do PDM, a construção de um parque de estacionamento na Praça da República, mais passeios, melhor iluminação e ruas alcatroadas. Vasco Oliveira revelou que as receitas da Câmara baixaram e com isso o ano na freguesia será difícil, apesar de ter de contratar mais uma funcionária administrativa, uma vez que o trabalho duplicou.   Carlos Barroso