“A demora na decisão da localização do Hospital tem a ver com incompetências dos autarcas do Oeste” O prazo para o anúncio da localização do Hospital Oeste Norte nas Caldas ou em Alcobaça já passou e até agora os autarcas de ambos os Municípios nada dizem sempre o tema. José Marques Serralheiro, que foi o mentor desta ideia, numa altura em que ninguém acreditava no projecto, mostra-se agora preocupado com o facto dos políticos que acolheram o projecto estarem completamente desligados do assunto, perante um Governo que não anuncia a obra. O mentor do Hospital Oeste Norte continua a acreditar na obra, mas afirma que há falta liderança e incompetência dos autarcas do Oeste, quer para este projecto quer para outros, pois não puxam, nem defendem bem a sua região. JORNAL das CALDAS: Como descreve o processo do Hospital Oeste Norte? José Marques Serralheiro: Este projecto nasceu em Setembro de 2001 e continua a fazer o seu caminho. Teve o seu primeiro passo estratégico com a aprovação em Abril de 2006, de uma moção que apresentei na Assembleia Municipal de Alcobaça. Em 2007 foi nomeado um grupo de trabalho liderado pelo professor Daniel Bessa, pelo Ministro Correia de Campos. Em Janeiro de 2008, foi anunciado publicamente pelo Ministro Correia de Campos, no programa Prós e Contras. Em Agosto de 2008, foi anunciado como o primeiro projecto na apresentação do plano estratégico do Oeste J. C.: O que acha da demora na decisão da localização em Caldas ou Alcobaça? J. M. S.: A demora na decisão da localização tem a ver com a falta de liderança e visão estratégica no Oeste. A OesteCIM e os autarcas dos nove concelhos interessados têm-se esquecido que há 250 mil pessoas potenciais beneficiários deste projecto, alavanca regional, importante para a saúde regional, e para aumentar o potencial turístico do Oeste, como destino turístico de excelência. J. C.: Considera que este atraso prejudica a construção do edifício e a saúde dos oestinos? J. M. S.: Só há duas hipóteses: ou construímos o futuro ou o comprometemos. Estamos a correr um risco de perda de um projecto tão importante quanto necessário para os oestinos (estamos a falar do maior investimento público depois do mosteiro de Alcobaça, cerca de 100 milhões de euros). J. C.: Como classifica o estado da saúde do Oeste? J. M. S.: Somos a sub região do país com menos camas hospitalares por habitante, com a agravante de serem pouco qualificadas e diferenciadas, em termos do nível de performance, exigível nos tempos modernos, para unidades hospitalares. Este complexo integrado que defendemos, corresponde a um modelo de articulação de cuidados, capaz da prestação de cuidados, desde a prevenção até aos cuidados de agudos, e à retaguarda hospitalar e cuidados continuados. Por isso, defendemos que além da nova unidade hospitalar, Hospital Oeste Norte, os três hospitais existentes, em Alcobaça, Caldas da Rainha e Peniche, fiquem articulados em rede num Centro Hospitalar do Oeste Norte, criado em Janeiro de 2009, também minha proposta de 2001. J. C.: O que sabe do processo do Hospital Oeste Norte? J. M. S.: Julgo saber que já está definido o seu perfil e hierarquizados 9 terrenos. J. C.: Tem tido contactos com a Ministra da Saúde? O que pode revelar? J. M. S.: Já falei mas foram contactos informais. J. C.: Considera que o Oeste pode perder o Hospital Oeste Norte? J. M. S.: Sim. Por incompetências dos autarcas do Oeste, nomeadamente dos nove mais directamente interessados. Enquanto sentir que está em jogo os mais legítimos interesses de 250 mil pessoas, irei fazendo o meu papel. É pena estar pouco acompanhado nesta justa determinação. O Hospital Oeste Norte e a modernização da Linha do Oeste são os dois projectos mais potenciadores de mais bem-estar para as pessoas e as maiores alavancas para desenvolvimento do potencial turístico do Oeste. J. C.: Sendo a primeira pessoa a defender a construção do Hospital Oeste Norte considera que este seu projecto se poderá perder por causa da crise e da instabilidade política actual, com um governo minoritário? J. M. S.: Sinceramente, acho que não. Se este projecto não avançar os culpados são os autarcas que há mais de 8 anos ainda não conseguirem compreender a sua mais-valia estratégica J. C.: O que acha que os políticos locais já deveria ter feito para terem o Hospital Oeste Norte? J. M. S.: Aos políticos locais falta perceber que não há fronteiras entre concelhos para projectos de elevado interesse e importância regional. Assim sendo, a sua localização só pode obedecer a critérios técnicos e não faz sentido inventar argumentos sem, visão estratégica e focalizados em interesses bairristas, assentes em egoísmos que não cabem numa perspectiva de interesse regional. J. C.: E o que eles devem fazer agora para não deixar fugir este investimento? J. M. S.: Defendê-lo com determinação a pensar em 250 mil pessoas, sem mais hesitações comprometedoras da construção do nosso futuro colectivo. Afinal o que nos prometeram na campanha eleitoral? Não foi mais qualidade de vida para todos? Carlos Barroso
José Marques Serralheiro
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