Doze novas empresas estão já a trabalhar na antiga Fábrica das Calças, no Bairro dos Arneiros, que albergou a empresa Janela Digital e está arrendada pela Câmara das Caldas no âmbito de um projecto de empreendorismo e fomento de auto-emprego lançada pela autarquia, que arranca com a criação de 35 postos de trabalho. A sessão oficial que marcou o arranque dos primeiros 12 projectos empresariais decorreu na passada sexta-feira, com a apresentação das empresas e uma visita às instalações. “Lançámos um desafio às pessoas para a criação do seu próprio emprego e das 26 propostas foram aceites 12, que hoje começam a funcionar, e até ao final do ano estarão em laboração mais três”, disse o vereador com o pelouro das Actividades Económicas, Hugo Oliveira, acrescentando que “o número de interessados superou as expectativas e cumpriu largamente os objectivos propostos”. O programa “Caldas Empreende” foi lançado pela autarquia em Julho e consiste numa medida de apoio à criação de auto–emprego. Destinada a pessoas em situação de desemprego, com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho ou em risco ou situação de exclusão, a iniciativa foi dirigida sobretudo para desempregados com competências em profissões tradicionais, como sapateiros, pedreiros, canalizadores, carpinteiros e outras mais antigas com tendência a desaparecer. Candidataram-se ao projecto 26 interessados no período de Julho a Outubro. Dos projectos apresentados e após análise da filosofia de cada projecto, do seu enquadramento no Caldas Empreende, bem como de acordo com as necessidades e disponibilidade de espaço, ficarão alocadas 15 empresas. Para poder acolher os 15 projectos na antiga fábrica, que tem 800 metros quadrados, a autarquia investiu 41 mil euros em obras de remodelação. Os projectos concorrentes acabaram por se centrar em áreas como montagem de antenas, reparações em informática, comércio de produtos de higiene e limpeza, protecção e segurança, produção e venda de cerâmica decorativa, turística e artesanal, acessórios de moda, têxtil e decoração, comércio e produção de artesanato, aluguer de bicicletas, fabrico e venda de velas artesanais, medicinas alternativas e decoração com técnicas Feng Shui, painéis solares, informática e higiene e segurança no trabalho. Durante dois anos os novos empreendedores contarão com o apoio da autarquia, que irá suportar os custos de aluguer das instalações (1580 euros/mês) e as despesas de água e electricidade. As instalações da antiga fábrica acolhem sobretudo pequenas empresas familiares em que marido e mulher ou mãe e filhas juntaram os incentivos disponibilizados pelo centro de emprego para a criação da empresa. “Algumas destas empresas, além do próprio emprego criado, contam já com mais colaboradores, o que permitiu aumentar o número de empregos criados para 35”, salientou Hugo Oliveira. Formação, orientação e aconselhamento empresarial são outros dos auxílios de que podem ainda beneficiar no âmbito do “Caldas Empreende”, iniciativa que conta com a Associação Industrial da Região Oeste (AIRO) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) como parceiros. Na ocasião do lançamento do Projecto, a autarquia afirmou estar empenhada em criar condições para desenvolver o empreendedorismo e desta forma fomentar a criação do auto-emprego, combater o desemprego e apoiar novos projectos empresariais que respondam às necessidades da restante população. Apesar do espaço estar lotado com as 15 empresas, o projecto não se extingue. “Muito pelo contrário, isto é um arranque”, garantiu Hugo Oliveira, destacando que se houver mais interessados, conseguir-se-á espaço para desenvolver esses projectos. Também no centro de apoio ao empresário e centro incubador, a funcionar na Expoeste, existem alguns espaços livres que podem ser utilizados pelas empresas. Estas poderão também ser implementadas nas freguesias rurais. Hugo Oliveira garante que a autarquia irá continuar a apoiar os novos empreeendedores. Ainda neste capítulo o Município caldense conta ainda com o Centro Incubador de Empresas, Academia de Empreendedorismo, vocacionado para a população estudante, o Centro de Apoio ao Empresário e a Via Expresso do Empresário. Fernando Costa critica Janela Digital O presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, que falava na sessão oficial de arranque dos primeiros 12 projectos empresariais, desejou muita sorte às empresas novas, ambicionando-lhes, o mesmo sucesso que a Janela Digital obteve no mesmo espaço. Fez ainda um pedido aos novos empresários quando saírem da antiga fábrica, criticando o comportamento da Janela Digital. “A saída da Janela Digital nas condições em que saiu foi muito desagradável, não porque a deslocalização de uma empresa para três ou quatro quilómetros daqui traga grandes prejuízos ao concelho, mas pela ingratidão que tiveram, não só com a Câmara como com a AIRO e a Expoeste”, manifestou. O autarca adiantou ainda que “não teria ficado mal se quando saíram tivessem pelo menos limpo as instalações e pago as dívidas à Expoeste”. Áreas de actuação de algumas das novas empresas No espaço vão ser desenvolvidos alguns projectos inovadores, entre os quais um da empresa de informática “Note It”, com a criação de o projecto “SIV – Sistema Inteligente de Votação”. Trata-se de um sistema informático que “permitirá controlar todo o processo de votação desde a convocatória, até à contagem dos votos e relatórios de todas as actividades das assembleias, quer sejam de colectividades ou de empresas” disse Cláudio Pinto, engenheiro informático responsável pela empresa, criada em sociedade com Pedro Almeida. Segundo o responsável, “se olharmos para o mercado em geral assistimos, diariamente, a votações em empresas, SADs,( etc.), através de sistemas muito rudimentares, ou por braço no ar, ou através de folhas”. “Estes sistemas não fazem sentido quando falamos em “era tecnológica”, apontou Pedro Almeida, acrescentando que o objectivo do projecto é no fundo apoiar qualquer entidade que necessite de um sistema de votação electrónico. Devido ao projecto envolver investimentos em servidores, software, hardware, boxes, material e deslocações, o investimento inicial é de 100.000 euros. De modo a fazerem face ao valor de investimento, estão em negociações com outra entidade, “pois procuramos mais que apenas uma entidade que injecte capital na empresa, procuramos também mais valias para a empresa”, referiram. Do sucesso do sistema de voto que terá por base a instalação de pequenos quiosques onde as pessoas poderão votar, dependerá o crescimento da empresa cujos responsáveis prevêem, “num futuro próximo aumentar para dez funcionários”. As energias renováveis também estão instaladas na antiga fábrica com a empresa WSB – Premium de painéis solares. A empresa apresenta-se com uma imagem jovem e fresca, tendo como base a experiência dos seus profissionais que a servem diariamente, no intuito de prestar e assegurar a melhor qualidade dos seus serviços. A WSB Premium, Lda. está ligada a vários parceiros nacionais e internacionais, tendo sempre o objectivo de potencializar produtos e marcas para satisfazer as necessidades dos seus clientes no vasto mercado global, tendo como principais mercados de actuação Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Helena Corado e Maria João Marques, desempregadas há mais de 18 meses, abriram a “Torneseguro”, empresa de Higiene e Segurança do Trabalho, que se baseia na prestação dos seguintes serviços: Higiene e Segurança do Trabalho: Auditorias de segurança; Identificação e Avaliação de Riscos; Sinalética de segurança a aplicar nos locais de trabalho; Planos de emergência internos; Análises dos Acidentes de Trabalho e doenças Profissionais; Estudos de implementação de dispositivos protecção colectiva e individual; Formação na área da Higiene e Segurança do Trabalho. Avaliações Físicas, Químicas e Biológicas; Coordenação de Segurança em Obra; Higiene e Segurança Alimentar (identificação de Pré-Requisitos e Implementação do sistema HACCP). O investimento total é de 32.700 euros e, segundo as empresárias, “o sucesso deste negócio assenta na aposta de qualidade dos serviços, apoiando sempre que possível os clientes. Apesar de existirem algumas empresas da área a trabalhar na zona Oeste, esta irá marcar a diferença pelo acompanhamento dos clientes por forma a cumprirem todas as obrigações legais, para Higiene, Segurança e Saúde do Trabalho e para Higiene e Segurança Alimentar”. Ema Serra, Josefina Abreu e Paula Braga criaram a empresa Aroma da Serra – Velas, Lda. Todas as sócias da empresa se encontravam em situação de desemprego e agora criaram o seu próprio emprego de fabrico de velas artesanais. Com o investimento de cerca de 30.000 euros (montante total do subsídio: € 24.783,07), o seu produto é direccionado principalmente para as mulheres, independentemente da idade ou classe social, uma vez que os preços de venda não são elevados. “Outro ponto forte é o facto de sermos a única empresa da Região Oeste a fazer o fabrico artesanal de velas, o que as torna únicas e especiais”, referiram as sócias, acrescentando que a localização e a proximidade da auto-estrada A8 são também “benéficas e essenciais ao desenvolvimento do projecto”. Lista de outros promotores e respectiva área de actividade António Patrício Matias – Montagem de antenas Gonçalo Emanuel Jesus Silva – Reparações em informática Bruno e André Lopes e Ana Paula Carvalho – Comércio de produtos de higiene e limpeza, protecção e segurança Renato Ribeiro de Matos Vieira – Produção e venda de cerâmica decorativa, turística e artesanal Ricardo Miguel Viegas Roldão Macedo – Acessórios de moda, têxtil e decoração. Carlota Cabral Fernandes – Comércio e produção de artesanato Jorge Filipe Rodrigues Rocha – Bike pulse – mobility solutions, Aluguer de Bicicletas José Augusto Gouveia e Bela Correia Gouveia – Medicina alternativas, saúde e ensino, escola de construção e decoração com técnicas Feng Shui Luís Miguel Magalhães Campos – Manutenção, prestação de serviços eléctricos Marlene Sousa
35 postos de trabalho em 12 empresas na antiga Fábrica das Calças
16 de Dezembro, 2009
Doze novas empresas estão já a trabalhar na antiga Fábrica das Calças, no Bairro dos Arneiros, que albergou a empresa Janela Digital e está arrendada pela Câmara das Caldas no âmbito de um projecto de empreendorismo e fomento de auto-emprego lançada pela autarquia, que arranca com a criação de 35 postos de trabalho. A sessão […]
(0)
.
Últimas
Artigos Relacionados
Juniores B do Sporting das Caldas triunfam
A equipa de Juniores B Masculinos do Sporting Clube das Caldas (SCC) iniciou a sua caminhada na 2ª Fase – Série dos Primeiros do Campeonato Nacional de Voleibol, frente ao VC Braga, no passado domingo.
Foz do Arelho com Escola Azul
A Escola Básica da Foz do Arelho, pertencente ao Agrupamento de Escolas Raul Proença, foi distinguida como Escola Azul, integrando a comunidade de Literacia do Oceano.
Caldas Rugby Clube derrotado em Santarém
Em jogo da sexta jornada da Fase de Apuramento do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o Caldas Rugby Clube perdeu na casa do Rugby Clube de Santarém por 26-9.
0 Comentários