Todos nos congratulamos quando se comemora a abolição da escravatura nalgum país. Esquecemo-nos, porém, que nos tempos modernos a escravatura continua em muitos lugares, com a complacência das autoridades internacionais que nada fazem para pôr cobro a tais situações. Hoje vou referir-me a uma forma de escravatura que está a ganhar grande relevo entre nós – o vício de jogar. A doença que incapacita alguém de se libertar do vício do jogo, chama-se ludopatia. Para tal doença tem contribuído o aparecimento de lotarias, legais e clandestinas, totolotos, totobolas, euromilhões, concursos televisivos, anúncios publicitários, jogos de cartas, e ultimamente os jogos on-line. Quero ressalvar que os jogos promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, têm uma fatia muito delgada na proliferação do vício. Um especialista ouvido há dias, referia que não conhecia ninguém propriamente viciado em qualquer destes jogos. Além disso, pagam impostos e têm uma componente muito significativa de ajuda social. A ludopatia conduz a dramas familiares por dívidas contraídas, ao absentismo no trabalho, à perda de emprego, a desfalques e roubos. Afectava mais os homens por volta dos 40 anos e pertencentes à classe média; as mulheres, sobretudo donas de casa têm uma especial apetência para as máquinas de moedas. O drama maior, a meu ver, está na afectação de gente muito nova que entra nos casinos, não pela idade do B.I., mas pelo aspecto físico. Quem frequenta os casinos depara-se com adolescentes, agarrados às máquinas de moedas. Mas o pior de tudo é a oportunidade que oferece a Internet, com jogos on-line que aliciam mesmo crianças de 12 ou 13 anos. Estes com o consentimento dos pais, que lhes mantém a conta bancária com o dinheiro suficiente para as apostas, e assistem impávidos, ausentes ou até colaborantes. É tal a força da doença que já foram criadas associações dos chamados “jogadores anónimos”, para se ajudarem a combater o vício. Partilham experiências e são muitas vezes os próprios a pedir às direcções dos casinos para os impedirem de entrar. Conheci um senhor que tentou essa táctica, mas o vício era tal que chegava a sábado, metia-se no carro e ia jogar para lá da fronteira! A situação, entre nós, tem-se agravado com a crise económica – muitos procuram na “sorte ao jogo” angariar o que os magros salários ou subsídios não lhe oferecem e metem-se assim numa enorme bola de neve. É um assunto que me parece pertinente no momento político que atravessamos. Maria Fernanda Barroca
Uma nova forma de escravatura
9 de Dezembro, 2009
Todos nos congratulamos quando se comemora a abolição da escravatura nalgum país. Esquecemo-nos, porém, que nos tempos modernos a escravatura continua em muitos lugares, com a complacência das autoridades internacionais que nada fazem para pôr cobro a tais situações. Hoje vou referir-me a uma forma de escravatura que está a ganhar grande relevo entre nós […]
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