Os 30 membros da Assembleia Municipal e os sete vereadores eleitos para os próximos quatro anos em Óbidos tomaram posse no passado dia 20. Foi eleito pela primeira vez presidente da Câmara Municipal de Óbidos em 2001 e obteve 49% dos votos. O processo de mudança profunda que soube dar ao concelho logo no primeiro mandato valeu-lhe a reeleição em 2005 com 68,96% dos votos. No seu terceiro e último mandato ganhou com 68,47%, tendo eleito cinco vereadores, mais um que o mandato anterior dado ao aumento do número de eleitos em relação a 2005, porque o concelho ultrapassou os 10 mil habitantes. Também pela primeira vez a Assembleia Municipal de Óbidos está representada por um deputado do Partido Comunista Português. Na cerimónia de tomada de posse o reeleito presidente da Câmara, Telmo Faria, pegou nas palavras que leu na imprensa, referindo que foi “uma vitória indiscutível”. “Foi indiscutível porque a população do concelho votou a favor do progresso”, declarou. Telmo Faria lembrou que, com a sua gestão, Óbidos deixou para trás um “ambiente de pessimismo”, para fazer um caminho de “desenvolvimento”. Recordou que em tempo de crise económica, Óbidos “fez nascer um Parque Tecnológico”. O autarca referiu ainda que escolheu para o concelho como caminho principal a “inovação, que trouxe eventos para Óbidos que atraem multidões, construindo um pólo de turismo”. Apesar de ser o seu último mandato revelou que “nem por isso vou perder a força e o empenho para continuar o caminho de progresso sustentado”. “Em quatro anos é possível construir muita coisa e cá estarei dotado de todas as minhas qualidades e defeitos para fazer um grande mandato”, sublinhou. Mas para poder fazer isso, referiu que precisa da “ajuda de todos”. Referindo-se à oposição, Telmo Faria apelou à união, esperando que todos possam participar e dar o seu real contributo, usando a “boa vontade e a honestidade”. “Se assim for, Óbidos dará uma lição a outros territórios de como é possível concertar estratégias e unir em prol do desenvolvimento”, apontou. Reconhecendo a importância da oposição, lançou um desafio aos dirigentes partidários para que se reunissem uma vez por ano para partilharem as questões mais importantes para o futuro do concelho. Na cerimónia de tomada de posse, a porta-voz do grupo municipal do PS, Cristina Rodrigues referiu que “hoje não é o dia para o combate político”, mas garantiu que ao serem oposição saberão distinguir o que é bom e o que é menos bom para o concelho e que irão reafirmar o seu empenho em prol do futuro de Óbidos. A deputada garantiu que irão ser uma “oposição responsável” e espera “respeito” da maioria social-democrata. Quanto aos resultados eleitorais chamou a atenção pela elevada percentagem de abstenção, referindo que é um “valor que nos envergonha a todos”. Cristina Rodrigues destacou que a abstenção foi a verdadeira vencedora no concelho. A deputada defendeu que é necessário atrair as pessoas para a causa pública. Também o eleito pela CDU para a Assembleia Municipal, Custódio Santos, se mostrou disponível para ser uma oposição responsável e atenta “aos problemas do concelho”. Quer que os dinheiros públicos sejam “melhor aplicados e que não se façam obras de fachada”. Feliciano Barreiras Duarte, que foi reeleito presidente da Assembleia Municipal, recordou que “Óbidos estava muito parado e desde que o executivo de Telmo Faria começou a fazer a gestão houve mudanças significativas de desenvolvimento e inovação no concelho”. Neste novo mandato, na mesa da Assembleia Municipal estará Feliciano Barreiras Duarte, José Luís Oliveira e Celeste Afonso, todos eleitos pelo PSD. A proposta, que partiu da bancada social-democrata, foi aprovada por unanimidade. Marlene Sousa