A Câmara Municipal das Caldas da Rainha e a Junta de Freguesia de Alvorninha atribuíram na semana passada os dois primeiros lotes destinados a habitação jovem a custos controlados. Os terrenos fazem parte de um de quatro loteamentos municipais destinados à construção no âmbito do Programa Municipal de Habitação Jovem. Fixar os jovens no concelho e minimizar as dificuldades resultantes das restrições do Plano Director Municipal (PDM) são os objectivos propostos a que se junta a vantagem de adquirir terrenos a um custo menor que o valor praticado no mercado. O projecto de arquitectura também é entregue aos compradores. Uma boa opção, portanto, para quem não tem hipótese de construir em terrenos próprios e que não se imagina a viver na cidade ou longe dos familiares. É o caso de Ricardo Martins, 28 anos, natural de freguesia de Alvorninha, que hoje encetou o processo que irá culminar na sua nova casa. “Eu sempre pensei que gostava de ficar na freguesia, próximo dos meus pais, e como não tinha forma de construir esta foi uma opção para não ter que ir para uma gaiola, que é o que eu chamo aos apartamentos. Foi uma grande oportunidade de ficar”, contou. Alexandra Guilhoto, agora com 36 anos, candidatou-se mesmo no limite de idade mas achou que valia a pena tentar porque as “as características da iniciativa vêm ao encontro das minhas expectativas, que é habitação a custos controlados”, explica a jovem, actualmente a residir na freguesia de Santo Onofre. Alexandra candidatou-se à compra de um terreno para construir uma moradia de tipologia T3, o que parecia seria difícil de concretizar, não fosse o Programa Municipal de Habitação Jovem. “Andei a ver terrenos e é horrível. Os preços não são para particulares, estão só a pensar nas empresas que compram e depois constroem. Neste caso, nós, no início de vida, podemos pagar”, comentou. Tão animado como os candidatos escolhidos, estava o presidente da Junta de Freguesia, Virgílio Leal. “É com muita satisfação que fazemos a entrega dos primeiros lotes num projecto comum da Câmara Municipal e Junta de Freguesia que sempre sentiu necessidade de manter os seus na freguesia e, eventualmente, ver regressar alguns que estão fora”, disse o autarca de freguesia, desejando que os restantes quatro lotes que compõem o loteamento sejam entregues brevemente. O loteamento do qual fazem parte os dois terrenos atribuídos é composto por seis lotes com áreas de construção entre os 190 aos 300 m2 e os preços variam entre os 15 e os 20 mil euros. A trabalhar na preparação dos loteamentos em A- dos- Francos, Landal e Santa Catarina está o vereador da Juventude, Hugo Oliveira. O autarca avançou que o processo encontra-se “na fase de adjudicação à empresa que vai fazer o projecto de execução. Depois seguem-se as infra-estruturas e contamos abrir as candidaturas à aquisição na segunda metade do próximo ano”. Os candidatos preferenciais ao Programa Municipal de Habitação devem ser naturais ou residentes na freguesia onde se situa o loteamento e não podem possuir habitação própria ou terreno apto para construção. Os agregados familiares com filhos menores ou os que integrem um agregado com um rendimento bruto inferior ao dobro da retribuição mínima mensal garantida também poderão candidatar-se. A candidatura à compra dos lotes pode ser feita individualmente ou como casal (casados ou em união de facto) desde que a média de idades não seja superior a 35 anos, sendo suficiente que apenas um dos elementos cumpra os requisitos. Os candidatos a título individual não poderão ter mais de 35 anos.