A Caixa de Pandora é uma expressão usada para referir alguma coisa que pode ser terrível e que, uma vez conhecida, pode fugir ao controlo. É o que se tem passado com o nosso Governo e os projectos de lei que apresenta ou pensa apresentar em breve aos deputados, para serem aprovados, como manda a «ditadura» (impropriamente chamada «maioria parlamentar»), que nos governa. Foi, em tempos, a despenalização do aborto até às doze semanas, como se fosse crime só depois desse tempo! Foi o Estatuto dos Açores, numa clara afronta ao Senhor Presidente da República. Foi a Lei de financiamento das campanhas eleitorais dos partidos, neste caso aprovada por quase todos os deputados, que esqueceram os avisos de contenção de despesas e vieram agora justificar-se com desculpas esfarrapadas, avisando alguns que vão «rever» o texto, mesmo antes de ser aprovado, mostrando a leviandade com que se fazem leis cá no nosso país. Anuncia-se o projecto-lei, que vem complementar a Lei do aborto – a Lei que autoriza a eutanásia. Assim, pelo aborto eliminam-se os não nascidos que «incomodam», (mas para ganhar votos dão-se beijinhos às criancinhas quando aparecem nas inaugurações de bandeirinha na mão, como no «antigamente») e pela eutanásia eliminam-se os idosos ou incapacitados que dão despesa e não são produtivos. Distribuem-se “Magalhães” aos milhares e aumenta-se a escolaridade obrigatória para o 12º ano. Para estas medidas terem sucesso preconiza-se o facilitismo das provas de avaliação. As pessoas da minha geração tinham, antigamente, no 6º ano o nível de exigência que aparece agora no 12º. O actual Primeiro-ministro, despudoradamente, não se cansa de pedir uma nova «ditadura» (impropriamente chamada «maioria parlamentar»). Eu faço votos para que com isso aconteça o que, felizmente aconteceu com a Gripe A H1NI – foi mais o fumo que o fogo! É ou não este Governo comparável à Caixa de Pandora, que uma vez aberta despeja coisas terríveis, que fogem ao controlo? Maria Fernanda Barroca
O nosso Governo versus Caixa de Pandora
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