Começou esta semana a ser julgado em Évora um alegado caso de duplo homicídio, sentando-se no banco dos réus um emigrante português em França suspeito de ter mandado matar a mulher e de ter assassinado o homem que contratou para a liquidar, cujo corpo foi enterrado num eucaliptal na Usseira, na fronteira do concelho de Óbidos com o do Bombarral. É uma história com contornos macabros. Em 28 de Agosto de 2007, a pacata vila de Alcáçovas, em Viana do Alentejo, era sobressaltada com o homicídio de Francisca Figueira, de 49 anos, no interior da sua casa de férias. Na ocasião, tudo fazia crer que o móbil do crime tinha sido o furto de valores da habitação. Foi o marido, David Campos da Silva Figueira, 47 anos, natural do Bombarral, quem encontrou a mulher prostrada no chão da sala, após chegar a casa de uma pescaria, cerca de 20.30 horas, dando o alerta à GNR. A mulher estava prostrada no chão e apresentava sinais de estrangulamento. A casa estava virada “de pernas para o ar”, com sinais de assalto. Conta quem viu que o homem estava desfeito em lágrimas e gritava pelo nome dela. Casados há mais de 25 anos e com dois filhos adultos, ambos passavam férias na casa que tinham no Alentejo, de onde a mulher era natural, e tinham viagem de regresso marcado para o dia seguinte. O emigrante, que com a mulher tinha uma empresa no sector da construção civil, voltou a Mouroux, em Seine-et-Marne, a dois passos de Paris. Terá sido a 18 de Outubro que ajustou contas com o francês Dominique Colinet, 43 anos, de Bussières (Seine-et-Marne), que pontualmente trabalhava para a firma dos portugueses e que terá contratado para matar a mulher. Para apagar qualquer pista que o relacionasse com o crime ou para não lhe pagar ou por eventualmente estar a ser chantageado, assassinou-o, acreditam as autoridades. A vítima foi dada como desaparecida e nesse mesmo mês David Figueira enviava para Portugal, através de uma empresa de distribuição, um inocente bloco de cimento, que tinha como destino o Bombarral e foi mantido num armazém da família como se se tratasse de material a usar numa obra. No interior do bloco estava dissimulado o cadáver do francês. Em Novembro, o emigrante, depois de vender o seu negócio em França, voltou a Portugal e terá levado o bloco para um eucaliptal pertencente ao seu pai, na Usseira, enterrando-o num local de difícil acesso, próximo da estrada que liga a localidade ao Bombarral. A Polícia Judiciária, que desde logo colocara o marido da vítima na lista de suspeitos, ao contrário da população e família, que estavam convencidos de que tinha havido um assalto, já o vigiava há algum tempo, em conjunto com as autoridades francesas, e acabou por detê-lo, arrancando-lhe a confissão do homicídio do francês. O corpo veio a ser recuperado dentro do bloco de cimento, coberto de cal e enterrado. Duas perfurações que se presume serem de projécteis de uma arma foram encontradas no crânio. As motivações do emigrante estão, ao que tudo indica, relacionadas com o dinheiro do negócio das lareiras, que a mulher Francisca financiava, e com a pressão da amante portuguesa, onze anos mais nova, que ficou em Paris na altura do primeiro homicídio, com quem também já tem um filho pequeno. Do casamento que acabou em crime ficaram dois filhos. Francisco Gomes
Cadáver enterrado na Usseira fez desvendar dois crimes
20 de Maio, 2009
Começou esta semana a ser julgado em Évora um alegado caso de duplo homicídio, sentando-se no banco dos réus um emigrante português em França suspeito de ter mandado matar a mulher e de ter assassinado o homem que contratou para a liquidar, cujo corpo foi enterrado num eucaliptal na Usseira, na fronteira do concelho de […]

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