No tradicional jantar de Ano Novo da freguesia de Alvorninha, a educação foi o tema mais falado pelos autarcas convidados, a par do alcatrão e do dinheiro para obras. O jantar, que juntou cerca de uma centena e meia de pessoas ligadas a todas as associações de Alvorninha, realizou-se no restaurante Nascer do Sol, em Salir do Porto. Virgílio Leal, presidente da Junta, e Tinta Ferreira, vereador da Educação, homenagearam a professora Alexandra Reis, antiga responsável do agrupamento de escolas de Alvorninha, pelo seu desempenho enquanto dirigente e enquanto professora, “uma vez que sempre que havia um problema, ela trazia a resolução ou uma proposta de resolução. Com professores assim é fácil de trabalhar”, declarou o presidente da Junta. Satisfeita com a homenagem, a professora declarou que irá “ficar mais tempo em Alvorninha” por gostar da freguesia, mas para “poder inaugurar o novo Centro Educativo de Alvorninha” que está a ser construído. Foi exactamente este equipamento que dominou os discursos em jeito de balanço autárquico e de pré-campanha, tendo em primeiro lugar Virgílio Leal começado por dizer que o equipamento vai marcar o arranque no próximo ano lectivo. “Vai ser inaugurado em Setembro deste ano e terá ATL e pré-escolar. Era uma ambição para a freguesia que se está a concretizar. O edifício fica na sede de freguesia e perto de todas as áreas uma vez que ali ao lado está o lar, creche e depois um Centro de Dia”, referiu. O vereador Tinta Ferreira também declarou que esta é a forma de concentrar os alunos e que dará melhor qualidade de ensino aos jovens. Luís Ribeiro, presidente da mesa da Assembleia de Freguesia, usou da palavra para declarar que o Centro Educativo “é obra que mostra que em Alvorninha se trabalha pela raiz e não pelo telhado, porque a educação está em primeiro lugar”. Fernando Costa, presidente da Câmara, começou por dizer que o Centro Educativo “é bom porque até há professores em Alvorninha que não se querem ir embora”. O autarca explicou que a obra, prevista para 1,2 milhões de euros com comparticipação governamental, “terá de subir para os dois milhões por causa de ser necessário erguer um muro de suporte”, sendo esta parte totalmente suportada pelos cofres da edilidade. Quanto aos restantes temas dos discursos o presidente da Junta de Freguesia considerou que o jantar “é a forma de retribuir aquilo que as pessoas fazem pela freguesia, porque a sua prestação eleva o nome de Alvorninha, quer sejam autarcas, funcionários, familiares, professores, educadores empresários, agricultores e outros que fazem esta freguesia ser enorme”. Virgílio Leal, aproveitando a dimensão da freguesia que dirige e a presença do presidente da Câmara, lembrou que em Alvorninha existem 207 quilómetros de rede viária. “São 22 associações e só entre a Junta e a Associação de Desenvolvimento Social há um milhão de euros de orçamento para este ano. Dos 207 quilómetros, cerca de 50% é em alcatrão que em dois anos não viu qualquer renovação. Sabemos que temos previsto 10,500 metros de alcatrão prometidos, mas ainda não aqui chegou nada”, declarou, ao mesmo tempo que dos presentes alguém gritou que “em Almofala precisa-se de alcatrão e de cumprir a lista de promessas”. O padre Rui Gomes, ouvindo todas estas verbas, aproveitou a embalagem e queixou-se que apenas recebeu 100 mil euros no ano passado, e ainda precisa de “arranjar o telhado da igreja da Moita, do telhado da Sociedade Filarmónica e de mais verbas para outras obras que necessitam de ser começadas”. Na resposta, Fernando Costa disse que “a grande obra de Alvorninha é o Centro Educativo, e não podemos por isso pensar só em alcatrão”. O presidente da Câmara revelou ainda que já entregou cerca de 500 mil euros ao empreiteiro Virgílio Cunha para começar a fazer os alcatroamentos, que pensa irão começar dentro de pouco tempo. Fernando Costa aproveitou o facto de estar perante a freguesia que possui mais pessoas ligadas ao sector primário, desafiando-as para que durante este ano apresentem projectos de forma a combater a crise. Carlos Barroso