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No Santo Antão não houve crise “No Santo Antão não há crise”, disse Maria Mendinhas, que confecciona e depois vende os chouriços na tradicional Festa do Santo Antão de Óbidos. “Este ano fizemos mais chouriços do que no ano passado e à uma da tarde já tinha tudo vendido, se mais houvesse”, sublinhou esta obidense […]
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No Santo Antão não houve crise “No Santo Antão não há crise”, disse Maria Mendinhas, que confecciona e depois vende os chouriços na tradicional Festa do Santo Antão de Óbidos. “Este ano fizemos mais chouriços do que no ano passado e à uma da tarde já tinha tudo vendido, se mais houvesse”, sublinhou esta obidense que já vende há 12 anos neste evento. A tradicional Festa de Santo Antão realizou-se no passado sábado, com os romeiros a subirem até à Ermida para fazerem promessas com vista à recuperação dos animais doentes e pedidos de boas ninhadas. Depois juntou-se a componente profana, com muita animação à volta das fogueiras, onde assaram os chouriços que acompanharam com bom vinho. Este ano, a festa, que decorre sempre a 17 de Janeiro, coincidiu com um sábado, o que aumentou a afluência. “Já há alguns anos que não vejo tanta gente neste festejo, é normal porque ao sábado e domingo a disponibilidade das pessoas é sempre maior”, referiu Carlos Matias, residente nas Caldas da Rainha mas fã do Santo Antão de Óbidos “Já é a terceira vez que venho a esta festa, estou a adorar pela atitude das pessoas e as amizades que já fiz”, revelou. Milhares de pessoas, incluindo idosos e crianças, sobem todos os anos 150 degraus para chegar à ermida de Santo Antão no cimo de um amplo cabeço, com cerca de 80 metros de altura. O percurso é difícil, mas rapidamente as pessoas recuperam a energia com o chouriço assado e o vinho da terra, mas também com o convívio. É na festa que compram ou consigo levam os chouriços que assam no cimo do outeiro e que acompanham com vinho da região. Trata-se de uma festa que mistura a componente religiosa com o convívio, onde as pessoas comem, bebem e divertem-se à volta de diversas fogueiras espalhadas pelo recinto. A missa na capela de Santo Antão começou ao meio-dia e terminou bem a tempo de se começar a assar o chouriço para o almoço. Também neste dia são entregues esmolas e imagens de animais em cera, no pedido de protecção dos animais ou em retribuição da ajuda prestada em alguma altura de aflição. No caso de doença, ou de desejo que tudo corra bem com os animais, não há nada como fazer uma promessa a Santo Antão. As velas ou imagens de animais em cera são queimadas no tabuleiro ou são depositadas aos pés da imagem do Santo. Fitas cor-de-rosa devem ser amarradas à cabeça dos animais para ficarem protegidos contra qualquer mal. Estas fitas designadas, entre os romeiros, por “sacramentais”, são previamente benzidas. As promessas são pagas na casa de esmolas ou na sacristia. Raul Penha, diácono e um dos responsáveis pela organização do evento, disse que este ano para a festa encomendaram tudo a dobrar, porque se realizou num sábado. “É sempre um dia com mais afluência, nomeadamente pelas pessoas que vêm pelo convívio. Na parte religiosa não tem diferença se é um sábado ou domingo, se está bom tempo ou se está a chover, porque a capela está sempre cheia durante a missa e quem costuma vir cá pagar as promessas continua sempre a vir”, explicou o responsável. Dos 100 quilos de chouriço para vender, às 15h00 já tinham mais de 70 quilos vendidos. O lucro que fazem na venda das fitas, velas e chouriços reverte a favor de arranjos na Igreja, que é de 1836, resultado da promessa de um obidense, que se ficasse vivo da Batalha de Aljubarrota mandava construir a capela e assim o fez. “Já é muito antiga e precisa de restauros, precisamos da ajuda da Câmara para que um dia se façam obras de fundo”, referiu o diácono. O Santo Antão de Óbidos encontra-se no centro duma vasta região agro-pecuária, onde o porco tem tido um papel de grande importância. Raul Penha disse que a imagem do porco tem sido sempre a mais vendida mas revela que os tempos mudaram e cada vez mais as pessoas fazem as promessas para os seus animais domésticos ou para seus familiares. “O porco era a economia da família, como os tempos foram mudando, hoje a grande parte das promessas começa a ser para o gato, o periquito, o peixe, vai-se mudando a cultura, mas a fé permanece, só que é transferida para outro animal”, apontou. Para Raul Penha, “o Santo Antão está para durar”. “Mesmo que a comissão organizadora deste evento não fizesse esta festa acho que as pessoas vinham na mesma, também são os mais jovens que continuam a manter a tradição”, disse. À animação junta-se a música dos acordeões levados de casa, prolongando a festa até ao pôr-do-sol. Marlene Sousa

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