Os proprietários de explorações agrícolas na zona litoral do concelho de Alcobaça – entre São Martinho do Porto até ao limite do concelho da Nazaré – estão desesperados com os sucessivos ataques de cães vadios, que irrompem pelos estábulos e matam dezenas de ovelhas e borregos, provocando prejuízos avultados, que não são ressarcidos por não haver ninguém a quem seja atribuída a responsabilidade. O último caso aconteceu na semana passada na Quinta das Navegadas, na freguesia de Cela, onde Bertolino Querido viu-se a braços com 40 ovelhas, a maior parte prestes a parir, e 70 borregos mortos. “No domingo de manhã quando vou a chegar ao curral vem uma matilha de cães a sair e atiraram-se a mim. Tinha uma arma e disparei em minha defesa, conseguindo matar quatro cães. Mas lá dentro, onde entraram após terem esgravatado o chão para passarem debaixo das redes, cerca de 15 cães deixaram um cenário que parecia de guerra”, relatou. “Na terça-feira voltaram a atacar novamente. Mataram mais 12 ovelhas, quase em pleno dia, já fora do curral”, indicou o agricultor, que se mostra inconsolável. “Mataram-nas pelo prazer de destruir e também comeram algumas. Outras ficaram feridas e virão a morrer, e algumas estão a abortar. Uma pessoa não pode voltar costas e eles atacam. Alguém tem de parar isto”, manifestou, avançando ter cerca de dez mil euros em prejuízos. É o sustento de Bertolino Querido e da sua esposa, Cidália Marquês, que vende produtos agrícolas ao sábado na Praça da Fruta, nas Caldas da Rainha. Na Quinta do Cabeço, na freguesia do Bárrio, foram já contabilizados vários ataques, o último dos quais dizimou as 15 ovelhas que existiam, num prejuízo de cerca de dois mil euros. “Estava tudo morto, algumas estripadas, outras caíram dentro das valas por os cães as terem afugentado”, contou Iuri Alves. “O pessoal que está aqui a trabalhar viu oito cães, de médio e grande porte, que tiveram de atravessar valas de água com 2,5 metros de largura”, revelou. O proprietário apresentou queixa na GNR contra desconhecidos, mas foi arquivada pelo tribunal por não se conseguir determinar a quem atribuir a responsabilidade. Na mesma situação estão outros produtores de gado na região, cujas explorações também foram invadidas por matilhas de cães. Para travarem o cenário de “autêntica chacina” com que se deparam, os agricultores exigem medidas da Câmara Municipal de Alcobaça, por entenderem que é a esta entidade quem compete a recolha dos cães vadios. Está prevista uma reunião com o vereador responsável por esta área. “Se houver boa vontade, haverá uma compensação pelos estragos”, sustentou Bertolino Querido, que defendeu que “se não acabam com os cães e não há um fim à vista para estes ataques, assim não vale a pena continuar a actividade”. “Só volto a ter mais ovelhas se garantirem que me pagam alguma coisa se acontecer outro ataque”, afirmou Iuri Alves. Francisco Gomes (texto)
Matilhas de cães dão cabo de ovelhas e borregos
21 de Janeiro, 2009
Os proprietários de explorações agrícolas na zona litoral do concelho de Alcobaça – entre São Martinho do Porto até ao limite do concelho da Nazaré – estão desesperados com os sucessivos ataques de cães vadios, que irrompem pelos estábulos e matam dezenas de ovelhas e borregos, provocando prejuízos avultados, que não são ressarcidos por não […]

Matilhas de cães dão cabo de ovelhas e borregos
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