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Vida solitária fragiliza antigo operário acidentado Jorge Justino, de 43 anos, é um antigo trabalhador da construção civil, que esteve no acidente da ponte da A15 que caiu em São Gregório, no dia 19 de Janeiro de 2001. As memórias desse acidente são ainda muito latentes, já que Jorge Justino ficou com uma perfuração no […]
Salir de Matos

Vida solitária fragiliza antigo operário acidentado Jorge Justino, de 43 anos, é um antigo trabalhador da construção civil, que esteve no acidente da ponte da A15 que caiu em São Gregório, no dia 19 de Janeiro de 2001. As memórias desse acidente são ainda muito latentes, já que Jorge Justino ficou com uma perfuração no crânio. Mas os azares deste solitário não ficam por aqui. Já depois da fase de recuperação Jorge Justino foi vítima de um atropelamento em Salir de Matos, ficando com mais um buraco na cabeça. Para ajudar a vida atribulada, recentemente caiu e sofreu escoriações num braço, que tem vindo a tratar no posto médico de Salir de Matos e no centro de saúde das Caldas. O antigo operário, cada vez que fala dos acidentes, solta uma gargalhada nervosa e descreve cada um dos colegas que ficaram mortos e feridos na construção, exibindo ao mesmo tempo as suas marcas dos ferros que lhe perfuraram as pernas, peito e cabeça. São feridas que estão por sarar no pensamento deste homem que necessitava de ser acompanhado, uma vez que se refugia no álcool para esquecer tudo aquilo que passou e as condições em que vive. “Foi pena não ter morrido logo”, desabafa. Mora no rés-do-chão de uma casa no Casal da Brejoeira, Salir de Matos, que partilha com um irmão com 47 anos, que ocupa o sótão da habitação com entrada independente. As dificuldades psicológicas de Jorge Justino e a falta de apoio domiciliário são por demais evidentes. Só a ajuda de um outro irmão, Américo Justino, embarcado e com 42 anos, vai dando algum ânimo a Jorge Justino, que anda sempre com pouca roupa e de sandálias sem meias, faça frio ou calor. Foi nessas condições que o encontrámos e nas parcas palavras que proferiu, de sorriso escondido, pediu ajuda, reconhecendo que o seu mal está na bebida. O antigo trabalhador recebe mensalmente 172 euros provenientes de uma reforma antecipada por força do acidente, tendo recebido ainda uma indemnização de 16 mil euros, que serviu para pagar os tratamentos na recuperação dos ferimentos, ao advogado e a uma pessoa que lhe fazia o serviço em casa durante dois anos, enquanto andou de cadeira de rodas. Actualmente sem dinheiro e sem apoio, aquilo que recebe “derreto na bebida”, reconhece, por não ter orientação psicológica, uma vez que por vezes, conta o irmão embarcado, “as coisas não funcionam bem”. “Eu não estou cá durante muito tempo porque sou embarcado, mas quando estou por cá as coisas andam mais ou menos. Ele precisava de mais apoio e todos os dias. Alguém que lhe fizesse as coisas em casa e que o orientasse para que não andasse por ai”, descreve Américo Justino. Jorge Justino abriu as portas da sua casa e a desorientação na habitação é notória. Só como exemplo, o homem tem roupa no guarda-roupa arrumada e limpa, mas anda quase sempre com a mesma vestimenta. O acidentado sente ainda a falta de uma casa de banho, uma vez que para fazer qualquer necessidade é usado um balde e o banho é tomado ocasionalmente num alguidar. “Gostava de ter uma casa de banho e que alguém me orientasse a casa. Tenho pouca roupa e pouco dinheiro e isso chega-me”, manifesta Jorge Justino, apesar de ser evidente que necessita de mais ajuda, uma vez que, se não houver nada feito, ou pela cunhada ou por um irmão, as refeições são esquecidas, havendo ainda a registar a dificuldade em acender o fogão. Na visita a sua casa as lágrimas soltaram-se espontaneamente quando Jorge Justino exibiu as ferramentas de trabalho. É a falta de trabalhar e de estar dependente de terceiros que o mais perturba. Este é mais um caso assinalado pela Junta de Freguesia de Salir de Matos, e consequentemente deve ser do conhecimento das restantes autoridades, que poderiam entrar em campo e disponibilizarem algum tipo de apoio domiciliário. Carlos Barroso

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