Surpreendentemente, chega-nos a notícia de que a prefeitura da cidade inglesa de Oxford, por sugestão da “Oxford Inspirer”, organizadora de eventos, decidiu proibir a palavra ” Christmas”- Natal e substituí-la por ” Festival das Luzes de Inverno”. Com insinuante e envolvente mansidão, ousam assim apagar o cerne da questão e apresentar um Natal sem Menino Jesus… Alienando-se da sua essência, justificam tal atitude com o objectivo de não melindrar os fiéis de outros credos… Curiosamente, quem se insurgiu com esta medida, que considerou no mínimo ridícula, foi o Chefe do Conselho Muçulmano Sabir Hussein Mirza, que declarou à imprensa estar “muito zangado por isso”. Também o Rabi Eli Bracknell referiu a necessidade de perseverar toda uma cultura tradicional católica no Reino Unido, sem a qual a identidade britânica seria fortemente comprometida, numa época de forte crise dos valores e de atentados à vida humana. Esta excentricidade, é a negação consciente de toda uma atmosfera espiritual tão querida e amada pelo homem, é uma forma indecorosa de acentuar o materialismo e o consumismo desenfreado e é ainda uma forma de terrorismo camuflado e sub-reptício. Longe de promover a harmonia racial, tão precária e necessária num mundo conturbado com violências de vária ordem, aposta na exclusão das tradições e da espiritualidade que caracterizam e são a base cultural de toda a Europa. Se o verdadeiro diálogo se constrói pela identidade, esta medida é deveras preocupante num tempo em que urge unir esforços, em que o homem busca desesperadamente e cada vez mais referências de harmonia e tranquilidade com o outro, com a sociedade e consigo próprio. Na verdade, se todo o mundo espera pelo Natal e rejubila com a alegria de à sua volta poder lançar sementes de Paz e de Amor, porquê abolir a mensagem salvífica de que só o Deus Menino é portador? Maria Susana Mexia