Quatro pessoas, entre as quais dois militares da GNR, foram agredidas na tarde da passada sexta-feira, em Peniche, por um indivíduo com tendências esquizofrénicas, que após o acto se barricou em casa durante duas horas, até se entregar às autoridades. Os dois civis, uma mulher de 24 anos e um homem de 66 anos, tiveram de receber tratamento hospitalar. O caso passou-se na Associação de Cultura e Recreio D. Inês de Castro, em Coimbrã, Atouguia da Baleia, cerca das 14 horas. O agressor, Gilberto Pereira, de 32 anos, encontrava-se no café da colectividade quando, sem razão aparente, começou a discutir com um cliente, Carlos Antunes, e de seguida tentou atingi-lo com uma cadeira de ferro, que acabaria por acertar na cabeça de outra cliente, Ana Filipa. Enquanto a mulher estava caída no chão, o agressor desferiu um murro no cliente, tentando ainda empurrá-lo por umas escadas, para fugir de imediato para a sua residência, situada a poucos metros, onde mora com os pais. Os bombeiros transportaram as vítimas para o hospital de Peniche e a GNR foi ao encontro do indivíduo, que se barricou em casa. “A GNR tentou tirá-lo de casa mas ele atirou um cinzeiro partindo um vidro da porta e não se entregou”, contou Tiago Pereira, sobrinho do agressor. Vários objectos em vidro arremessados do interior acabariam por atingir dois militares da GNR, que também foram ameaçados e insultados. “Quis convencê-lo a entregar-se mas ele tentou agredir-me e só com o passar do tempo ficou mais calmo e foi possível a GNR entrar dentro de casa e algemá-lo”, relatou o familiar. Segundo fonte policial, o indivíduo tem “um historial clínico de participações psicológicas”, que levou à sua “condução ao hospital para avaliação psíquica”. Foi levado para o hospital de Peniche e depois para a unidade de psiquiatria do Hospital de Santo André. “Não fica detido, mas poderá ser internado, após a avaliação”, referiu a mesma fonte. Segundo o JORNAL DAS CALDAS apurou, Gilberto Pereira desde há cerca de dez anos sofre de uma doença mental que se caracteriza por alterações de comportamento e alucinações, vindo a ser medicado e acompanhado por especialistas. “De vez em quando imagina coisas, tem conversas estranhas e torna-se agressivo. Já tentou uma vez agredir-me com uma navalha e agora atingiu duas pessoas que não lhe fizeram mal nenhum”, declarou Tiago Pereira. “Foi um grande susto. De repente levei com a cadeira em cima e ainda pensei que ele matava o outro senhor”, desabafou ao JORNAL DAS CALDAS, Ana Filipa, à saída do hospital de Peniche, onde foi suturada com seis pontos na testa. O outro agredido também teve alta. Francisco Gomes