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Aldeias do Cadaval celebraram tradição de romaria de Reis

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Perto de um milhar de pessoas cumpriu a tradição, na noite de 5 de Janeiro, nas aldeias de Avenal e Pereiro, no concelho do Cadaval, ao percorrer todas as casas da aldeia, pintando símbolos tradicionais, cantando, comendo e bebendo o que os proprietários disponibilizaram. Atrás, seguiu outro grupo de pessoas que cantava versos alusivos aos […]
Aldeias do Cadaval celebraram tradição de romaria de Reis

Perto de um milhar de pessoas cumpriu a tradição, na noite de 5 de Janeiro, nas aldeias de Avenal e Pereiro, no concelho do Cadaval, ao percorrer todas as casas da aldeia, pintando símbolos tradicionais, cantando, comendo e bebendo o que os proprietários disponibilizaram. Atrás, seguiu outro grupo de pessoas que cantava versos alusivos aos Reis Magos e aos proprietários das casas que iam pintando. Em cada casa, uma paragem obrigatória para comer e beber. A festa culminou com uma paragem no largo da aldeia, com cantares à desgarrada e muita comida e bebida. No final, os persistentes terminaram a romaria no alto da serra onde se situa o moinho da aldeia do Pereiro e onde foram lançados os últimos foguetes. “Esta noite de reis Magos é uma noite diferente, ainda hoje não cantou o nosso presidente; Isto de cantar os Reis a malta fica rouca e há quem tenha comprado uma caneca já rota”; Estamos a cantar os Reis nesta noite de Luar temos de beber uma pinguinha para a malta alegrar; esta noite de reis magos, ninguém foge à regra, provam branco e provam tinto é que há bom desta terra; esta noite de Reis Magos é uma noite de vigília e vamos todos agradecer a esta família”, foram alguns dos versos improvisados que foram cantados pelos residentes, populares e até pelo presidente da Câmara do Cadaval. À frente de toda esta gente esteve quase sempre Horácio Claudino, que de foguete em foguete foi deixando a aldeia acordada e mostrando por onde seguia a cabeça de um pelotão que foi encurtando com o passar das horas, até ao cume onde estava o moinho. “Lanço os foguetes porque calhou, mas também me ofereci. Lançarei todos os foguetes até que esteja bem. Com um copito a mais passo o serviço a outro”, disse, entre sorrisos. Isabel Ribeiro foi uma das muitas pessoas que abriu as portas da adegas e da garagem, oferecendo abafado, vinho tinto e branco, licores, bolinhos, bolo-rei, filhoses e outros doces tradicionais. “Abro as portas, porque é uma tradição que havia quando decidi viver aqui e actualmente estou muito orgulhosa por participar nesta romaria. Sinto-me muito feliz por receber toda esta gente em minha casa”, manifestou. Também António Jesus abriu as portas da casa e por isso oferece “do coração todo o vinho que tenho para regar as gargantas daqueles que aqui vierem. Não é muito mas é o que eu tenho e dou de bom agrado aos amigos. É uma festa saudável e que temos de manter o ritmo”, disse. “Esta é uma das melhores coisas que podem acontecer e aconselho a todos aqueles que quiserem vir aqui no próximo ano”, frisou. “Apanho aqui pessoas da Lourinhã, do Cadaval, de Peniche, das Caldas, de Torres Vedras, do Algarve, de Alenquer e até os presidentes de Câmara aqui vêm, assim como já aqui esteve o escritor José Saramago”, descreveu. O presidente da Junta de Vilar, Eduardo Nobre, lembrou que esta noite de tradição “remonta a vários séculos passados e que vem sendo mantida por populares que anualmente renovam esta romaria. As pessoas da terra recebem todos aqueles que são daqui e todos os forasteiros, com as portas das casas abertas, dando tudo aquilo que têm de comida e bebida. Esta é uma boa forma de receber toda esta gente que vem de Lisboa, de Caldas, Lourinhã, Bombarral e é um orgulho para a freguesia”. O autarca referiu também que esta romaria “é difícil de terminar”, uma vez que é preciso percorrer todas as casas do lugar, até de madrugada e depois comparecer, pelas sete da manhã, no moinho. “São muitos ao início e este ano estão aqui perto de 800 pessoas, mas no final poucos resistem, porque vão bebendo e com isso vão ficando pelo caminho”, disse, dando um sinal de alento aos mais persistentes, porque “a noite está boa”. A casa de Albano e Maria Odete Bento é uma onde os mais persistentes têm em linha de conta, uma vez que simboliza meio caminho até à final e onde é oferecido chá e café. “É uma tradição que se tornou, porque há uns anos um grupo de oito ou dez vieram aqui e como estavam tão entornados, tive a infeliz ideia de ir fazer um café. Eles aceitaram e a partir daí todos os anos pediram sempre o café, daí esta tradição da Casa da Ladeira”, relatou Maria Odete Bento. A dona da casa revelou ainda que “antes só participavam nesta romaria quando calhava no calendário aos fins-de-semana”, mas depressa começaram a tomar o dia de Reis como “dia feriado”. “Tirávamos um ou dois dias de férias, porque é uma tradição muito engraçada. Eles cantam os versos de improviso e esta camaradagem é uma coisa nunca vista em mais lado nenhum”, disse o marido enquanto servia café. Esta grande festa terminou no dia 6 de Janeiro com um almoço convívio na sede da Associação do Pereiro, que todos os anos organiza esta romaria, numa aldeia que tem cerca de 200 residentes. Carlos Barroso

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