Jogar à bola no areal e depois ir à água João Filipe, Adelino Silva e José Nascimento são os três plageanos mais antigos de um grupo que conta ter cerca de 55 anos e que mais uma vez se juntou às 10 horas da manhã do dia 1 de Janeiro, para depois de jogar uma partida de futebol, mergulhar nas águas geladas do mar da Foz do Arelho. Este ano a tradição contou com 34 plageanos e apesar da chuva que acompanhou quase toda a partida e depois na hora do mergulho, os destemidos jovens e velhas guardas não deixaram de cumprir a tradição, embora uns tenham apenas aparecido para a primeira banhoca do ano no mar. João Filipe, um dos mais antigos, recordou que quando se iniciou o Phoz Plage, há 55 anos, desde aí tem havido uma renovação dos seus elementos, mas tem-se mantido o espírito de grande camaradagem. “Estas reuniões futebolísticas na praia têm muita camaradagem, amizade e um espírito extraordinário. Têm passado muitos elementos que nos deixaram muita saudade, mas isto continua porque há sempre jovens a entrarem”, contou. Este elemento recordou também os tempos em que “não podíamos jogar, porque o cabo do mar apreendia-nos a bola e chegou a levar-nos presos para o posto da capitania”, mas tudo isso passou e “hoje são as autoridades a fomentarem o futebol de praia”, disse, com um sorriso. Para este seguidor de uma tradição que começou com apenas três pessoas num almoço, estar presente logo pela manhã para jogar à bola, mergulhar na água fria do mar e beber um Vinho do Porto e comer uma filhós ou uma fatia de bolo-rei, depois de uma noite de festa e onde o sono foi mal dormido ou nem foi dormido, “é um bichinho da bola”. “Muita gente sabe que o pessoal do Phoz Plage está na praia e vai dar o mergulho e por isso cá estamos. Criou-se esta tradição que se mantém felizmente, e que se vai manter, porque está muito enraizada. Há grandes amizades por causa destes jogos da bola. As velhas guardas do Phoz Plage fazem almoços por uma questão de dedicação, porque se criaram amizades em todos os escalões sociais”, referiu. Os plageanos todos os anos e cada vez que jogam na Foz do Arelho limpam e cuidam do areal e este ano não fugiu à regra, apesar de pairar uma preocupação extra, mas com a dimensão da praia. “Estamos muito preocupados porque ao longo dos anos nunca tivemos uma situação como estas. A aberta está muito chegada à Foz. Nós conseguimos arranjar o campo, até porque estamos na maré vazia, mas o avanço do mar é demasiado”, descreveu José Nascimento. Quanto à limpeza do areal, um dos mais inconformados elementos e que participou nas operações de preparação do areal, apelou a que as pessoas não deixem lixo na praia no Inverno, nem deixem os dejectos dos cães na areia. “Hoje estamos cá nós a jogar à bola, mas amanhã podem ser eles a apanharem o banho de sol e podem ser apanhados pela surpresa deixada para trás pelo cãozinho”, disse, lembrando que perto do campo de jogos “existem infra-estruturas para crianças que durante todo o ano a utilizam e não fica bem uma criança pisar ou agarrar num cocó de cão ou numa garrafa partida”. Também preocupado com esta situação está José Nascimento, que manifestou que “há preocupação por parte do grupo em manter a praia limpa e por isso nós de vez em quando juntamo-nos e limpamos o areal”, disse. O Phoz Plage identifica-se como um grupo de amigos que frequentam o areal da praia da Foz do Arelho e que regularmente se reúnem para confraternizarem futebolisticamente. Para entrarem neste grupo os candidatos têm de respeitar as quinze regras que estão em vigor desde a comissão de 1979, entre as quais se destaca o mergulho no mar, a camaradagem e como dever salienta-se que a equipa que perde o jogo deve carregar as madeiras das balizas. Carlos Barroso
Tradição repetida na Foz do Arelho

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