Faianças Bordalo Pinheiro não fecha mas não paga salários Perante a recusa dos cerca de 150 trabalhadores em suspender os contratos, a administração das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, decidiu manter a laboração, este mês, mas não garante o pagamento dos salários. No penúltimo dia do mês de Dezembro, o gerente, Jorge Serrano, emitiu um comunicado aos trabalhadores dando conta que “não há suspensão de nenhum contrato de trabalho”, ao mesmo tempo que relata que “conforme já referido em comunicado anterior, de momento não existem fundos para proceder ao pagamento dos ordenados de Dezembro”. A 17 de Dezembro, a administração da empresa, num comunicado aos trabalhadores, apelava a que estes “requeiram a suspensão dos contratos de trabalho enquanto não houver encomendas”, descrevendo que “para Janeiro de 2009 não temos encomendas e, consequentemente, não temos dinheiro para salários”. Este responsável adiantava que “o valor de encomendas previsíveis para 2009, face à crise internacional que vivemos, principalmente a que afecta os nossos clientes maiores – os Estados Unidos – é assustador”. A solução, segundo o administrador, levaria a que “no início de 2009 teremos de limitar a actividade da empresa, garantindo os serviços mínimos indispensáveis”, mas “não podemos garantir aos nossos trabalhadores que exista trabalho para executar nem tão pouco que exista dinheiro para pagar os salários de Janeiro”. Na sequência desse comunicado celebraram-se várias reuniões entre a gerência, União dos Sindicatos do Distrito de Leiria e trabalhadores. Segundo Jorge Serrano, “por forte influência do sindicato, os trabalhadores foram aconselhados a não requererem a suspensão dos contratos de trabalho enquanto não houvesse encomendas”. “O sindicato assumirá essa responsabilidade e os trabalhadores assumirão a responsabilidade que tiveram ao seguir essa orientação”, avisa o gerente. “Dado ter chegado ao nosso conhecimento de que na Autoridade para as Condições do Trabalho alguns trabalhadores teriam sido informados de que a proposta da empresa não era legal, dirigimo-nos a esse instituto e concluiu-se, sem margem para dúvidas, de que esse facto não era verdade e que a posição [da empresa] era absolutamente legal”, descreve. Contudo, tendo em conta que a posição dos trabalhadores se mantinha, “apesar dos esclarecimentos dos nossos advogados”, concluiu-se que “não havia mais nada a fazer do que suspender todo o processo proposto”. Desde modo, a administração decidiu dar aos trabalhadores os dias de véspera de Natal e a seguir ao Ano Novo, e desde a passada segunda-feira retomou o funcionamento das diversas secções da empresa. “Os respectivos chefes serão responsáveis pela manutenção da ordem e disciplina, bem como pelo diverso equipamento das referidas secções. Os trabalhadores continuarão a marcar a sua presença na empresa, como é habitual, através do relógio de ponto”, comunica Jorge Serrano. “Qualquer dúvida sobre o desenrolar do processo deverá ser canalizado através do departamento dos Recursos Humanos”, informa ainda. Francisco Gomes
Trabalhadores assumirão responsabilidade, alerta gerente

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