É necessário unidade, resistência e luta em defesa dos postos de trabalho e da empresa Já com o peso da situação geral da indústria cerâmica, particularmente a decorativa e utilitária, altamente dependente da exportação, com o mercado interno em acelerada contracção, com uma política dos baixos salários, a situação de instabilidade que desde há muito se fazia sentir, agravou-se. Com efeito, passados poucos meses, após uma insustentável situação para os trabalhadores da empresa, em que os salários e subsídios em atraso se tornavam incomportáveis face aos compromissos e às necessidades para continuarem a viver em condições minimamente condignas e que a empresa jogando com esses factores tentou livrar-se de dezenas de trabalhadores, praticamente a custo zero. Durante este período a administração ao que parece limitou-se a gerir a crise entregando um estudo económico ou financeiro no IAPMEI e esperar para ver e agora como era espectável, eis que de novo paira sobre os trabalhadores uma nuvem negra de incerteza quanto ao seu futuro e ao futuro da empresa. Ao mesmo tempo é preciso não esquecer que o Presidente da Câmara e o Governador Civil anunciaram ir intervir junto do Governo com vista à tomada de medidas que ajudassem não só a salvar a Bordalo Pinheiro como a indústria cerâmica tradicional, da qual dependem muitas centenas de postos de trabalho na região. Até agora os trabalhadores estão para saber qual o resultado de tais intervenções junto do poder central. Importa ainda salientar que a administração da empresa utilizando um facto real e objectivo que é a crise internacional do capitalismo e ao que parece a real falta de encomendas, por responsabilidade sua, pretende agora ver-se livre dos trabalhadores acenando com o instrumento da suspensão dos contratos de trabalho. Na verdade porque é que aquilo que a empresa anuncia, como uma das medidas para voltar à laboração normal a “procura de captação de encomendas junto de antigos clientes e eventualmente de novos, incluindo os do Mercado Nacional”, não foi feito antes? Porque é que não tomou anteriormente uma iniciativa mais agressiva na procura de novos clientes e novos mercados, usando o prestigiado nome e qualidade dos produtos da Bordalo Pinheiro como elemento de atracção? Será que por detrás de tudo isto se escondem outros negócios de natureza imobiliária, reduzindo a produção a um núcleo residual? Solidária com os trabalhadores, a Comissão Concelhia das Caldas da Rainha do PCP alerta-os para a necessidade de estarem atentos, unidos e mobilizados no sentido de não permitirem a descapitalização da empresa e assegurarem o seu futuro imediato. Considerando como elemento central e decisivo a acção unida dos trabalhadores e da sua organização sindical de classe, o PCP renova o apelo a uma forte convergência de esforços de entidades e personalidades e ao desenvolvimento de um movimento com vista a defender a centenária Bordalo Pinheiro e os mais de cento e cinquenta postos de trabalho. Sem alijar quaisquer responsabilidades por parte das administrações das empresas, face à situação geral que o sector atravessa, são necessárias medidas urgentes e estruturantes que exigem o apoio e a intervenção do governo. Tal como o fez no passado recente o PCP aponta um conjunto de medidas necessárias e urgentes para salvar a indústria cerâmica, das quais destacamos: Que o Governo desenvolva de imediato uma política de redução dos custos energéticos à indústria, promovendo ou apoiando em simultâneo a criação de condições paritárias com os nossos parceiros europeus, particularmente nos domínios da energia e dos combustíveis; Que o Governo promova uma política a partir do banco público como é o caso da CGD, de redução das taxas de juro às actividades industriais designadamente àquelas empresas (como a Bordalo Pinheiro) cuja área industrial vive das exportações e são altamente penalizadas pela suicida política de revalorização do euro e pelas altas taxas de juro; Que o Governo promova uma política de defesa e valorização da indústria, assegurando uma discriminação positiva das pequenas e médias empresas (como a Bordalo Pinheiro) na distribuição de fundos nacionais e comunitários, exercendo o respectivo controlo na sua aplicação; Que o Governo promova uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores, aproveitando a experiência, conhecimento e arte adquirida ao longo de muitas gerações que têm prestigiado o país no plano internacional. A Comissão Concelhia das Caldas da Rainha do PCP
Comunicado aos trabalhadores da Bordalo Pinheiro
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