Bastonários da Ordem dos Médicos e dos Enfermeiros em debate no CCC António José Correia, edil de Peniche, foi o único presidente de Câmara presente num debate sobre o Hospital Oeste Norte (HON), realizado na noite da passada sexta-feira, no CCC das Caldas da Rainha. O autarca foi o único a propor que irá debater na sede da Associação de Municípios a localização da futura unidade, ou nas Caldas ou em Alcobaça, apelando ainda para que se crie um movimento de cidadãos para a localização do futuro Hospital. Este repto surgiu após um debate sobre o HON, promovido pela Ordem dos Enfermeiros, que convidou Daniel Bessa para falar do estudo que efectuou para a localização desta infra-estrutura. Nas quase três horas de debate, com o pequeno auditório do CCC com algumas pessoas ligadas ao sector da saúde, o mentor da ideia e políticos de Peniche, Alcobaça e Caldas da Rainha, todos ficaram com a impressão que dificilmente haverá consenso quanto à localização e por isso poderá haver risco na concretização deste objectivo. O debate contou com a presença da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, do bastonário da Ordem dos Médicos e de José Marques Serralheiro, que há vários anos lançou esta ideia. Antes do debate, Daniel Bessa entrou “derrotado”, reconhecendo que conhece “mal o Oeste” e isso lhe provocou “alguns embaraços”, tendo surgido “jogos de política pelo meio que levaram o antigo ministro da Waúde chutar para canto o projecto”. O professor concluiu que o Hospital de Torres Vedras “tem condições para ser ampliado e requalificado”, enquanto que os hospitais de Alcobaça e de Peniche não têm condições para continuarem. Daniel Bessa foi mais crítico para as gentes de Alcobaça, ao afirmar que o hospital existente “oferece condições de perigo e está esgotado”, embora assuma que “tem bons profissionais”. O contratado pelo antigo ministro da saúde explicou que o Hospital Termal é um dos três problemas para que o projecto ainda não tivesse avançado. “As águas termais são um activo de extrema importância, mas não se vê vida nas Caldas em volta das suas águas”, afirmou. “As Caldas da Rainha estão a perder e não se vê grande coisa no Hospital Termal. As pessoas que dirigem o Hospital Termal não têm competência para dirigir um complexo termal”, reforçou. Quanto ao segundo problema, Daniel Bessa levantou a questão entre Caldas e Alcobaça, reforçando a ideia de que “as gentes da Benedita têm um peso de extrema importância na vida das Caldas”, embora pertençam ao concelho de Alcobaça. “As Caldas são o centro urbano do Oeste e é nas Caldas que deve ficar o HON. O Hospital tem de ser aqui porque é aqui que há pessoal médico. Tive azar na escolha de Alfeizerão porque queria que a unidade ficasse fora da malha urbana, dentro dos terrenos que me deram a escolher”, confessou Daniel Bessa. Quanto ao terceiro problema, o professor referiu-se ao Hospital de Peniche, onde há uma unidade de saúde que tem condições para ser um Hospital de retaguarda. “Peniche precisa de uma unidade de cuidados continuados, de um centro de saúde, e não precisa de um bloco, de urgências e de tanta tecnologia”, manifestou. Depois de dada a opinião de Daniel Bessa, entrou-se na fase de debate, onde a plateia foi bastante interventiva, nomeadamente a parte política. O presidente da Câmara de Peniche foi um dos primeiros a intervir, para assumir que iria “apresentar na sede da AMO uma proposta para que a localização do HON seja discutida”, depois de estudos demográficos, “porque não se pode adiar a decisão para as eleições”. O autarca apelou ainda para que “se crie um movimento de cidadãos” para se ter o HON. O antigo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha (CHCR), Mário Gonçalves, defendeu o projecto da segunda fase de ampliação do hospital distrital, enquanto que o actual director clínico do CHCR, Manuel Nobre, defendeu uma nova unidade. “Temos o internamento incapaz, a urgência é insuficiente, todos os dias temos doentes nos corredores, temos serviços de farmácia e de morgue em contentores”, afirmou Manuel Nobre, apelando a que se “construa uma nova unidade projectada para o futuro”. A vice-presidente da Câmara das Caldas, Maria da Conceição, em resposta a Daniel Bessa, disse que “não será por causa do Hospital Termal que as Caldas deixará de ter o HON”, elucidando que a autarquia “já apresentou quatro localizações possíveis para a construção”. O mentor do projecto do HON, natural da Benedita e autarca do concelho de Alcobaça, José Marques Serralheiro, defendeu mais uma vez que a localização desejável “é no concelho de Caldas da Rainha”, embora esta afirmação lhe tenha resultado em consequências políticas fortes. O mentor do HON espera ainda que “a cidade das Caldas seja a capital da saúde em 2010”, reforçando ainda a ideia de Daniel Bessa de que “o Hospital Termal, nas actuais circunstâncias, é um problema para a cidade”. Daniel Bessa pediu que “seja criado o Centro Hospitalar do HON”, para se começar a trabalhar no projecto, assumindo que se deveriam fechar as portas de imediato ao actual hospital de Alcobaça, mas sendo da opinião que se deviam dar mais alguns anos à unidade de Peniche. Por último, afirmou que “é um crime não se chegar a uma solução para a construção do HON”. Depois de terem falado João Aboim, vereador do planeamento da Câmara das Caldas, Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, Jorge Sobral, deputado e presidente da concelhia do PS, e antecedendo a intervenção de Maria Augusta, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, falou Eduardo Nogueira, representante político de Alcobaça, que em tom critico para Daniel Bessa disse que não pediram nenhum hospital, apesar de agora o reclamarem. Saudando ironicamente Daniel Bessa ao dizer que “não foi benemérito para Alcobaça”, e depois de ter lançado algumas “farpas” aos colegas políticos caldenses, Eduardo Nogueira disse que “nós em Alcobaça não vivemos a coisa de forma apaixonada porque não fomos nós que pedimos um HON”. Carlos Barroso
Hospital Oeste Norte
26 de Novembro, 2008
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