O Oeste tem de trabalhar unido para retirar do seu importante património a mais-valia que colocará a região na rota da excelência, foi a principal conclusão do V Seminário do Património do Oeste que decorreu nos dias 24 e 25 de Outubro, no Mosteiro de Alcobaça, numa organização conjunta dos Municípios de Alcobaça, Arruda dos Vinhos e Caldas da Rainha, com o apoio da Associação Leader Oeste. A diversidade e riqueza do Património da Região Oeste enquanto factor de desenvolvimento da região foi o tema em destaque. Durante dois dias, cerca de 120 participantes viram discutidos cinco painéis temáticos -: “Património – Factor de Desenvolvimento”; “Os Centros Históricos e o Património Arquitectónico”,”Estratégias de Valorização do Património: Conceitos e Tipologias – apresentação de casos”; “O Património aliado do Turismo Cultural” e “O Património Natural na Região da Diversidade”. Um debate justificado pela urgência de promover ideias sobre a identidade patrimonial do Oeste. Após as apresentações dos cinco painéis, concluiu-se o entendimento do património como factor de desenvolvimento da sociedade, a necessidade de conciliar a protecção/conservação com a utilização, a assunção do turismo como pilar da sustentabilidade, o reconhecimento que o património possui um valor cultural em si mas também uma clara dimensão económica, e que o turismo cultural como fonte de recursos para a conservação do património pressupõe a necessidade de estratégias globais, evitando riscos de banalização e de excesso de utilização dos recursos patrimoniais. Foi apontado que “a valorização e a promoção do Oeste como destino patrimonial, cultural, turístico, face ao seu enorme potencial económico deve ser preservado e valorizado (como bem colectivo) em políticas e acções concertadas, municipais mas igualmente de âmbito regional”. Foram também defendidas linhas de investimento estratégico – algumas já em desenvolvimento e outras a desenvolver – baseadas em conceitos de expressão territorial como o “Triângulo do Património da Humanidade (Rota dos Mosteiros), “As linhas de Torres Vedras”, “Arco Litoral Oeste” ou os “Coutos de Alcobaça”. O reconhecimento do papel da comunidade e dos vários agentes locais e regionais na defesa, valorização e dinamização do património, e a necessidade do fomento de programas e projectos de parceria de índole público-privado, na preservação e valorização cultural, foram outras conclusões. Na abertura do evento Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, frisou que “é necessário reafirmar o papel do património”. Para encerrar o seminário, que contou com nomes como Gonçalo Byrne, Pedro Roseta, Galopim de Carvalho, entre outras personalidades que se dedicam à preservação e requalificação do património, Carlos Bonifácio, vice-presidente da Câmara de Alcobaça, assumiu que o ponto fulcral do encontro se centrou na ideia de que “nada acontecerá se cada um (entidade, instituição, personalidade) trabalhar no seu quintal”, lembrando que o “trabalho em rede é a estratégia para o Oeste ter um lugar primordial em Portugal e posicionar-se na rota da excelência”. As conclusões do seminário podem ser consultadas em www.patrimoniodooeste.net, onde estão as intervenções da maior parte dos oradores participantes. Francisco Gomes