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Reforma adiada ajudou estado depressivo

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Cabo da GNR envenenou-se Um cabo da GNR de Óbidos que se ia reformar no mês de Outubro devido ao tempo de serviço, mas que devido à nova lei orgânica teria de permanecer mais alguns anos na instituição militar, faleceu no passado dia 26, depois de ter ingerido uma grande quantidade de veneno. “Desde que […]
Reforma adiada ajudou estado depressivo

Cabo da GNR envenenou-se Um cabo da GNR de Óbidos que se ia reformar no mês de Outubro devido ao tempo de serviço, mas que devido à nova lei orgânica teria de permanecer mais alguns anos na instituição militar, faleceu no passado dia 26, depois de ter ingerido uma grande quantidade de veneno. “Desde que soube que teria mais anos pela frente até reformar-se ficou desgostoso, a que se juntaram problemas pessoais”, contou a viúva, Matilde Rodrigues. “Ele adorava o trabalho, mas queixava-se que já não aguentava fazer tantas noites. De repente começou a dizer que se matava com a arma de serviço”, relatou. A viúva indicou que nos últimos dias o estado depressivo era mais notório, só que “não houve tempo de reacção” para travar a tragédia, porque “nunca se pensou que chegasse a cumprir o que disse”. Mas fê-lo no dia 24, depois de uma noite de serviço, quando se encontrava em casa na companhia da mulher e de uma das filhas. Cerca das 16h30, José Rodrigues, de 47 anos, estava na cozinha da sua casa, em Sobral da Lagoa, concelho de Óbidos, e após ter acabado de tratar do jardim ingeriu uma grande quantidade de herbicida (gramoxone). Foi de imediato contactado o 112, tendo sido levado para o hospital das Caldas da Rainha e posteriormente para o Hospital de Santa Maria, onde acabou por morrer dois dias depois. José Rodrigues, natural de Caparrosa, concelho de Tondela, cumpriu cedo o serviço militar e entrou logo para a GNR, tendo passado pelos postos de Óbidos, Mira, Lourinhã, Bombarral e Almada. Tem duas medalhas de mérito e comportamento. Apontado como sendo uma pessoa “muito calma”, tinha como passatempo tratar dos cães e dos passarinhos. Deixa duas filhas, de 13 e 19 anos. O funeral realizou-se na passada quinta-feira, no cemitério do Sobral da Lagoa, e contou com honras militares. Suicídio preocupa associações As associações representativas dos militares da GNR mostram-se preocupadas com “a vaga de suicídios” na corporação e consideram as linhas de apoios ao suicídio criadas pelo Ministério da Administração Interna (MAI) “nada resolvem”. José Manageiro, presidente da Associação Profissional da Guarda (APG/GNR) manifesta que “o Plano de Prevenção ao Suicídio criado pelo MAI é completamente ineficaz”, apontando que “não obstante as causas pessoais directas, é no quotidiano da instituição que residem os motivos primários potenciadores destas situações”. “Os elevados índices de pressão e stress, as deficitárias condições de serviço, as cargas horárias adversas a um equilíbrio familiar, são as verdadeiras causas”, indica. José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da GNR (ASPIG), aponta que “o confronto diário com criminosos, o corte de expectativas legítimas quanto à progressão na carreira e mobilidade, levam à instabilidade emocional e a uma vida sem projecto de futuro, que resulta em doenças do foro psicológico, aumento de divórcios e suicídio”. “É necessário alterar formas de comando e acompanhamento dos profissionais da GNR”, defende, fazendo notar que “a taxa de suicídio na PSP e nas Forças Armadas é menor porque não existem atropelias sistemáticas ao desempenho do serviço”. “É estoirante trabalhar durante as madrugadas. Até aos 40 anos aguenta-se bem, mas depois é impossível”, sublinha A GNR criou uma linha telefónica para dar apoio psicológico ao seu efectivo, com o objectivo de evitar suicídios. Este ano já se registou perto de uma dezena de casos de suicídio na GNR. A linha é de chamada gratuita e tem serviço permanente, sendo assistida por técnicos da área da psicologia, que garantem confidencialidade. Francisco Gomes

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