As Festas das Gaeiras, que se realizaram entre os dias 8 e 12 de Setembro trouxeram de volta à vila a tradição e ao mesmo tempo angariaram verbas para a construção da nova Igreja. Quem o diz é Sérgio Rodrigues, um dos muitos elementos da comissão de festa que adiantou que “foi arranjado algum dinheiro para a nova igreja, que irá começar a ser construída no ano de 2009. O projecto esteve afixado no coreto. Não é uma miragem, é uma realidade, a obra vai começar”. A comissão de festas das Gaeiras tem um grupo de homens que são festeiros e de mulheres que são mordomas. “Cabe aos homens todo o trabalho logístico do arraial e cabe às mulheres toda a tarefa da procissão e enfeites da igreja. Na véspera da festa é obrigatório que as mulheres toquem o sino assinalando que a decoração da igreja está pronta. Aos homens cabe mandar foguetes em sinal que o arraial está pronto. São tradições que parecem simples e sem importância mas que tem muito significado para as pessoas das Gaeiras”, explicou Sérgio Rodrigues, um dos 30 elementos que compõe a comissão de festas de Nossa Senhora da Ajuda 2008. “As festas das Gaeiras são uma tradição com mais de cem anos, que acontecem todos os anos, na mesma data, sendo das poucas festas que nunca tiveram interrupções”. A romaria deste ano “correu muito bem, porque as pessoas aderiram em massa, quer na vertente religiosa, quer na vertente popular e recreativa”. Na parte religiosa, foram feitas procissões, com andores e a população da Gaeiras aderiu em massa. “Saíram para a rua e participaram. Colocamos a imagem de São Marcos que foi transportado pelos jovens e que se pretende no futuro continue assim. Num outro andor, foi levado em ombros, pelos elementos da Assembleia de Freguesia, seguiu a imagem de Jesus Cristo crucificado. Esta imagem foi paga pela população das Gaeiras e por isso tem um significado muito grande”, descreveu o festeiro. Durante o percurso os habitantes das Gaeiras colocaram vasos com flores o que “comoveu todos os participantes”. Na parte popular e recreativa, a organização contou com bares. Houve a montagem de uma padaria e um restaurante com a capacidade para duzentas pessoas que teve reservas esgotadas desde quinta-feira até domingo, o que mostra bem o sucesso das iguarias das Gaeiras. “Somos todos amadores, desde cozinheiras, ajudantes de cozinha, empregados de mesa e mesmo assim conseguimos servir com qualidade as pessoas todas”. Ao nível da animação, a comissão de festas apostou numa oferta mais diversificada que os tradicionais conjuntos de baile, incluindo as actuações de grupos de dança e de Lia e Diana Gil, “artistas já conhecidas dos gaeirenses”, elevou Sérgio Rodrigues. Dos vários ateliers montados, destaque para modelagem de barro onde cerca de quatro dezenas de crianças criaram peças que fizeram parte de uma exposição. Segundo Sérgio Rodrigues os apoios pedidos foram sempre no sentido de dar mais algum contributo para a festa e para as Gaeiras, marcando a vila pela positiva. Prova disso foi o patrocínio da empresa Resioeste que desafiou os organizadores a reciclarem todo o lixo produzido durante as festas. “Tivemos um arraial limpo. Todos os dias o espaço foi limpo e todo o lixo foi separado, tratado e reciclado. Convidamos toda a população das Gaeiras a tratar o lixo e a maior parte entregou-nos o lixo, que nós reciclamos, entregando, deseguida, à Resioeste. Em resultado deste esforço e deste acto de cidadania juntamos algum dinheiro”. Na comemoração do Dia da Água, durante a festa, a empresa Águas do Oeste proporcionou a todas as crianças das Gaeiras um dia de boas praticas, no arranque do ano escolar, que decorreu no meio do arraial, com o auxilio do mágico MaiK Magic, acompanhado por Cristi Rosy. Os jogos tradicionais também estiveram em destaque com especial ênfase para uma gincana de burros. “As Gaeiras é uma vila recente, mas não esquecemos as nossas raízes. Temos tradições que não queremos perder e esquecer e queremos passar de geração em geração, daí que tenhamos a gincana de burros, para que os mais novos tenham a possibilidade de ver e tocar aquele que foi o meio de locomoção dos residentes no passado”, lembrou Sérgio Rodrigues. Esta festa centenária teve uma despesa de cerca de 22 mil euros. As receitas foram obtidas através dos peditórios que se fizeram à população, donativos de algumas empresas e da Junta de Freguesia das Gaeiras e os lucros revertem para a construção da futura igreja a erguer na vila. A obra, que custa 800 mil euros, inclui o templo e anexos para valências como o combate à pobreza, protecção de menores e abrigo para as vítimas de violência doméstica. Carlos Barroso
Milhares de pessoas acorreram ás festas das Gaeiras
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