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Manuela Maria e Sofia Alves duas noites no CCC

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Manuela Maria e Sofia Alves mostraram o seu valor como actrizes e receberam nas duas noites seguidas os aplausos de pé da plateia do CCC das Caldas da Rainha, com o espectáculo “Boa Noite, Mãe”, que teve lugar nos dias 24 e 25 de Julho. Ao longo de uma hora e 40 minutos, o diálogo […]
Manuela Maria e Sofia Alves duas noites no CCC

Manuela Maria e Sofia Alves mostraram o seu valor como actrizes e receberam nas duas noites seguidas os aplausos de pé da plateia do CCC das Caldas da Rainha, com o espectáculo “Boa Noite, Mãe”, que teve lugar nos dias 24 e 25 de Julho. Ao longo de uma hora e 40 minutos, o diálogo entre mãe e filha foi uma montanha russa de emoções, que deixou em suspenso o público do grande auditório, que encheu quase por completo nas duas apresentações. “Boa Noite Mãe”, é um texto dramático da norte-americana Marsha Norman, premiado com o Prémio Pulitzer, encenado por Celso Cleto. “É um texto belíssimo, com grandes pontos de sensibilidade que nos tocam profundamente e nos põe a reflectir”, disse Sofia Alves no final da primeira actuação no CCC. “As pessoas vão ver a Manuela Maria e a Sofia Alves e de repente mergulham na história e esquecem-se da Manuela e da Sofia porque a peça é tão forte e comovente”, acrescentou a actriz. O suicídio anunciado na obra “Boa noite Mãe” revela a relação familiar de duas mulheres, mãe e filha, que no decorrer de um espaço-tempo implacável, vivem uma profunda crise. Estas duas personagens, a filha Jess e a mãe Thelma, vivem numa casa isolada no Sul dos Estados Unidos da América. Jess, abandonada pelo marido Cecil e vivendo um drama com o voluntário desaparecimento do seu único filho, não consegue encontrar na sua vida uma última esperança e comunica à mãe Thelma que se vai suicidar. Thelma é uma mãe que construiu durante largos anos uma enorme solidão dentro do seu próprio casamento e uma relação dura com a sua filha. Esta noite, ao ser confrontada com a decisão desta, que nunca viu como a filha ideal, vai lutar desesperadamente para evitar que ela concretize a sua decisão. Segundo Sofia Alves, este é um trabalho muito exigente ao nível físico e psicológico, porque tem uma carga dramática muito forte. “Exige uma concentração muito grande”, revelou Manuela Maria, que acha importante que quem assiste à peça fique a reflectir sobre a falta de comunicação que existe entre as pessoas. Sofia Alves e Manuela Maria não pouparam os elogios ao CCC e fizeram questão de dar os parabéns aos caldenses por terem este espaço. Manuela Maria ainda chegou a actuar no antigo Cine-Teatro Pinheiro Chagas e ficou muito contente por poder voltar às Caldas da Rainha para actuar num espaço tão moderno. Também Sofia Alves tinha estado mais recentemente nas Caldas, onde actuou no auditório dos Pimpões, e já nessa altura se falava no centro cultural. “Há poucas salas assim pelo país. É maravilhoso e um prazer estarmos aqui”, afirmou a actriz. Para Sofia Alves, é “importante descentralizar o teatro e fundamental que as pessoas se sintam em casa”. “Passamos por uma grande crise, e nem sempre é possível as pessoas se deslocarem a Lisboa ou ao Porto, faz todo o sentido ser assim, claro que é um esforço financeiro muito grande a nível de produção, envolve muitos técnicos porque a estrutura é muito grande, mas acho que é sempre muito compensador porque sentimos o apoio ao ver as salas cheias”, acrescentou. “Infelizmente o nosso país está atravessar uma grande crise e ver que as pessoas continuam a ir ao teatro dá-nos mais motivação para continuarmos”, sublinhou. A peça surge de uma produção conjunta da Dramax Oeiras e da Culturangra, em colaboração com o Teatro da Trindade, e a organização no CCC esteve a cargo da Publicocleto e da empresa caldense Publicenter, do empresário Paulo Fernandes. Este espectáculo foi produzido para as comemorações do 25º aniversário da classificação de Angra do Heroísmo como Património Mundial da Humanidade. Marlene Sousa

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