As autoridades policiais prenderam em Lisboa na passada quinta-feira o grupo que efectuou em Maio um assalto a uma carrinha de transporte de tabaco em Valado dos Frades, na Nazaré, e que foi alvo de uma perseguição nas Caldas da Rainha e em redor da Lagoa de Óbidos. Cinco homens, com idades entre os 25 e os 40 anos, foram detidos às 7h00 de 26 de Junho, num bairro da capital, por suspeita da prática de diversos crimes de roubo à mão armada, sequestro, tráfico de droga e detenção de arma proibida, numa operação denominada “Torre Controlada”. A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, com a participação da Directoria de Coimbra e colaboração da PSP, procedeu à detenção dos homens, que eram vendedores ambulantes e de etnia cigana, com algum grau de parentesco entre si. Os roubos foram perpetrados contra carrinhas de transporte de tabaco que circulavam na região centro do país (Valado dos Frades, Santarém, Abrantes e Tomar), cujos condutores, “depois de abordados e ameaçados com armas de fogo por três dos agora detidos, eram violentamente agredidos e, após, fechados no interior das viaturas”. De acordo com a PJ, “a actividade criminosa prolongou-se durante cerca de um ano, tendo permitido aos detidos apropriarem-se de dezenas de milhar de euros em tabaco”. O tabaco era depois revendido no mercado por um valor inferior ao estabelecido. A investigação da PJ culminou com o cumprimento de várias buscas domiciliárias, no decurso das quais foram apreendidas duas pistolas de calibre 7,65 mm, duas carabinas de calibre 7,62 mm e uma réplica de uma pistola de calibre de 9 mm. Dada a “elevada perigosidade” dos elementos detidos, a PJ contou, nesta operação, com a colaboração da PSP que, através da mobilização de 110 elementos da Unidade Especial de Polícia, integrada pelo Grupo de Operações Especiais, Corpo de Intervenção, Unidade de Detecção de Metais e Grupo Operacional de Cinotecnia, garantiu a segurança e a manutenção da ordem pública durante o cumprimento das diligências de busca e detenção. Foram recuperados diversos volumes de tabaco que haviam sido roubados no dia 23 de Maio, no assalto ocorrido na zona de Valado dos Frades. Na altura, os suspeitos ainda foram perseguidos pela GNR na A8, mas responderam a tiro, tendo conseguido escapar, motivando uma autêntica “caça ao homem” por entre matas na zona da Lagoa de Óbidos. O distribuidor de tabaco foi ameaçado, agredido e sequestrado, tendo sido abandonado com a viatura num local ermo, perto de Fanhais, ainda na Nazaré, onde o grupo de assaltantes tinha à sua espera uma carrinha Mercedes branca, que terá sido roubada. Transferiram os volumes de tabaco e fugiram. No seu encalço, porém, estava já um forte dispositivo policial. Várias patrulhas da GNR perseguiram a carrinha pela A8 desde Alfeizerão até às Caldas da Rainha, ao longo de mais de dez quilómetros, com as viaturas militares a ficarem sob fogo dos assaltantes, que dispararam várias vezes em plena perseguição. Os militares responderam e acertaram na carrinha. Com a barreira policial prestes a cercar os fugitivos, o ‘gang’ resolveu sair da auto-estrada, na Zona Industrial das Caldas da Rainha e entrar em caminhos secundários, dirigindo-se para o Nadadouro, nas margens da Lagoa de Óbidos. Na zona do Arelho, em Óbidos, despistaram-se e fugiram a pé. Refugiaram-se numa casa e dispararam sobre os militares da GNR, conseguindo escapar. Foram analisadas a pente fino as matas em redor da Lagoa de Óbidos. A zona para onde o ‘gang’ fugiu apresentava um arvoredo e vegetação extensos, que facilitava a escolha de esconderijos, apesar da existência de valas e poços perigosos onde podiam cair. Três dos larápios em fuga foram vistos junto à Etar da Charneca, no Arelho, em Óbidos. Foram montadas várias barreiras de vigilância nas estradas, pela possibilidade dos fugitivos conseguirem roubar algum carro ou apanhar boleia. Chegou a admitir-se a hipótese de poderem ter atravessado a Lagoa de Óbidos para o lado das Caldas da Rainha num barco deixado por algum pescador nas margens do lado de Óbidos. A carrinha foi recuperada e alvo de peritagens, nomeadamente recolha de impressões digitais. No seu interior estavam centenas de maços de tabaco, em quantidade e valores não revelados. Para a fuga a pé, os larápios levaram as armas usadas para disparar contra os militares da GNR. Já de noite, dois cães pisteiros andaram no encalço do ‘gang’, seguindo as suas pegadas, mas sem sucesso. Contudo, os dados recolhidos nessa altura revelaram-se fundamentais para chegar às detenções. Francisco Gomes
Apanhados assaltantes de tabaco que protagonizaram perseguição com tiros nas Caldas e Óbidos
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