A Assembleia Municipal das Caldas da Rainha constituiu uma comissão “ad hoc” para debater os problemas e soluções da indústria cerâmica. A sua criação surgiu depois de uma intervenção de Ana Carneiro Pacheco, presidente da Associação Industrial da Região Oeste (AIRO), sobre o estado de crise da indústria cerâmica. A antiga deputada do PSD revelou aos deputados que todos os empresários “estão fartos de crise” e por isso elaboraram um documento onde propõem “algumas soluções para ultrapassar este clima”, apresentando algumas “reivindicações” que devem colher o apoio do poder local e de outras organizações e associações para ser apresentado ao poder central. “O fim da indústria cerâmica não é uma inevitabilidade se tomarmos decisões a tempo”, destacou a dirigente, que se queixou que depois de empresas de grande dimensão terem encerrado a banca deixou de emprestar dinheiro às restantes. “A dificuldade do sector é devido ao facto de, desde Junho de 2004, terem encerrado cinco grandes empresas e por isso a banca considera que as empresas vivas e viáveis são como mortas. Meteu-as todas no mesmo saco e é isso que mata o sector”, manifestou. A presidente da AIRO pediu aos deputados para fazerem pressão para que seja “aberta já uma linha de crédito”, esperando no entanto que as medidas de compensações a negociar com o Governo em detrimento do aeroporto na Ota, tenham tido em conta o sector da cerâmica. Também o administrador de vendas da Molde, Luís Ribeiro, explanou as dificuldades que a empresa tem sentido no sector da banca, sem antes informar que “os clientes tradicionais da indústria cerâmica, que tiveram algum tempo de deslocação centrada para os países asiáticos, estão a voltar à Europa e nomeadamente a Portugal”. Por outro lado, revelou que a Molde “tem dificuldades, porque deixámos de ter o parceiro banca. Em vez de nos ajudar, desajuda”. “Tirou-nos o tapete. Isso tira-nos a capacidade de estratégia. Se nós somos investidores, gostávamos que a banca em vez de telefonar para os nossos filhos a dar-lhes cartões de crédito, gostávamos que a banca não se esquecesse que se os pais não tiverem onde trabalhar, ninguém vai pagar esse crédito”, lamentou. Jorge Sobral, líder da bancada socialista, apresentou a proposta da constituição “ad hoc” com deputados e associações da região que passam por dificuldades, o que foi apoiado pelos restantes partidos representados na Assembleia Municipal. Mário Pacheco, deputado do PS, criticou o Ministro da Economia ao afirmar que o governante “só olha para os grandes grupos económicos e esquece-se das pequenas e médias empresas que são quem dão trabalho e pagam impostos, além dos disparates que diz na televisão”. Manuel Isaac, deputado do CDS-PP, corroborou as palavras de Ana carneiro Pacheco quanto às dúvidas das contrapartidas para o Oeste que estão a ser negociadas entre os Municípios e o Governo em detrimento do aeroporto ter ido para Alcochete. “Não compreendo que esta gente do Oeste e principalmente esta Câmara, que não diga nada a nós, deputados e caldenses, o que estão a negociar com o Governo”, afirmou. Maria da Conceição mostrou-se preocupada com o sector cerâmico, revelando que a Câmara irá salvaguardar os moldes, peças únicas e outros acervos da Secla, para que não se percam por mãos alheias, numa possível venda de património. Carlos Barroso
Sector cerâmico foi pedir ajuda aos deputados caldenses
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