No âmbito da profunda reestruturação do Ministério da Agricultura, que passou pelo “emagrecimento” destes serviços, também nas Caldas da Rainha o futuro do Centro de Formação Profissional do Coto, da antiga Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste, estava envolto em grandes dúvidas. Contudo, o ministro da Agricultura, que ali esteve na passada sexta-feira, referiu que o Centro de Formação Profissional do Coto está em franca actividade. “É utilizado pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social com cursos financiados pelo Fundo Social Europeu, que se vão manter”, indicou. Quanto aos 30 hectares que existem para além do edifício, o governante disse que o Ministério da Agricultura não tem uma vocação produtiva, portanto é natural que a várzea seja vendida a empresários agrícolas. “Provavelmente os 30 hectares vão ser vendidos a jovens agricultores para a instalação de explorações agrícolas”, sublinhou, acrescentando que “no futuro poderá ser uma incubadora de um novo empresário agrícola na produção de frutas porque tem uma várzea muito boa”. Na sequência da abertura dos concursos para o apoio aos investimentos tendo como referência o Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), o ministro reuniu-se com as organizações de produtores de maçã (Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça) e pêra (Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha), no Centro de Formação Profissional do Coto. A visita de Jaime Silva, que esteve acompanhado do secretário de Estado da Agricultura, Luís Vieira, e do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Ascenso Simões, teve como objectivo fazer uma avaliação das realidades e perspectivas sectoriais, quer ao nível das empresas produtivas, quer das organizações de produtores, quanto ao posicionamento no mercado, inovação no sector e intenções de investimento ou requalificação. “Vamos abrir os concursos para o apoio aos investimentos e este foi um momento de dialogar com o sector para ver em que medida estes concursos e estas regras correspondem às expectativas”, disse o ministro. Jaime Silva concorda com as fileiras da fruticultura que consideram que uma majoração superior em termos de apoio financeiro deve ser dada aos projectos que são feitos com o objectivo de “fortalecer as organizações de produtores e concentrar as cooperativas”. O ministro revelou que vai negociar com Bruxelas uma majoração de 10%. Quanto à maçã fatiada, um novo produto criado pela Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, a ser colocado nas escolas da região, o governante salientou que como ele, também os ministros da Educação e da Saúde já estão sensibilizados para os benefícios da fruta fresca e a sua comercialização através de sumos naturais e embalada pronta a comer com casca. O ministro disse que há uma parceria com os Ministérios da Saúde, Educação e Agricultura no sentido de lançar uma campanha directa nas escolas, “para que os estudantes e encarregados de educação percebam que podemos proteger a nossa saúde através de uma dentada numa maçã”. Segundo Jaime Silva, “hoje cada escola define o seu programa de candidatura e nós vamos favorecer que o apoio possa cobrir também um conjunto de produtos agrícolas”, revelou. Marlene Sousa