O 5 de Outubro de 1910 é para mim um dia de luto cerrado por causa da maldita revolução republicana que tomou ilegitimamente e de assalto o poder, obrigando a Família Real ao exílio. Nunca apoiei nem admirei a república, pois reprovo maldades, imoralidades, atrocidades e crimes de qualquer espécie. Os regicidas Alfredo Costa e Manuel Buíça, considerados por alguns republicanos sem valores éticos e morais, como “mártires injustiçados”, causam-me arrepios e nojo. Foram, na verdade, não heróis, mas uns canalhas e criminosos. Foram assassinos! Gente do pior que apareceu na nossa História, por causa deles, o século XX português ficou manchado de sangue, injúria e desonra! No dia 1 de Fevereiro de 1908, a nossa Pátria tombou e “morreu” juntamente com o Rei e com o Príncipe herdeiro! Buiça e Costa mataram o guardião da Nação, o Rei D. Carlos I, e o seu filho, D. Luís Filipe, de modo cobarde e infame! Não podemos aceitar isto de ânimo leve! O luto não acabou, pelo menos para mim. Sempre que leio algo sobre o regicídio fico horrorizado, como se tal tivesse acontecido hoje. Muitos leitores perguntarão qual foi o desfecho do processo judicial que, como se sabe, foi instaurado. Depois de dois anos de averiguação e investigação criminal, o julgamento foi marcado para dia 25 de Outubro de 1910. Foi, uma vez mais, muito conveniente para alguns a revolução de 5 de Outubro, já que logo a seguir desapareceram todos os documentos relativos ao processo do regicídio, ou seja, esse crime hediondo ficou por julgar. (…) Em 1908 éramos um país próspero que estava acima da média europeia. D. Carlos era um monarca experiente que tinha feito com que o país progredisse a vários níveis, além de conseguir a credibilização de Portugal enquanto potência. D. Luís Filipe, fruto da sua esmerada educação e capacidades, era um Príncipe verdadeiramente digno da herança de 8 séculos que lhe pertencia. Tudo isto acabou com o brutal assassinato. Perdemos 97 anos de progresso e liberdade, enquanto outras monarquias passaram por anos de democracia e prosperidade. As pessoas dizem que gostam de votar, mas alguma vez o povo português votou a república? Ela foi-nos imposta por uma minoria de hipócritas sedentos de poder e dinheiro, que no parlamento, através de eleições, tinham apenas uma representatividade de 7%. (…). O regicídio foi um crime que varreu tradições e insígias de um povo que ainda hoje é nobre mas que somente precisa de um verdadeiro chefe de estado. Um chefe de estado que seja isento face aos vários poderes de modo a poder ser fiel da balança, que tenha uma sólida formação e que seja preparado e educado desde cedo para cumprir o seu dever, que, pela herança histórica que carrega, tenha a força suficiente para apontar o caminho a seguir e guiar o povo por esse mesmo caminho. Luís Miguel Dâmaso