Os mariscadores e pescadores da Lagoa de Óbidos viram três motores serem roubados e seis embarcações serem posta à deriva por desconhecidos que actuaram na madrugada de 16 de Março. Segundo James Mowlam, um inglês que pernoitava na sua auto caravana junto à doca de embarque da Lagoa de Óbidos, os meliantes, em número desconhecido, entraram na estrada de acesso às embarcações pelas 3h45, com uma carrinha de cor cinza e abriram as duas portas de trás e uma de lado e terão carregado os motores das embarcações. O turista inglês diz que foi “acordado pelo barulho do motor da carrinha”, que saiu de marcha-atrás e demorou entre dois a três minutos. “Pensava que eram pescadores barulhentos, mas achei estranho eles virem de luzes apagadas e saírem de marcha-atrás, porque não é comum os pescadores fazerem isso”, relatou, mostrando-se chocado com a notícia do roubo já de manhã. Os pescadores e mariscadores, que usualmente deixam os motores nas embarcações, vêem-se de mãos atadas porque a Lagoa de Óbidos tem pouco marisco e não sabem como vão arranjar dinheiro para comprar outros motores. “O meu motor custa 2500 euros e agora com pouco marisco para apanhar não sei como vou arranjar dinheiro para comprar outro motor”, desabafou Fernando Loca. Já Mário Salgado, que também tinha um motor avaliado em 2500 euros, apelou a os ladrões “devolvam o motor”, porque dessa forma poderá voltar a trabalhar. Edgar Januário, cujo motor do barco foi roubado e está avaliado em 1700 euros, lamentou o facto de “nenhuma seguradora cobrir” estes equipamentos nas bateiras. Este mariscador também faz travessias para turistas da margem da Foz do Arelho para a margem do Bom Sucesso, e vê-se agora impossibilitado de continuar a exercer esta actividade turística por não ter motor na sua bateira. Os mariscadores acham que os ladrões terão vindo “primeiro a pé e cortaram os cabos que ligam o depósito da gasolina aos motores, retiraram-nos das bateiras e depois vieram com as carrinhas e carregaram-nos”, porque demoraram muito pouco tempo. Os mariscadores desconfiam ainda que os larápios cortaram os cabos que amarram os barcos às âncoras “para que tudo parecesse que tivesse havido temporal e os barcos tivessem batido uns nos outros e os motores tivessem caído borda fora”, algo que não poderá ter acontecido, porque “nos cabos das amarras e dos depósitos de gasolina foram deixados vestígios de corte”, deduzem. A Polícia Marítima da Foz do Arelho tomou conta dos prejuízos das embarcações e está a investigar o caso. Carlos Barroso